O Minist�rio da Educa��o (MEC) vai abrir sindic�ncia para investigar o que aconteceu no caso da mudan�a do edital dos livros did�ticos. Surgiram informa��es de que funcion�rios poderiam ter tirado partes do texto para boicotar o atual ministro da Educa��o, Ricardo V�lez Rodriguez. Por outro lado, h� os que afirmam que foi apenas um equ�voco do servidor que mandou o link do edital para o Di�rio Oficial.
Na quarta-feira, 9, o jornal O Estado de S. Paulo revelou as mudan�as no edital para os livros did�ticos que ser�o entregues em 2020 em escolas do ensino fundamental. No fim do dia, o MEC informou que a medida seria anulada. Segundo o texto do novo edital, n�o seria mais necess�rio que os materiais tivessem refer�ncias bibliogr�ficas e tamb�m havia sido retirado o item que impedia publicidade e erros de revis�o e impress�o.
O governo de Jair Bolsonaro culpou a gest�o anterior, j� que o edital estava datado do dia 28 de dezembro. "N�o sei se houve alguma coisa intencional de algum colaborador, n�o posso responder por isso", afirmou hoje cedo em entrevista � Radio Eldorado, o ex-ministro da Educa��o e agora secret�rio da Educa��o em S�o Paulo, Rossieli Soares. "Eu espero que n�o seja (boicote), porque eu tor�o para que o novo ministro d� certo pelo bem do Brasil."
A publica��o no Di�rio Oficial aconteceu no dia 2 de janeiro, quando Bolsonaro j� era o presidente. Integrantes da atual equipe estavam trabalhando dentro do MEC na transi��o desde o in�cio de dezembro. Ontem, s� depois das den�ncias na imprensa, o MEC soltou nota avisando que "erros foram detectados" no documento.
"N�s n�o fizemos nenhuma altera��o, n�o entendemos o que aconteceu, n�o posso me responsabilizar sobre publica��es no Di�rio Oficial do dia 2 de janeiro, quando j� n�o era mais ministro", voltou a dizer Rossieli. Segundo ele, a �nica mudan�a no edital feita pela gest�o anterior envolvia o esclarecimento de regras sobre arquivos audiovisuais que acompanham os livros did�ticos.
Entre os outros trechos que haviam sido mudados estava o que dizia que as obras deveriam "promover positivamente a cultura e a hist�ria afro-brasileira, quilombola, dos povos ind�genas e dos povos do campo, valorizando seus valores, tradi��es, organiza��es, conhecimentos, formas de participa��o social e saberes".
Metade de um item que se referia �s mulheres tamb�m tinha sido cortado. Ele dizia os livros deveriam dar "especial aten��o para o compromisso educacional com a agenda da n�o-viol�ncia contra a mulher".
O edital foi modificado cinco vezes ao longo do ano. Numa delas, em outubro, foram inclu�dos os itens de maior valoriza��o da mulher, dos quilombolas, a proibi��o de erros e publicidade e as exig�ncias de refer�ncias bibliogr�ficas. O que se imagina � que algum funcion�rio tenha mandado para o Di�rio Oficial o arquivo do edital anterior a esse. Mas o que MEC quer saber � se houve inten��o ou foi apenas um erro de procedimento.
GERAL