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Estado de Minas

"A vida � um sopro", dizia Niemeyer. Confira curiosidades sobre o arquiteto


postado em 05/12/2012 23:25

(foto: Elza Fiúza/CB/D.A Press)
(foto: Elza Fi�za/CB/D.A Press)
Dono de personalidade incisiva, Oscar Niemeyer acumulou hist�rias curiosas e inusitadas. Com o seu tom pessimista, dizia que as pessoas nunca mudariam, apenas o mundo, e revelava grandes segredos quando falava sobre os detalhes da carreira e as explica��es de suas obras.

Carreira

Quando era menino, gostava de desenhar com o dedo. Dizia que esse gosto o levou para a arquitetura. O arquiteto norteava seu trabalho com a preocupa��o de ser diferente e sempre considerando a arquitetura como inven��o. Primeiro projeto do arquiteto foi feito quando ele ainda estava na faculdade. Foi uma casa para um tio que era m�dico.

Uma das primeiras obras de Niemeyer, o bairro da Pampulha, em Belo Horizonte, foi projetado em uma noite, ap�s um pedido de Juscelino Kubitschek. Ao surgir alguma ideia arquitet�nica, Niemeyer desenhava a futura obra e redigia um texto para encontrar argumentos para o que iria projetar. Caso o texto n�o ficasse bom, repensava o projeto.

Depois de casado, foi trabalhar de gra�a para L�cio Costa a fim de por em pr�tica e aprender com o urbanista. Al�m de participar ativamente do Partido Comunista, Niemeyer era simpatizante do Movimento dos Sem Terra.

Bras�lia

No come�o, achou Bras�lia longe demais, mas a determina��o de Juscelino Kubitschek o fez prosseguir. Queria ter conversas e companhias mais variadas durante o per�odo em que passaria na futura capital e levou v�rios amigos para Bras�lia, entre jornalistas, m�dicos e outros 15 que estavam desempregados na �poca.

Arquiteto explicava que projetou o teto do Congresso no n�vel das avenidas para possibilitar que quando as pessoas chegassem, vissem a Pra�a dos Tr�s Poderes. Sobre as cr�ticas de que o local n�o possu�a sombra, justificava explicando que aquela � uma pra�a c�vica, que precisa ter a arquitetura reassaltada. Tudo isso para fazer com o que o visitante sinta a import�ncia da pra�a

Procurou dar unidade �s suas obras. � o caso do Pal�cio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, que t�m o mesmo tipo de coluna. Queria uma Catedral diferente das antigas, que exprimisse concreto. Mesmo n�o sendo cat�lico, se preocupou que quando as pessoas estivessem na nave vissem os espa�os infinitos. Procurou a liga��o da terra com o c�u.

Na primeira vez que foi a Bras�lia de avi�o, sentou-se ao lado do Marechal Lott, que perguntou se o edif�cio reservado aos militares, o Quartel General do Ex�rcito, seria cl�ssico, o arquiteto respondeu: “�. O senhor em uma guerra o que vai querer? Arma antiga ou moderna?”

Se decepcionou com o crescimento desordenado de Bras�lia. Para o arquiteto, a cidade precisava ter um cintur�o verde em volta para impedir o crescimento desordenado.

Em 2009, idealizou a Pra�a da Soberania em frente � Rodovi�ria do Plano Piloto. No entanto, o projeto n�o foi adiante devido a press�o de arquitetos que eram contra a obra por ferir o plano de L�cio Costa.

Medo de avi�o

Niemeyer dizia ter medo de andar de avi�o e s� fazia isso quando se sentia realmente bem. Certa vez, em Bras�lia, foi obrigado a sobrevoar as constru��es juntamente com Juscelino Kubitschek. O presidente amea�ou prend�-lo caso n�o atendesse ao pedido.

O arquiteto s� entrou no Pal�cio da Alvorada duas vezes. Uma em 1960 e outra em 2003, quando convidado pelo ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Na ocasi�o, fez uma viagem de dois dias, com paradas, do Rio de Janeiro at� Bras�lia.

Em 2004, aos 96 anos, a fobia o impediu de ir at� o Jap�o para receber o Pr�mio Imperial, maior honra da �rea art�stica dos pa�ses asi�ticos.

Sobre as cr�ticas


Criticado por muitos sobre a falta de funcionalidade dos projetos, Oscar Nimeyer dizia: “ Se
voc� ficar preocupado s� com a fun��o, fica uma merda”.

Arquiteto acreditava ser importante se preocupar com a beleza dos pr�dios. Sempre esteve ciente de que a popula��o n�o poderia usufruir de suas obras, mas queria que ela pelo menos pudesse apreci�-las.

Frases e pensamentos
"A vida � um sopro"

"Tudo tem que d� uma explica��o, mediocridade autiva � uma merda"

"Existem apenas dois segredos para manter a lucidez na minha idade: o primeiro � manter a mem�ria em dia. O segundo eu n�o me lembro.

“Estou longe de tudo,
de tudo o que eu gosto,
da terra t�o linda
que me viu nascer.
Um dia eu me queimo,
meto o p� na estrada,
� a� no Brasil
que eu quero viver;
cada um no seu canto,
cada um sob um teto
a brincar com os amigos,
vendo o tempo correr.
Quero olhar as estrelas,
quero sentir a vida,
� a� no Brasil
que eu quero viver.
Estou puto da vida
(essa gripe n�o passa!)
de ouvir tanta besteira,
n�o me posso conter.
Um dia eu me queimo
e largo tudo isto,
isto aqui n�o me serve,
n�o me serve de nada,
a decis�o est� tomada,
ningu�m vai me deter.
Que se dane o trabalho
e este mundo de merda,
� a� no Brasil
que eu quero viver!”
Poema escrito enquanto estava no ex�lio

No document�rio A vida � um sopro (2007), o diretor Fabiano Maciel revela os momentos mais marcantes da sua vida do arquiteto. O pr�prio artista explica algumas curiosidades das obras projetadas.

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