Saber virar o jogo no momento certo � regra de ouro do mercado e sintetiza a trajet�ria da Vivaz, marca comandada por Elizabeth Faria e suas filhas, Camila e Isabela Faria. A pandemia direcionou o caminho desse trio de mulheres consolidando-se com a instala��o da sede da empresa em um casar�o branco, de dois andares, com estilo neocl�ssico, no bairro Belvedere. L� tudo foi pensado com carinho e refinamento para receber a exclusividade do trabalho de alta costura.
O branco e o dourado nos detalhes, os m�veis com influ�ncia cl�ssica, tudo conspira para transmitir leveza e relaxamento para receber a clientela: s�o noivas, suas m�es, madrinhas, gente que comemorar como il faut as cerim�nias de casamentos – ou das festas, em geral.
Mesmo, agora, em que os sonhos foram adiados, o atelier continua a todo vapor para que, no momento certo, eles possam ser realizados com sucesso. “No final do ano passado, com o abrandamento da pandemia, os mini weedings aconteceram e entregamos v�rios vestidos, que j� estavam na agenda”, comenta Camila, que, como a m�e e irm�, forma o estilo da marca.
Para quem acha que trata-se de uma mudan�a radical, � necess�rio voltar atr�s para relembrar que Elizabeth Faria fez um longo percurso at� chegar ao status atual. Formada em administra��o de empresas e contabilidade, Beth, como � conhecida, sempre teve bom gosto e olho para a moda.
Enquanto trabalhava em um banco, come�ou a revender pe�as das cole��es de algumas marcas do bairro do Prado e, quando deu por si, estava montando um pequeno atelier de costura na garagem de sua casa, na �poca no bairro S�o Bento. Dali a pouco, instalava-se em um im�vel na rua Bernardo Guimar�es, onde vendia boas grifes nacionais e, com o advento da alta costura crescente, transferia-se para outro espa�o de tr�s andares, na rua Rio Grande do Sul.
Em dado momento, particularmente com o surgimento do Minas Trend, a Vivaz se transformou em uma marca refer�ncia mineira em moda festa, cobrindo 130 pontos de vendas em todo o Brasil, participando de showrooms no atacado em Paris e desfilando em importantes eventos nacionais em S�o Paulo, Rio de janeiro, al�m do pr�prio MT, em Beag�.
Retorno A acelera��o ganhou for�a quando a filha, Camila, graduou-se em moda pela Fumec e foi se especializar em neg�cios no IBMEC. Sua entrada significou um g�s, um olhar mais fresh, o toque de contemporaneidade que o neg�cio estava precisando. Isabela, que tamb�m se formou na mesma universidade, chegou para refor�ar o time e as duas irm�s lan�aram uma segunda label, a Viva, com esp�rito mais jovem. “N�s pensamos em roupas de festas que conversassem com as meninas de 15 anos, com toque fashion e muita bossa. A marca foi muito bem recebida na �poca”, relembra Camila.
Com o Minas Trend, o estado se transformou em um grande produtor de moda voltada para esse g�nero. Foi um fen�meno: de repente, grande parte das empresas mineiras abandonou o estilo casual e o streetwear para investir no segmento luxo, o que significava, no primeiro instante, cria��es ornadas com muitas pedras, canutilhos, paet�s, plumas. A explica��o era simples: o ganho em cima de uma pe�a com essas caracter�sticas era muito maior do que o de um modelo mais simples.
“A feira abriu a porta para muita concorr�ncia em n�mero de marcas e em pre�o. A Vivaz sempre se diferenciou por trabalhar com mat�rias-primas de qualidade, sedas, tecidos importados, modelagem precisa. Come�amos a perceber que o atacado de moda festa estava perdendo o caminho. Como n�o quer�amos entrar nessa briga, come�amos a repensar o formato”, pontua a estilista.
A essa altura, a empresa havia investido pesado em uma f�brica moderna e bem equipada, no bairro Carlos Prates, com o objetivo de viabilizar e atender, com efic�cia, o mercado nacional e internacional, j� que exportava, na �poca, para v�rios pa�ses, al�m de abastecer as lojas de Belo Horizonte e de S�o Paulo. “N�s est�vamos em um ritmo muito acelerado, mas come�amos a nos preocupar com os sinais que percebemos. E resolvemos retornar para algo que sempre fizemos muito bem, desse o in�cio, que � alta costura. Com as feiras, desfiles, exporta��o, n�o t�nhamos tempo de dedicar a essa �rea”.
Uma carta enviada aos clientes encerrou essa etapa da Vivaz para dar in�cio a outra. “Encerramos tamb�m a loja de S�o Paulo e, agora, nesse novo modelo, atendemos a clientela no hotel Fasano, dentro do sistema atelier. Como fizemos contatos estreitos com pessoas de todo o Brasil, temos demanda de todos os estados, de Bel�m a Porto Alegre Beth, Camila e Isabela est�o animadas diante da certeza de que, debelada a pandemia com a vacina��o, haver� uma demanda reprimida de casamentos e festas. Foi por isto que, quando encontraram a casa branca no Belvedere, n�o hesitaram em reform�-la. “Contamos com uma m�o de obra que nos acompanha h� quase 30 anos, o que garante uma expertise de fabrica��o, e n�s tr�s nos dedicamos ao estilo, buscando o melhor para cada ocasi�o”. Segundo ela, o e-commerce, lan�ado recentemente, � outra maneira de estar pr�xima do p�blico. “Para o fim do ano, oferecemos a cole��o Blanche nessa plataforma, mas sabemos que ela n�o � o nosso forte, ele � o atendimento personalizado”, reconhece.
Outra forma de ficar perto das clientes, durante a pandemia, foi o lan�amento de uma linha de t-shirts exclusivas bordadas. “Elas t�m a cara da Vivaz e, ao mesmo tempo, podem ser usadas, com eleg�ncia, no dia a dia”, completa Camila. Enquanto isso, a equipe continua atuante no atendimento das noivas que, felizmente, continuam sonhando com o vestido ideal para o grande dia.