
“Estabelecemos um princ�pio: o aluno opta por um curso principal, que o vincularia na gradua��o. Uma hip�tese � que dentro de cada um deles haja tamb�m um subconjunto de disciplinas que comportem a forma��o complementar”, afirma Takahashi. Em ci�ncias da computa��o, por exemplo, poderia haver uma estrutura que levasse ao diploma de bacharel, mas uma forma��o complementar poderia ser obtida, caso a matem�tica entre na mesma estrutura. Assim, o estudante se forma em computa��o, com forma��o extra em matem�tica ou vice-versa.
De acordo com o pr�-reitor, a combina��o de dois leques acolhe uma maior variedade de perfis profissionais. O interessante � que o duplo diploma poderia ser obtido no fim do tempo previsto da gradua��o, uma vez que a complementa��o substituiria parte das disciplinas hoje optativas do primeiro curso. Na hip�tese de o universit�rio n�o se formar com diploma h�brido, poderia pedir a continuidade dos estudos em outro curso afim e, ao t�rmino de aproximadamente mais um ano, obteria o segundo diploma. Takahashi acredita que essa � a hip�tese que mais agradar� aos colegiados.
Outra possibilidade � que o universit�rio se forme bacharel interdisciplinar em algum campo do conhecimento – uma esp�cie de generalista – e, ao fim do curso, opte ou n�o pela especializa��o. O novo modelo abre portas ainda para quem deseja seguir na p�s-gradua��o, dando oportunidade de fazer mat�rias optativas diretamente nessa outra fase, desde que seja um mestrado que tenha a ver com a �rea de origem. A grande vantagem � agilizar essa fase dos estudos depois do processo de sele��o, uma vez que a disciplina poder� ser eliminada na p�s. “O aluno passa a ter uma forma��o que vai exigir um ritmo mais intenso. Ele se forma bi�logo, por exemplo, mas com um aprofundamento maior de vis�o.”
Por�m, o novo modelo n�o vai abranger cursos que exijam prova de habilidades, caso da Escola de Artes, nem aqueles muito concorridos, caso da medicina. “A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), na d�cada de 1980, experimentou a entrada conjunta e passou alguns anos sem formar nenhum enfermeiro. Quando h� casos com demanda enorme, essa configura��o n�o pode ser aplicada, para n�o causar estrago nos dois lados”, explica o professor.

Estudo feito pela Pr�-reitoria de Gradua��o mostra que a maior parte das mudan�as pelos alunos se d� entre cursos afins, como ocorreu em 2014, em que nove alunos que entraram em engenharia mec�nica no primeiro semestre fizeram novamente o Sisu e, no semestre seguinte, ingressaram em engenharia de controle e automa��o. No mesmo per�odo, 11 alunos que entraram em controle e automa��o fizeram o movimento inverso. “Isso resultou em 20 vagas do Sisu desocupadas”, lembra Ricardo Takahashi.
Outra constata��o dos estudos da Pr�-reitoria � que h� hoje uma prolifera��o de alternativas de diplomas: somente a UFMG oferece mais de 70 denomina��es distintas de cursos. “Um estudante egresso do ensino m�dio, no momento do acesso � universidade, n�o disp�e de informa��es suficientes que lhe permitam distinguir com precis�o as diferen�as entre tais cursos, ou que permitam entender a adequa��o de cada op��o �s suas aspira��es individuais”, afirma estudo do setor sobre o tema. Na avalia��o da Prograd, sob o ponto de vista da forma��o dos estudantes (tanto aqueles que mudaram de op��o de curso quanto aqueles que conclu�ram o curso inicialmente escolhido), o modelo de “curr�culo especializado” termina por constituir uma limita��o significativa.
Isso porque a op��o por expor o estudante a volumes crescentes de informa��o detalhada sobre sua especialidade entra em conflito com “habilidades que seriam capazes de orientar o futuro profissional na interpreta��o de fen�menos em um mundo de crescente complexidade”. A aposta � que o mercado, futuramente, exija forma��o com base em m�ltiplas capacidades.
COMO � HOJE
Atividade acad�mica curricular
- Atividades de inicia��o � doc�ncia, � pesquisa ou � extens�o; atividades a dist�ncia; disciplinas; discuss�es tem�ticas; elabora��o de monografia; est�gio curricular; participa��o em eventos; semin�rios; viv�ncia profissional complementar; outras, consideradas pelo colegiado relevantes para a forma��o do aluno.
Curso
- Diz respeito a uma figura que concentra as fun��es de: constituir a (�nica) fonte de v�nculo do estudante com a universidade; constituir a estrutura na qual ocorre o ingresso do aluno na universidade; estabelecer um conjunto de regras que determinam a sequ�ncia das atividades a serem desenvolvidas pelo aluno – o curr�culo; atribuir um diploma ao estudante no momento em que este cumpre todas as regras previstas – a integraliza��o curricular.
COMO FICA
Atividade acad�mica curricular
- Mantida
Estrutura formativa
- Est� dividida em v�rios tipos e vai de uma forma��o fundamental at� a avan�ada ou geral. Pela proposta, os alunos ter�o uma entrada comum em determinada �rea e, depois de alguns semestres, v�o optar por um curso espec�fico. Outra possibilidade � um curso de dura��o padr�o de seis semestres, conduzindo a um diploma pr�prio da forma��o fundamental, tendo a denomina��o de bacharelado interdisciplinar – uma esp�cie de forma��o “generalista”. Ao final, o universit�rio pode optar ou n�o por um aprofundamento naquele curso.
- Os colegiados poder�o optar ainda pela oferta de diploma h�brido, em que o estudante possa substituir disciplinas hoje optativas por uma forma��o complementar em um curso afim. Tamb�m h� a possibilidade de fazer mat�rias optativas no mestrado.
Diplomas
- Ser�o organizados por grandes �reas do conhecimento (humanidades, sa�de, ci�ncia e tecnologia etc.), mais flex�veis, abrangentes e poder�o n�o ter car�ter profissional espec�fico em alguns casos.