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Estado de Minas

Afonso Pena � corredor aberto para brigas, tr�fico de drogas e atos obscenos


05/03/2011 08:34

Vista da janela de casa, a Avenida Afonso Pena, no relato de moradores, � traduzida como um corredor aberto para brigas, tr�fico de drogas e atos obscenos. Mas, para quem vive do mercado do sexo, o principal eixo vi�rio de Belo Horizonte e mais importante reduto de prostitui��o da capital � territ�rio marcado por regras ditadas por garotas de programas e travestis e frequentado por clientes fi�is. Na madrugada de ontem, o Estado de Minas percorreu o trecho conhecido como alto da Afonso Pena, que corta diversos bairros nobres da Regi�o Centro-Sul de BH, no primeiro dia de a��o mais incisiva da Pol�cia Militar (PM) depois do assassinato de um travesti com nove tiros, na quarta-feira, na Rua Piau�, numa das esquinas da via.

A investiga��o aponta para o envolvimento com o tr�fico de drogas. Mas, h� um m�s se prostituindo na Afonso Pena, a manicure T., de 21 anos, de Contagem, na Grande BH, que faz ponto pr�ximo ao local do crime, afirma desconhecer a vincula��o. " Essa hist�ria de cafet�es e traficantes que espalharam medo aqui � fic��o. N�o fico aqui at� o fim da madrugada e, por isso, n�o vejo viol�ncia. Nunca fui amea�ada e nem tive que pagar nada a ningu�m", contou a manicure, que cobra R$ 100 por uma hora e meia de programa em mot�is. Na parte mais alta do trajeto, acima da Avenida do Contorno, as prostitutas esperam seus clientes dentro de carros de luxo.

Entre os travestis, no entanto, o clima n�o � amistoso, segundo o universit�rio V., de 27 anos. H� dois anos atuando na Afonso Pena, ele admite que agress�es e brigas s�o frequentes. "Fico na minha, evito os grupos, pois as bichas s�o violentas. Basta um coment�rio para que se sinta ofendida e parta para agress�o, com facadas ou at� mesmo �cido. Eu vim para c� porque uma amiga me convidou e ela j� tinha seu territ�rio delimitado. Mas n�o pensa que um travesti chega aqui e vai fazendo ponto, sem a permiss�o dos grupos que dominam a �rea", revelou.

V. � evasivo sobre o esquema de tr�fico de drogas. "N�o uso e desconhe�o. Pelo estilo mais escandaloso dos travestis, as pessoas acham que estamos todos envolvidos com crimes. Venho aqui para trabalhar, pois preciso. Queria muito ter um apartamento luxuoso para receber meus clientes, cujo contato faria pela internet. Mas n�o � o caso e acho que n�o podemos ser todos discriminados”, afirma, emendando com a afirma��o de que o p�blico na Afonso Pena � diverso e formado por uma clientela fiel.

Policiamento

Na sexta � noite, policiais militares voltaram a refor�ar a fiscaliza��o ao longo da Avenida Afonso Pena e tamb�m no Bairro Mangabeiras. Uma blitz do BPTran foi montada na Avenida Agulhas Negras, inclusive com baf�metro. As a��es policiais v�o continuar durante todo o feriado de carnaval na regi�o. (Com Fl�via Ayer)


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