
Pelo menos 75 das 102 universidades e institutos federais do Pa�s convocaram protestos para esta quarta-feira, 15, em resposta ao bloqueio de 30% dos or�amentos determinado pelo Minist�rio da Educa��o (MEC).
Eles ter�o apoio de universidades p�blicas estaduais de diversos Estados - incluindo S�o Paulo, onde os reitores de USP, Unicamp e Unesp convocaram docentes e alunos para "debater" os rumos da �rea.
Um dos alvos do protesto, o ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, disse nessa ter�a-feira (14) que as universidades precisam deixar de ser tratadas como "torres de marfim" e n�o descartou novos contingenciamentos.
Cientistas e pesquisadores de diversas institui��es e estudantes de faculdades privadas tamb�m v�o aos protestos convocados.
Atos em todos os Estados v�m sendo chamados pelas maiores entidades estudantis e sindicais do Pa�s, incluindo a Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confedera��o Nacional dos Trabalhadores em Educa��o (CNTE). Em Bras�lia, o pr�dio do MEC j� amanheceu nesta ter�a-feira cercado por homens da For�a Nacional de Seguran�a P�blica. O secret�rio executivo da pasta, Antoni Paulo Vogel, afirmou que a prote��o foi pedida pelo governo federal. "Temos de estar preparados para evitar qualquer tipo de problema. Simples assim."
Autonomia e custos
O ministro Weintraub afirmou na ter�a ser favor�vel at� � entrada da pol�cia nas universidades. "Autonomia universit�ria n�o � soberania", disse, durante caf� da manh� com jornalistas. Ele argumentou que, no passado, a regra pode ter feito sentido, "mas atualmente � dispens�vel".
O ministro destacou ainda que a autonomia das institui��es deve se dar tamb�m na �rea financeira, com a cria��o de mecanismos que permitam a busca de recursos e patroc�nios. "Hoje elas n�o podem... N�o estou falando em cobrar, sou contra cobrar dos alunos de gradua��o." Mas, emendou, "o ideal seria a cria��o de mecanismos para que empresas se tornem patronas de institui��es, possam construir pr�dios, colocar nomes nas novas instala��es", disse. "Essas torres de marfim que a gente criou impedem que renda possa ser gerada para ser usada na pesquisa."
O ministro se esquivou de fazer coment�rios sobre a greve, mas condicionou a libera��o dos recursos bloqueados � aprova��o da reforma da Previd�ncia e n�o descartou novos cortes. Weintraub procurou ainda reduzir a import�ncia do bloqueio sofrido pela pasta que lidera, citando outros minist�rios que tiveram contingenciamentos maiores, como a Defesa.
O ministro disse ter recebido 50 reitores desde que assumiu e, de acordo com os relatos, a conta das universidades est� em dia e "a vida segue normal". Ele reiterou que o bloqueio s� deve ser sentido no segundo semestre. "Se tiver algum problema, vou at� o Minist�rio da Economia, para abrir exce��o."
� tarde, em entrevista � R�dio Jovem Pan, Weintraub voltou a negar o contingenciamento de 30% - anunciado pelo pr�prio MEC. "Mostrem os n�meros. Parem de mentir. Estamos contingenciando 3,5%."
Pela manh�, ele havia sido dram�tico ao falar sobre seu curto per�odo � frente do Minist�rio da Educa��o. Transcorridos menos de dois meses da sua posse, ele se queixa de persegui��o. "Estou sendo ca�ado com taco de beisebol e machadinha. O inimigo n�mero 1 de tudo", disse. "Estou sendo mo�do."
Justi�a
A ju�za Renata Almeida de Moura Isaac, titular da 7.ª Vara C�vel de Salvador, solicitou que a Uni�o justifique, em at� cinco dias, cada um dos bloqueios or�ament�rios que imp�s �s institui��es de ensino superior no Pa�s. O pedido � consequ�ncia da a��o popular impetrada pelo deputado federal Jorge Solla (PT-BA), no dia 30 de abril, que pediu a "anula��o imediata" dos cortes, sob alega��o de que o ministro Abraham Weintraub (Educa��o) atribuiu publicamente a decis�o � uma reprimenda �s institui��es que "promoviam balb�rdia".