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Estado de Minas

Veja como foi o �ltimo dia do Enem, com reda��o e opera��es contra fraude

�ltimo dia do exame mais importante do pa�s n�o tem adiamentos, mas � marcado por opera��es da PF para impedir golpe. Foco foi para reda��o e quest�o cita cr�nica do EM


postado em 07/11/2016 06:00 / atualizado em 07/11/2016 08:02

Candidatos no câmpus da PUC Minas: índice de abstenção foi de 30% dos inscritos e 5,5 milhões de estudantes fizeram a prova no país(foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Candidatos no c�mpus da PUC Minas: �ndice de absten��o foi de 30% dos inscritos e 5,5 milh�es de estudantes fizeram a prova no pa�s (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
No segundo e �ltimo dia do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem), n�o houve mais adiamentos, mas correria para chegar �s 13h no local das provas. Os atrasos foram irrelevantes. O foco principal foi a reda��o, cujo tema – “Caminhos para combater a intoler�ncia religiosa no Brasil” – foi considerado dif�cil por alguns candidatos, mas previs�vel para professores. Entretanto, tentativas de fraude no principal exame do pa�s mobilizaram a Pol�cia Federal em Minas e em outros sete estados.


Em Montes Claros, Norte de Minas, a Opera��o Embuste prendeu quatro integrantes de uma quadrilha especializada em fraudar processo seletivo para ingresso no ensino superior, segundo a PF. A opera��o foi em conjunto com o Minist�rio P�blico e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep). O delegado federal Franco Perazzoni destacou a tecnologia usada no golpe, como escutas do tamanho de uma bateria de rel�gio. Foram duas opera��es nos oito estados, segundo Perazzoni, depois de alguns meses de investiga��es envolvendo v�rios setores da corpora��o.

De acordo com o delegado, a primeira opera��o teve origem numa investiga��o em Montes Claros com quatro pris�es, quatro condu��es coercitivas em que foram cumpridos 15 mandados de busca e apreens�o durante as provas. Foram dadas buscas mais minuciosas em candidatos com fortes ind�cios de portar equipamentos eletr�nicos. Al�m das 15 buscas, houve seis pris�es em flagrante por uso de escutas eletr�nicas. Os aparelhos s�o t�o pequenos, segundo Perazzoni, que eram incapazes de serem vistos ou percebidos por detectores de metais. As escutas foram retiradas do ouvido dos candidatos com uma pin�a contendo �m� na ponta.

Em Montes Claros, a opera��o ainda consistiu no cumprimento simult�neo de 28 mandados judiciais. “Os envolvidos nessas negocia��es criminosas j� teriam, s� em 2016, fraudado ao menos dois processos seletivos: o vestibular em Mineiros (GO) e o vestibular para o curso de medicina, em Vit�ria da Conquista (BA)”, informou a PF. O pr�ximo passo do grupo criminoso, segundo a corpora��o, consistiria em fraudar o Enem, permitindo que candidatos pudessem ter acesso aos cursos superiores, mediante pagamento de “compra da vaga”, especialmente para o curso de medicina. Os suspeitos poder�o responder pelos crimes contra a f� p�blica, o patrim�nio, a paz p�blica, dentre outros delitos. Se condenados, as penas m�ximas aplicadas aos crimes ultrapassam 20 anos.

Reportagem do Fant�stico, da TV Globo, mostrou que a quadrilha cobrava at� R$ 180 mil por uma vaga. O esquema teria sido descoberto porque um dos envolvidos confessou o crime a um padre. O religioso o aconselhou a procurar � PF, que passou a acompanhar os passos do grupo. Segundo a PF, o chefe do esquema � Rodrigo Ferreira Viana, ex-estudante de medicina em Ipatinga. Ele contratava “pilotos”– professores e estudantes capazes de resolver as quest�es rapidamente. De uma sofisticada central telef�nica montada em um hotel, a quadrilha era capaz de transmitir os gabaritos para todo o territ�rio nacional. Foram identificadas transmiss�es para cidades de Minas Gerais, Bahia e Cear�. Os “clientes” recebiam as informa��es por meio de um cart�o eletr�nico, escondido sob a roupa, que as enviava para um microponto no ouvido. Para a PF, pode ter havido falta ou falha de detectores de metal ou uso inadequado deles. Segundo o ministro da Educa��o, Mendon�a Filho, n�o h� risco para o Enem e a a��o refor�a a qualidade e a isen��o do exame.

PROVAS Incidentes � parte, a prova Enem de ontem teve entre os temas Paul McCartney, Chico Buarque, e Aedes aegypti. Uma das quest�es citadas foi baseada na cr�nica Voc� pode n�o acreditar, do escritor Affonso Romano de Sant’Anna, publicada no Estado de Minas, em 5 de maio de  2013.

Isabela achou o tema da redação difícil e esperava que fosse cair a tragédia de Mariana (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Isabela achou o tema da reda��o dif�cil e esperava que fosse cair a trag�dia de Mariana (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
No c�mpus Cora��o Eucar�stico da PUC Minas em BH, Isabela Bitar�es, de 27 anos, que tenta vaga para medicina, acreditava que a trag�dia de Mariana seria o tema da reda��o. O tema intoler�ncia religiosa pegou a estudante de surpresa. “Achei o tema dif�cil e inesperado. Tivemos tr�s textos e um gr�fico, mas todos demandavam a mesma ideia. Procurei outras informa��es para sustentar a reda��o”, afirmou.

Henrique Lomasso, de 22, aprovou. “Achei tranquilo, at� por estarmos passando por um tempo de grande intoler�ncia religiosa, o que torna a discuss�o importante. E tamb�m por participar de um grupo religioso, a umbanda, que infelizmente vive sofrendo preconceito de pessoas mais conservadoras”, disse o estudante.

SOLIDARIEDADE Poliana Wink, professora do Chromos Pr�-Vestibular, acredita que a intoler�ncia religiosa estava entre um dos assuntos j� cotados pelos cursinhos. “Trabalhamos em sala de aula por causa das discuss�es dos �ltimos anos, como no caso do Estado Isl�mico. Como o tema da reda��o est� sempre relacionado ao Brasil, o candidato poderia discutir v�rios pontos sobre esse problema: a constru��o de consci�ncia religiosa nas escolas, formas de a m�dia abordar o assunto de maneira n�o preconceituosa, al�m da realiza��o de cultos ecum�nicos para mostrar que pode haver conviv�ncia harm�nica entre os grupos”, disse a professora.

A chegada dos candiados ao c�mpus Cora��o Eucar�stico da PUC Minas foi com solidariedade. Um grupo de jovens distribuiu “abra�os gr�tis” para relaxar os candidatos antes da maratona de provas.  “J� fazemos essa a��o h� sete anos, mas sempre na UFMG. Como as provas foram adiadas l�, resolvemos vir para c�”, disse Lu�sa Roberta, de 26 anos’.

BALAN�O

Em coletiva � imprensa, a presidente do Inep, Maria In�s Fini, destacou que 5,8 milh�es de estudantes realizaram a prova neste final de semana e que o �ndice de absten��o foi de 30%. Em 2015, a absten��o foi 27,6%. Ao todo, 768 candidatos foram eliminados, 641 por desobedecer regras gerais, como chegar atrasado; 120 barrados pelo detector de metal e sete por se negarem a fazer o registro biom�trico. Segundo o ministro da Educa��o, Mendon�a Filho, apesar das dificuldades enfrentadas este ano, 97% dos estudantes conseguiram realizar a prova. “Venceu a sensatez, venceu a capacidade de trabalho, e venceram os estudantes, que dependem do Enem para acessar as universidades”, disse. O gabarito das provas est� previsto para sair at� quarta-feira no site do no site do Inep (https://portal.inep.gov br/enem). O resultado final do Enem ser� em 19 de janeiro. O resultado


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