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Al�m dos limites

Finalizada a Semana de Alta-Costura de Paris, fica evidente a vontade dos estilistas de explorar shapes que ultrapassam os contornos do corpo e criam formas e volumes inesperados


postado em 27/01/2019 05:08

Alexis Mabille(foto: francois guillot/afp)
Alexis Mabille (foto: francois guillot/afp)


Modelagens extravagantes dominaram as passarelas em Paris. Nos desfiles da �ltima Semana de Alta-Costura, os estilistas abusaram de geometrias fora do padr�o para criar volumes que surpreendem. Os tecidos ganharam camadas, babados e plissados. As mangas n�o s�o apenas bufantes, em alguns looks elas surgem com formas e alturas inesperadas. O colo tamb�m ganhou uma aten��o especial com golas que ultrapassam o pesco�o. A seguir, como tr�s grifes – Dior, Chanel e Iris van Herpen – exploraram os volumes nesta temporada.


O desfile da Dior prop�s uma imers�o no universo do circo. A grife montou um picadeiro nos jardins do Museu Rodin e levou para a passarela o grupo brit�nico Mimbre, formado s� por acrobatas mulheres. “O legado do circo para a Dior � muito forte, ent�o tentei traduzir esse universo com a minha linguagem”, pontuou a estilista italiana Maria Grazia Chiuri, primeira mulher a ocupar o posto de diretora criativa da francesa Dior. Segundo ela, uma das refer�ncias mais significativas � a foto hist�rica da modelo Dovima usando um vestido de gala da marca entre dois elefantes.


As acrobatas emolduravam os passos das modelos, que tinham l�grimas pintadas nos olhos, como os pierrots. Ali�s, muitos elementos lembravam pierrots, colombinas e arlequins, entre eles golas de tule volumosas, desenhos geom�tricos (principalmente losangos, c�rculos e listras) e a combina��o de preto e branco. Ainda no tema circo, casacos, blazers e jaquetas reproduziam o visual dos trajes dos domadores, enquanto looks brilhantes (incluindo meia-cal�a) remetiam ao collant dos acrobatas. Entre os bordados, tigre pulando um aro em chamas, malabarista se equilibrando em bicicleta e domador rodeado de animais.


A estilista usou v�rias estrat�gias para criar volumes nas roupas. Podemos citar mangas bufantes, golas que ultrapassam o pesco�o, tules que fazem as vezes de asas, cal�as amplas na perna e justas nos tornozelos, decotes tomara que caia com babados, plissados exagerados, modelagens geom�tricas e saias que mais parecem crinolinas. Vestidos de festa dividiram espa�o com uma alfaiataria luxuosa. “A alta-costura precisa usar uma nova linguagem. Provavelmente, temos que encontrar o equil�brio entre o que � a heran�a dela e o novo mundo”, analisa Chiuri, apontando para os novos tempos da Dior.
Os volumes foram essenciais para contar a hist�ria da cole��o da Chanel, que se passa no s�culo 18. O estilista Karl Lagerfeld abusou de babados, mangas bufantes, tules armados nos ombros, la�os enormes, balon� e saias em camadas. Ao mesmo tempo, deu um toque de modernidade aos looks ao usar, por exemplo, couro em jaquetas e saias, comprimento m�di (que deixa os tornozelos � mostra), inclusive no cl�ssico tailleur, e decotes. Tudo isso ambientado em um jardim mediterr�neo, com piscina e tudo, montado no Grand Palais, que contrastava com o frio congelante l� de fora.


Karl Lagerfeld n�o apareceu ao fim do desfile (algo que n�o acontecia h� d�cadas) alegando cansa�o, mas foi ele quem pensou e desenhou toda a cole��o. A inspira��o vem de uma exposi��o em cartaz no Museu Cognacq-Jay, em Paris, sobre mercadores que vendiam obras de arte, joias, porcelanas e outras preciosidades da �poca e ajudaram a desenvolver o mercado de luxo parisiense. O resultado, naturalmente, � a presen�a ainda mais marcante do trabalho artesanal.


As roupas encheram a passarela de flores em v�rios materiais e texturas: plumas, rendas, lantejoulas pintadas a m�o e at� mesmo flores naturais resinadas. Desta vez, o look de noiva da Chanel mostrou um denso bordado de flores prateadas, da cabe�a aos p�s. A modelo parecia ter sa�do da piscina, apesar de toda a sofistica��o, j� que vestia um traje de banho metalizado, com mai� no estilo engana mam�e (com recortes nas laterais), touca e chinelos de salto, al�m do extenso v�u. A noiva encerrou o desfile ao lado diretora do est�dio de cria��o Virginie Viard, j� que Karl Lagerfeld n�o deu o ar da gra�a.


Iris van Herpen est� acostumada a fazer interpreta��es da natureza na passarela. Ent�o, para ela os volumes s�o indispens�veis. Nesta temporada, a estilista partiu de estudos sobre criaturas h�bridas, que s�o uma mistura de humanos com animais. “Olhei para a evolu��o da forma humana, sua idealiza��o atrav�s do tempo e a hibrida��o das formas femininas dentro da mitologia”, complementou a holandesa, que buscou refer�ncias no livro Harmonia macroc�smica, um atlas publicado no s�culo 17. Al�m de mapas constelares, ele cont�m representa��es de seres mitol�gicos e astrol�gicos.

ORG�NICO Os vestidos funcionavam como uma extens�o do corpo das modelos. A estilista se valeu de recursos como plissados manuais, recortes a laser e volumes (especialmente nos ombros) para criar formas org�nicas que poderiam lembrar p�talas, asas de insetos, o movimento das �guas ou qualquer outro elemento da natureza. Saias esvoa�antes levavam fluidez para a passarela, enquanto modelagens estruturadas deixavam os looks mais r�gidos.


A holandesa desenvolveu as estampas em parceria com o ex-engenheiro da Nasa Kim Keever, que hoje trabalha com fotografia e pintura. Imagens de nuvens coloridas foram impressas em organzas transl�cidas, criando um efeito borrado. Al�m disso, ela utilizou um material pl�stico para fazer ondas tridimensionais. Em movimento, os looks tecnol�gicos distorciam o contorno dos corpos. O desfile ficou ainda mais futurista com a presen�a das joias impressas em 3D, que reproduziam o rosto das modelos, e com os sapatos com saltos de acr�lico transparente, que se iluminavam quando as luzes se apagaram para dar lugar a lasers coloridos projetados nas paredes.


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