
No passado, a mudan�a do Centro para a Savassi foi decisiva para o crescimento da marca. Cinquenta anos depois, a mineira Zak, de moda masculina, mira um novo mercado, um pouco mais distante: S�o Paulo. Com 10 lojas em Belo Horizonte e regi�o, a marca j� n�o tinha mais para onde crescer e agora quer se firmar em um territ�rio diferente. “Nada melhor que testar o nosso produto num mercado muito maduro e competitivo”, aponta o diretor criativo, Bruno Gomide.
Bruno sentia que a Zak j� estava madura o suficiente para encarar os paulistas. Para ele, o estilo contempor�neo da marca, que se antecipa aos desejos dos clientes, combina bem com o clima cosmopolita da cidade. “Tentamos sempre adivinhar o que o homem vai querer daqui a um ano, o que nem ele sabe ainda”, destaca. A inova��o est� em tecidos, modelagens e servi�os.

A nova loja, nos Jardins, apresenta uma nova aposta da marca: o espa�o Zak Private, exclusivo para roupas sob medida. S�o mais de 300 op��es de tecidos, entre italianos e ingleses, como l�, algod�o, linho e seda. O cliente tamb�m pode escolher forro, bot�o, bolso, tamanho da lapela e ainda inserir suas iniciais. Se der certo, o servi�o ser� replicado em BH.
Mas o foco se mant�m na linha casual, que, h� um bom tempo, vem impulsionando as vendas. “O homem mudou o seu jeito de vestir, tem focado em blazer com jeans ou cal�a de sarja. Terno e costume ficam para as ocasi�es especiais”, observa.

O p�blico de S�o Paulo vai descobrir que a Zak sempre busca elementos que fazem da sua hist�ria para criar as suas cole��es. No alto-ver�o, elegeu-se a Avenida do Contorno. “Toda a nossa hist�ria, nestes 50 anos, se deu nos limites da Contorno, foi onde tudo come�ou. Quisemos explorar a arquitetura supercontempor�nea que tem dentro da avenida, conectando o antigo com o novo”, justifica Bruno. Camisetas estampam, por exemplo, a primeira planta de BH.
A marca anda investindo muito em malha. Tanto que o tecido extrapola camisetas e camisas polo para chegar a cal�as, blazers e coletes de alfaiataria, resultando em looks modernos e confort�veis. Para a camisaria, a escolha da vez � a viscose, que garante mais frescor. “Desenvolvemos um fio de tric�, feito de poliamida com viscose, que � mais gelado e traz mais conforto no ver�o”, acrescenta Bruno, apontando para uma linha de tric�s de manga curta.

O diretor criativo fala tamb�m sobre as cal�as com uma tecnologia brasileira que preza pelo conforto. Com el�stico embutido no c�s, elas se adaptam �s mudan�as do corpo ao longo do dia. “O homem de hoje busca cada vez mais conforto e praticidade, escolhendo produtos que possam ser usados de dia e de noite, al�m de eleg�ncia, � l�gico, mas despretensiosa”, pontua.
Sobre modelagem, Bruno conta que tem diminu�do a espessura das ombreiras de blazers e palet�s, com o objetivo de deixar os ombros mais naturais, acompanhando mais a forma do corpo. Um dos destaques desta cole��o � um blazer totalmente sem forro, que veste quase como uma camisa. Leve e confort�vel, sem deixar de ser elegante.
No ver�o, a marca consegue ir al�m das cores b�sicas e mostra mais ousadia ao investir em tons como lil�s, rosa e amarelo. Bruno praticamente cresceu junto com a Zak. A primeira loja j� funcionava na Rua Guajajaras quando seu pai, representante comercial, entrou como s�cio da marca. O convite surgiu depois que ele sugeriu aos dois fundadores que se mudassem para a esquina da Rua Inconfidentes com a Rua Pernambuco. Na �poca, in�cio do anos 1970, a Savassi despontava como uma regi�o promissora para o com�rcio.

Desde cedo envolvido com moda masculina, Bruno come�ou a trabalhar nas lojas da Zak com 15 anos e n�o parou mais. Aos 17, se mudou para Londres, onde trabalhou como vendedor na Armani e depois passou a ser respons�vel pela sele��o de mat�ria-prima para importar.
“Meu pai na �poca teve a ideia de importar tecidos e marcas internacionais exclusivas para a Zak. Como eu estava l�, ele me pediu para fazer o trabalho de curadoria como comprador. Ainda era muito novo, com pouca experi�ncia, mas j� tinha um olhar para produto.” Entre as escolhas, linho irland�s, considerado o melhor do mundo, cashmere escoc�s e bot�es de madrep�rola.
SUPERVISOR Depois de cinco anos, j� formado em neg�cios e marketing, Bruno voltou a BH para assumir o posto de supervisor de vendas da Zak. Nessa �poca, a marca come�ava a investir mais em cole��es pr�prias. “Depois fui buscar experi�ncia em outras empresas, para ter outras vis�es de neg�cio, e fiquei mais sete anos fora.” Bruno trabalhou na Ellus como gerente de importa��o, passou pela Divis�o de Tecidos de L� Fria da Paramount T�xteis e se envolveu com o setor de cal�ados na Vulcabras Azaleia.
Em 2009, o herdeiro voltou definitivamente para a Zak. O tempo que dedicou a outros neg�cios o ajudou a assumir o comando da empresa aos 34 anos. “Tinha ganho mais maturidade, n�o s� pela idade, mas pela experi�ncia comercial, em gest�o, compras, negocia��o. Isso foi essencial para a marca superar tantos desafios”, analisa.
O mercado tamb�m havia mudado desde a sua sa�da. “O homem estava mais aberto para uma moda diferente, menos conservadora, o que nos possibilitou oferecer o que quer�amos e nos ajudou a crescer”, comenta. Hoje, 95% dos produtos s�o pr�prios, com a exce��o de jeans e sapatos. A produ��o se divide entre v�rios estados brasileiros, al�m de Peru (tudo de malha) e It�lia (gravatas).