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Estado de Minas

De mente e m�os r�pidas, Niemeyer marcou um novo estilo de fazer arquitetura

Niemeyer � apontado com um dos mais influentes na arquitetura moderna mundial


postado em 05/12/2012 22:46 / atualizado em 06/12/2012 00:10

(foto: Tina Coelho/CB/D. A Press)
(foto: Tina Coelho/CB/D. A Press)

S�mbolo da vanguarda e da cr�tica ao conservadorismo de ideias e projetos, o carioca Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, de 104 anos, que morreu na noite desta quarta (5), � apontado como um dos mais influentes na arquitetura moderna mundial. Os tra�os livres e r�pidos criaram um novo movimento na arquitetura. A capital Bras�lia � apenas uma das suas in�meras obras espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.

Dono de um esp�rito inquieto e permanentemente em alerta, Niemeyer lan�ou frases que ficaram na mem�ria nacional. Ao perder mais um amigo, ele desabafou: “Estou cansado de dizer adeus”. Em meio a um epis�dio de mais viol�ncia no Rio de Janeiro, perguntaram para Niemeyer se ele ainda se indignava, a resposta foi r�pida e objetiva. “O dia em que eu n�o mais me indignar � porque morri.”


Em 1934, Niemeyer se formou na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. De princ�pios marxistas, ele resistia ao que chamava de arquitetura comercial. At� 2009, ele costumava ir todos os dias ao escrit�rio, em Copacabana, no Rio de Janeiro. A frequ�ncia caiu depois de duas cirurgias – uma para a retirada de um tumor no c�lon e outra na ves�cula. Em 2010, foi internado devido a um quadro de infec��o urin�ria.

Ao longo da sua vida, Niemeyer associou seu trabalho � ideologia. Amigo de Lu�s Carlos Prestes, ele se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e emprestou o escrit�rio para organizar o comit� da legenda. Durante a ditadura (1964-985), ele se autoexilou na Fran�a. Nesse per�odo foi � ent�o Uni�o Sovi�tica.

Em 2007, Niemeyer presenteou Fidel Castro, ex-presidente de Cuba, com uma escultura na qual h� uma imagem monstruosa que amea�a um homem que se defende com a bandeira de Cuba. No mesmo ano, foi alvo de cr�ticas pelo pre�o cobrado, no valor de R$ 7 milh�es, pelo projeto de constru��o da sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Bras�lia.

Independentemente das pol�micas, Niemeyer se transformou em sin�nimo de ousadia com a constru��o de Bras�lia. Os cart�es-postais da cidade foram feitos por ele, como a Igrejinha da 307/308 Sul, constru�da no formato de um chap�u de freira cuja obra durou apenas 100 dias.

O Pal�cio da Alvorada, a resid�ncia oficial da Presid�ncia da Rep�blica, foi o primeiro edif�cio p�blico inaugurado na capital, em junho de 1958. Na obra, Niemeyer colocou os pilares na fachada do pr�dio para simbolizar o emblema de Bras�lia.

A sede do governo federal, o Pal�cio do Planalto, comp�e o conjunto de edif�cios da Pra�a dos Tr�s Poderes onde est�o os pr�dios do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional – formado por duas semiesferas simbolizando a C�mara dos Deputados (voltada para cima) e o Senado (voltada para baixo).

Por�m, um dos s�mbolos mais visitados da capital � a Catedral Metropolitana. Constru�da como uma nave, o acesso ao pr�dio � poss�vel por meio de uma passagem subterr�nea. No teto da igreja, h� anjos dependurados.

Em janeiro deste ano (2012), Niemeyer enterrou a filha Anna Maria, de 82 anos, que morreu em consequ�ncia de um enfisema pulmonar, no Rio. Desde ent�o, segundo amigos, o arquiteto passou a sair menos de casa e ficou mais fechado.

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