Os Estados Unidos n�o s�o uma pot�ncia esportiva mundial apenas por sua posi��o como uma das maiores economias do planeta. Contando com quase o triplo de ouros que o segundo colocado (a extinta Uni�o Sovi�tica) no quadro geral hist�rico de medalhas das Olimp�adas de ver�o, o esporte no pa�s tem uma pol�tica de Estado que o fortalece e p�e foco na forma��o e no est�mulo � profissionaliza��o dos atletas, sempre aliada aos estudos.
Quem deseja se dedicar a uma pr�tica esportiva no Brasil deve sentir muita inveja de seus correlatos norte-americanos. Aqui, o normal � ter de escolher entre o esporte e a educa��o j� na adolesc�ncia. L�, n�o! Estudo e pr�tica esportiva andam juntos, desde o col�gio. Muitos brasileiros come�am a abrir os olhos para oportunidades como essa, buscando bolsas para atletas nas universidades do pa�s mais rico do continente.
Foi por um desafio lan�ado por seu treinador no Brasil que a mineira Camilla Xavier, de 24 anos, mudou o rumo de sua vida. Praticar o esporte era uma escolha natural para ela, j� que o pai e o tio sempre jogaram t�nis. “Quando crian�a, sonhava em me profissionalizar. Mas optei por investir nos estudos e, consequentemente, usar o t�nis como vantagem para alcan�ar meus objetivos. A ideia surgiu do meu treinador, que me prop�s o desafio. Passei a treinar com mais intensidade com o objetivo de alcan�ar minha meta e ser aceita em uma universidade norte-americana”, conta a bi�loga, formada pela Concordia College, em Nova York. Ela n�o parou por a�. J� conquistou tamb�m t�tulo de mestre em microbiologia pela Universidade de Long Island e pretende cursar medicina antes de voltar ao Brasil. H� sete anos nos EUA, ela � assistente de pesquisa no Departamento de Anestesia do Hospital Presbiteriano de Nova York, um dos mais tradicionais da metr�pole.
“O processo tem v�rias etapas. Gravamos um v�deo meu jogando e fiz uma prova de avalia��o, como o Enem no Brasil. Depois, tive de fazer o teste de profici�ncia no idioma. Ap�s isso, uma empresa que contratamos fez o contato com as universidades norte-americanas e os treinadores das equipes de t�nis. Os interessados entraram em contato comigo. Tive algumas propostas, mas optei por Nova York”, explica Camilla. Com v�rios t�tulos no circuito universit�rio dos Estados Unidos, hoje ela pratica o esporte por lazer ou, durante o ver�o, d� uma ou outra aula particular. Dedica��o foi a regra durante sua passagem pela universidade.
Experi�ncia marcante
Pouco tempo depois, o ent�o namorado e atual marido, Andr� Faria, jogando basquete, ingressou na mesma universidade.
Ela se formou em educa��o f�sica, e ele, em administra��o. Hoje, s�o propriet�rios da Academia Vigor, no Bairro Santa Efig�nia, na capital mineira. “Foi uma experi�ncia marcante. Enviei alguns e-mails e consegui a bolsa. � uma oportunidade �nica, j� que consegui conciliar estudo e pr�tica esportiva sem ter que pagar nada. Casa, comida e educa��o. Tudo gratuito”, conta. Um dos filhos do casal nasceu nos Estados Unidos, e foi justamente para o garoto n�o perder o contato com a fam�lia que eles resolveram voltar para c�.
A falta de conhecimento do idioma n�o foi empecilho para Lira realizar seu sonho. Algumas institui��es de ensino dos EUA t�m programas para familiarizar o estrangeiro com a l�ngua. “Falava oi e tchau. Mas eles t�m programas para ensino do ingl�s para iniciantes dentro da pr�pria faculdade”, explica. Mesmo se destacando na adolesc�ncia como uma das principais promessas do pa�s na modalidade, Lira optou por n�o abrir m�o da universidade. “Foi a vontade de conciliar o estudo com o v�lei que me levou para l�. Pesquisei e fiz as inscri��es nos cursos por conta pr�pria. Poderia ir para a Europa, mas l� o esporte � tratado como aqui”, lembra.
Uma empresa mineira, fundada por uma ex-jogadora de v�lei das categorias de base no Minas T�nis Clube, se especializou em mandar jovens esportistas para bolsas universit�rias para atletas nos EUA. Sociedade da Fernanda Queiroz com o primo Ronaldo Lopes, a Xsport Consulting j� ajudou mais de 230 jovens, desde 2009. Um dos destaques � o camisa 15 do Orlando City, Pedro Ribeiro, que, ap�s ser escolhido por quatro anos seguidos melhor jogador de futebol no campeonato universit�rio norte-americano, come�a a se destacar na liga profissional ao lado de Kak�, veterano brasileiro campe�o da Copa do Mundo de 2002.
A empres�ria garante que a ida � universidade norte-americana mudou sua vida e acredita que o mercado olhe de maneira diferente quem tem dois cursos nos EUA. “Recomendo ter a coragem e acreditar no sonho, mesmo n�o sendo f�cil largar a fam�lia e amigos”, conclui. (GP)
DE OLHO NAS OPORTUNIDADES
Algumas empresas brasileiras come�am a se especializar para mandar alunos para estudarem no exterior. � poss�vel se inscrever e garantir a vaga sozinho, mas elas ajudam o estudante a se preparar para processo seletivo
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