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Estado de Minas

Jovens apostam em formatos diferentes de desfile para apresentar suas roupas

Editorias ganham mais adeptos, assim como pesquisas hist�ricas e desenvolvimento de figurinos


postado em 08/12/2019 04:00 / atualizado em 07/12/2019 21:18

Mariana Arnoni(foto: Mariana Arnoni/Divulgação)
Mariana Arnoni (foto: Mariana Arnoni/Divulga��o)
 
Passarela � lugar de experimentar e encontrar novos caminhos para a moda. Ainda mais quando os estilistas s�o jovens que acabaram de se formar. O Fumec Forma Moda chega � sua 29ª edi��o mantendo a tradi��o de mostrar que n�o faltam ideias ousadas e inovadoras para o mercado. At� mesmo fora da passarela. “O que me marcou nesta edi��o foi observar que os alunos est�o levando a moda para al�m do desfile”, resume o professor Antonio Fernando B. Santos.
 
Isabela Albertini(foto: Juliana Figueroa/Divulgação)
Isabela Albertini (foto: Juliana Figueroa/Divulga��o)
 
 
Em vez de desfile, editorial. Mariana Arnoni usou a fotografia, sua principal �rea de interesse, para mostrar a roupa que criou. No ensaio, ela uniu moda com outra paix�o, a m�sica, que a acompanha desde pequena, inclusive em aulas de violino. “Quis mostrar a import�ncia da m�sica e da moda num aspecto comportamental. As duas marcam o tempo e interferem muito na identidade de cada um”, diz.
 
Mariana trabalhou com o poema sinf�nico Uirapuru, de 1917. Baseada em partituras, ela reproduziu no seu �nico look, todo em camadas, elementos literais e n�o literais da obra de Heitor Villa-Lobos. A escolha do algod�o era “para enfatizar a sustentabilidade e valorizar a cultura brasileira”.
 
Na primeira camada, uma trama feita no tear representa o andamento da m�sica e tamb�m faz refer�ncia � ingenuidade das �ndias, que se deixaram levar pelo conto do Uirapuru. As camadas seguintes reproduzem a hist�ria em cores: azul, roxo, vermelho e verde. Depois, vem a aplica��o de penas, que simbolizam, de forma literal, o p�ssaro.
 
Anna Marttiello(foto: Rafaela Nassam/Divulgação)
Anna Marttiello (foto: Rafaela Nassam/Divulga��o)
 
 
Por fim, uma representa��o de s�mbolos da fauna noturna que Villa-Lobos aponta como testemunha da hist�ria do Uirapuru. Animais como vagalume, lagartixa, sapo e coruja foram estampados na camada mais aparente da roupa atrav�s da t�cnica de serigrafia.
 
Sobre a modelagem, Mariana conta que achou melhor trabalhar com uma constru��o mais intuitiva, ligado a sinestesia (mistura de sensa��es). “Escolhi a moulage intuitiva, por isso fiz a roupa na hora das fotos, enquanto escutava a m�sica”, detalha.
 
Larissa Furtado Ferreira(foto: Gusttavo Lima/Divulgação)
Larissa Furtado Ferreira (foto: Gusttavo Lima/Divulga��o)
 
 
Na edi��o do Fumec Moda em Moda com menos desfiles, surgiu uma diversidade maior de editoriais. Zo� Ruppert criou e fotografou tr�s modelos de chap�us femininos inspirados na chapelaria da Segunda Guerra Mundial, enquanto Julie Isabelle produziu fotos em que as protagonistas s�o joias ligadas � est�tica do renascimento. “A moda est� crescendo para outras �reas, figurino, fotografia, pesquisa hist�rica, e n�o s� desenvolvimento de cole��o”, comenta o professor Santos.
 
Entre os alunos que preferiram ocupar a passarela est� Isabela Albertini, que s� incluiu jeans no desfile. A escolha se justifica tanto por uma prefer�ncia pessoal da aluna, que segue um estilo mais b�sico e gosta de incluir o jeans em todas as suas produ��es, quanto pelo seu momento profissional, j� que ela trabalha como estilista na Cedro T�xtil.
 
Ana Flávia Mendes e Maria Luiza Sá(foto: Mariana Figueiredo/Divulgação)
Ana Fl�via Mendes e Maria Luiza S� (foto: Mariana Figueiredo/Divulga��o)
 
 
A cole��o resgata a hist�ria do tecido que se tornou popular e democr�tico em todo o mundo. “Muitas pessoas acham moda f�til, mas tudo tem uma hist�ria. Qualquer roupa, incluindo o jeans, tem um motivo para existir”, destaca. Inicialmente usado como roupa de trabalho, ele ganhou novo significado depois da Segunda Guerra Mundial, quando os jovens da �poca, conhecidos como Beat Generation, come�aram a us�-lo numa manifesta��o de contracultura, acrescentando pitadas de estilo.
 
Isabela apostou em cinco pe�as cl�ssicas, jaqueta, cal�a, jardineira, camisa e short, todas feitas com o puro �ndigo, ora mais claro, ora mais escuro. Na composi��o, 98% de algod�o e 2% de elastano, o que garante conforto, sem interferir na est�tica caracter�stica daqueles tempos.
 
Joanna Lemos(foto: Juane Matos/Divulgação)
Joanna Lemos (foto: Juane Matos/Divulga��o)
 

UTILIT�RIO Elementos dos anos 1950, como mangas, golas e cintura marcada, fazem refer�ncia ao momento em que o jeans ganhou as ruas e se misturam a uma pegada utilit�ria. “Quis usar o jeans utilit�rio para fazer jus �quela �poca, ent�o inseri v�rios bolsos, como cargo e carpinteiro, para relembrar os tempos em que ele era apenas uniforme”, explica.
 
Camp � um estilo de se vestir que preza pelo exagero e inusitado, mas tudo de forma espont�nea e natural. Anna Marttiello estudou o �nico texto sobre o assunto, de 1964, para desenvolver a sua cole��o e descobriu que os adeptos desta est�tica valorizam muito roupas antigas. Por isso, ela teve a ideia de trabalhar com o upcycling de pe�as segunda m�o garimpadas em brech�s e bazares e de acervo familiar.
 
O processo envolveu o resgate de mem�rias afetivas da estilista. “Relembrei do costume que tinha, desde pequena, de 'assaltar' o guarda-roupa da minha av� e da minha m�e. Achei essencial usar o upcycling para mostrar o meu c�digo pessoal na cole��o”, defende.
 
Catharina Vulcano(foto: Estúdio CaxaPreta/Divulgação)
Catharina Vulcano (foto: Est�dio CaxaPreta/Divulga��o)
 
 
A cal�a cinza, por exemplo, era da av� de Anna e carrega uma hist�ria muito curiosa. Na �poca dela, as mulheres s� podiam usar saia para trabalhar. At� que, um belo dia, a funcion�ria da Nestl� resolveu vestir cal�a e acabou revolucionando o c�digo de vestimenta da f�brica.
 
Anna transformou a cal�a comprida em uma pantacourt e aproveitou a sobra de tecido para fazer as mangas da blusa, que tem uma modelagem totalmente assim�trica. A blusa ainda tem partes de um vestido da av� e de uma camisa de organza garimpada em brech�. “A cole��o � um convite para se permitir explorar e experimentar coisas novas. Pensei em roupas sem g�nero justamente para incentivar a cultura de moda sem padr�es”, aponta. 
 


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