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Estado de Minas

Dirija como uma mulher

Mesmo com preconceito, elas mostram que s�o mais cuidadosas do que os homens no tr�nsito


postado em 02/04/2019 15:05 / atualizado em 10/07/2019 16:09

Dirija como uma mulher(foto: Educa Mais Brasil)
Dirija como uma mulher (foto: Educa Mais Brasil)

Aquele velho ditado "mulher ao volante, perigo constante" revela mais sobre quem o diz, do que acontece na pr�tica. Em 2017, levantamento da Seguradora L�der, respons�vel pelo Seguro DPVAT, mostra que do total de indeniza��es pagas em virtude de acidentes no tr�nsito, 25% foram para mulheres contra 75% para os homens. O n�mero sobe quando se analisa os casos com v�timas fatais: motoristas do sexo masculino representam 82%. 


Ent�o, qual o sentido para que elas, mesmo sendo mais prudentes e cautelosas no tr�nsito como mostram as estat�sticas, continuem sendo alvo de preconceito? N�o � dif�cil chegar a um denominador comum: machismo. Para a jornalista Aleile Moura, 33 anos, essa � uma quest�o que deve ser superada, tendo em vista que nada impede que uma mulher dirija o que ela quiser.


"Costumo ouvir que carro de mulher tem que ser carro pequeno, que seja f�cil de estacionar. Mas, por que isso? N�s somos capazes de dirigir um carro grande, como um SUV – ve�culo utilit�rio esportivo com porte avantajado, interior mais espa�oso e que trafega dentro e fora das cidades – ou seja l� o que for", opina a jornalista.


Al�m de boa motorista, Aleile � da turma que ama o universo automobil�stico e defende que este espa�o, embora com menor presen�a feminina, tamb�m pode ser dominado por elas. E esse foi um dos principais motivos para que a jornalista criasse o Dire��o Feminina (@direcaofeminina) no instagram. No perfil, ela conta sobre novidades do setor, suas experi�ncias na dire��o de autom�veis e as dificuldades que passam as motoristas iniciantes "nesse tr�nsito louco e ainda carregado de preconceito e intoler�ncia", como define Aleile.


A jornalista sempre gostou do universo automotivo. Ent�o, a ideia de criar o Dire��o Feminina partiu dessa paix�o por uma �rea ainda dominada pelo p�blico masculino. "O perfil tamb�m est� ai para mostrar que o lugar da mulher � onde ela quiser e que essa divis�o de g�nero � uma coisa que ficou no passado", defende Aleile.


Mec�nica feminina


Nos bastidores, ou melhor, na constru��o e manuten��o de ve�culos, elas tamb�m t�m garantido lugares de destaque. "N�o somos mais aquelas figuras de demonstra��o, mas, sim, de participa��o", reflete a jornalista Aleile. Um bom exemplo deste protagonismo s�o as estudantes Nath�lia Bulh�es e Let�cia Passos, de 19 e 21 anos respectivamente. 


Alunas do curso de Engenharia Mec�nica, atualmente elas integram a Kamikaze Racing Team (KRT), uma equipe de estudantes que representa a Universidade Federal da Bahia (UFBA) nas competi��es F�rmula SAE Brasil. Criada em 2004, a F�rmula SAE Brasil re�ne estudantes de institui��es p�blicas e privada de todo o pa�s para porem em pr�tica o que aprendem nos cursos de engenharia. Junto com outros cerca de 30 membros do KRT UFBA, as meninas t�m o desafio de construir do zero um prot�tipo de autom�vel tipo F�rmula.


Apesar de pouca presen�a feminina nas salas de aula do curso, tanto Let�cia quanto Nath�lia encontram no KRT um espa�o onde podem, construir com outras meninas, representatividade na universidade. "As pr�prias mulheres e os homens da equipe se preocupam em n�o propagar ainda mais o que vem de l� de fora", comenta a estudante Nath�lia. Na atual equipe, o KRT UFBA conta com tr�s lideran�as femininas respons�veis por �reas de produ��o do carro. "Ano passado, Nath�lia era nossa l�der de aerodin�mica e esse ano eu sou l�der de powertrain. Os l�deres t�m como papel proporcionar a uni�o dos sistemas, gerando o produto final, que � o nosso carro", explica Let�cia. 


As meninas, que s�o apaixonadas pelo universo da engenharia mec�nica, relembram que a decis�o de seguir carreira nessa �rea n�o foi de cara aceita por pessoas mais pr�ximas. A preocupa��o era a engenharia mec�nica seria uma "profiss�o de homem". Elas n�o deram ouvidos e hoje seguem sendo exemplos para outras estudantes que tamb�m t�m vontade de ser engenheiras. 


"Ouvimos muito que tem esse preconceito com a mulher engenheira. Na verdade, as pessoas de fora acabam gerando mais preconceito do que internamente. Aqui dentro se voc� se dedica e vai em busca do que voc� quer, voc� acaba passando por cima de todos os preconceitos", aconselha Nath�lia. "Acho que se voc� gosta, se � apaixonado por aquilo que faz, independente de g�nero, voc� consegue ultrapassar esses obst�culos", completa Let�cia.


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