
Na manh� de ontem, os promotores de Justi�a que participam das investiga��es, Joaquim Miranda e Rodrigo Filgueiras, acompanharam a per�cia feita no local do duplo homic�dio. “Os peritos arrancaram partes do asfalto que tinham marcas de tiros para um exame minucioso”, disse Miranda. H� ind�cios de que os tiros, de grosso calibre, foram disparados de cima para baixo, quando as v�timas j� estavam ca�das, como confirmou � Pol�cia Civil uma testemunha ocular do crime. Mas s� o laudo pericial, que ainda n�o ficou pronto, ser� conclusivo, como ressaltou o representante do Minist�rio P�blico.
No local do crime, as marcas no ch�o refor�am a vers�o de que n�o houve troca de tiros, ao contr�rio do que sustentaram militares do Rotam envolvidos nas mortes. Outros vest�gios tamb�m podem ser vistos num muro 20 metros abaixo de onde estavam os rastros de sangue deixados pelos corpos. Uma testemunha disse ao
Estado de Minas que tio e sobrinho foram baleados ao subir o morro, voltando para casa, enquanto os policiais do Rotam faziam o trajeto inverso.
O promotor Joaquim Miranda disse ainda que os quatro PMs foram ouvidos logo depois do crime e insistiram na tese de que encontraram nos becos do Aglomerado da Serra v�rias pessoas com fardas militares e que houve troca de tiros. “Um fardamento preto e outro convencional”, disse Joaquim Miranda, lembrando que a pol�cia est� levantando a vida pregressa das v�timas e que todos os depoimentos e informa��es indicam que elas eram pessoas de bem.
Questionado sobre o fato de um PM continuar trabalhando mesmo acusado de homic�dios e outros crimes antes do epis�dio na Serra, Joaquim Miranda afirmou que policiais do Rotam, por serem de uma for�a especial de interven��o, acabam se envolvendo em epis�dios tr�gicos. Enquanto o processo est� em andamento e n�o h� uma manifesta��o judicial, segundo ele, prevalece o princ�pio da inoc�ncia. “Enquanto o militar n�o � condenado, e se n�o h� nenhuma medida cautelar decretada, a lei autoriza que continue trabalhando”, disse o representante do Minist�rio P�blico.