Desconfian�a, revolta, sofrimento e amea�as aos profissionais de imprensa marcaram o enterro do corpo do cabo F�bio de Oliveira, de 45 anos, na tarde de s�bado no Cemit�rio Belo Vale, em Santa Luzia, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi encontrado morto na manh� de sexta-feira, enforcado com um cadar�o na cela onde estava preso preventivamente no 1º Batalh�o da PM, no Bairro Santa Efig�nia, Regi�o Leste da capital. O cabo era acusado de envolvimento na morte de dois moradores do Aglomerado da Serra, na Regi�o Centro-Sul, h� uma semana, o que gerou uma s�rie de protestos na comunidade. “Se foi suic�dio ou homic�dio somente o laudo de necropsia vai provar. Mas, em se tratando de morte, tudo � poss�vel”, disse o presidente da Associa��o de Cabos e Soldados, �lvaro Rodrigues Coelho, que organizou uma carreata com mais de 40 ve�culos, saindo da sede da associa��o, no Bairro Gameleira, Regi�o Oeste, at� ao cemit�rio.
Agress�es
Com faixas de protesto contra o governo do estado e integrantes da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, que est� acompanhando as investiga��es dos dois homic�dios no Aglomerado da Serra, alguns policiais e parentes do cabo morto passaram a hostilizar e amea�ar os jornalistas presentes no cemit�rio. Um homem que trazia pendurada no peito uma medalha da Scuderie Le Cocq, grupo de policiais que criaram esquadr�es da morte nos anos 70 em v�rios estados, sacou uma arma e a exibiu para os rep�rteres. Um sobrinho do cabo F�bio tentou agredir a chutes um cinegrafista de TV..
A revolta dos policiais se deve � divulga��o pela imprensa da a��o no Aglomerado da Serra, que resultou na morte do auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, de 17, e do tio dele, o auxiliar de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39, que eram trabalhadores e n�o tinham qualquer envolvimento com a criminalidade, conforme apontam as investiga��es. Moradores denunciaram que os militares estavam no morro para cobrar propina de traficantes. A popula��o do aglomerado se revoltou, queimou �nibus, entrou em confronto com a PM e levou o governo do estado a investigar o caso, apurar as contradi��es e determinar a pris�o dos quatro integrantes da guarni��o comandada pelo cabo F�bio de Oliveira.
Na entrada do cemit�rio, um integrante do Rotam fazia amea�as aos rep�rteres. “Fiquem espertos. N�o fiquem dando bobeira porque a coisa pode feder para voc�s hoje. N�o queremos voc�s aqui”, disse o militar, O clima tenso levou o chefe da comunica��o social da PM, tenente-coronel Alberto Luiz, a proteger os jornalistas numa sala do vel�rio, escoltando-os posteriormente aos ve�culos de reportagem. O militar reafirmou que as investiga��es sobre as mortes no Bairro Serra est�o em andamento e que “a verdade ser� apurada e levada � sociedade”.