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Estado de Minas

Leishmaniose matou mais que a dengue em 2010, mas � subestimada em MG


postado em 18/03/2011 07:10 / atualizado em 18/03/2011 15:36

A leishmaniose visceral matou mais que a dengue em Belo Horizonte, no ano passado, e transformou a capital mineira em territ�rio de alto risco. No interior de Minas, a situa��o tamb�m � grave e, de acordo com dados preliminares do Minist�rio da Sa�de (MS), o estado � o segundo com o maior n�mero de casos da doen�a em 2010, atr�s apenas do Cear�. Frente � grave situa��o instalada, uma caravana, em viagem por todo Brasil, estacionou em BH para, por meio de uma ferramenta l�dica, tentar combater uma doen�a com a qual n�o se brinca. O mosquito fleb�tomo, transmissor do mal, � o vil�o da pe�a teatral O fim da picada, em cartaz at� hoje no Parque das Mangabeiras, na Regi�o Centro-Sul da capital.

Voltado para estudantes de 4 a 14 anos, o evento gratuito � promovido pelo laborat�rio veterin�rio Intervet/Schering-Plough e mostra como atacar de frente a doen�a que contamina gente de todas as idades. Apenas de 2009 para c�, foram 1.232 v�timas da leishmaniose em Minas, sendo que 132 morreram, segundo a Secretaria de Estado de Sa�de (SES). Belo Horizonte concentrou, neste mesmo per�odo, 22,8%, o equivalente a 282 casos, e 41% dos �bitos, num total de 55 v�timas, segundo dados da Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA). Para se ter ideia da letalidade da doen�a, a dengue, alvo de forte a��o de governo, contaminou 51.755 e matou 15 pessoas em 2010 na capital; enquanto, a leishmaniose fez, ano passado, 131 v�timas e ceifou 22 vidas em BH.

De acordo com o coordenador da caravana contra a doen�a, o farmac�utico Marco Ant�nio de Castro, apesar de grave, a leishmaniose � negligenciada pelo governo. “Ela � a segunda doen�a que mais mata no mundo, ficando atr�s somente da mal�ria. Em Minas Gerais, a situa��o � grav�ssima, por isso, o esfor�o de mobiliza��o. Aqui a doen�a � end�mica, est� instalada, mas tem muita gente que nem conhece a leishmaniose”, alerta. Apenas este ano, segundo a SES, Minas registrou 12 confirma��es e um �bito pela doen�a. Em BH, s�o tr�s casos de contamina��o e nenhuma morte, por enquanto.

A leishmaniose visceral � uma doen�a transmitida pelo fleb�tomo, conhecido popularmente como mosquito-palha ou birigui. O c�o ocupa posto importante no ciclo da doen�a: uma vez picado pelo vetor, apesar de n�o contaminar diretamente o homem, torna-se um dos principais reservat�rios do protozo�rio. O mal � silencioso e pode levar anos at� que os sintomas apare�am. Nos c�es, os ind�cios s�o les�es na pele, falta de apetite, crescimento exagerado das unhas, entre outros. No homem, o parasita atinge as c�lulas de defesa do organismo. Com isso, a doen�a traz como sintomas febre, emagrecimento, apatia, palidez, al�m do aumento do volume do f�gado e do ba�o.

SEM CURA

O farmac�utico alerta que a leishmaniose n�o tem cura, mas tratamento e, por isso, a maior arma contra a doen�a � a preven��o. Segundo ele, � importante manter quintais limpos, evitar ac�mulo de lixo, al�m de levar periodicamente os c�es ao veterin�rio. Ele tamb�m recomenda o uso da coleira inseticida e repelente, que mata imediatamente o fleb�tomo. A coleira est� sob avalia��o do Minist�rio da Sa�de (MS), que estuda a distribui��o gratuita do material em cidades com alta incid�ncia da doen�a. De acordo com o MS, o �rg�o encomendou pesquisa para este ano com objetivo de averiguar o uso de colares com o inseticida deltametrina em c�es.

A estudante do Sesi N�cleo Ant�nio da Silva Pereira, Alice Abreu, de 6 anos, sabe muito bem os efeitos tr�gicos da leishmaniose. Marley, Bar�o e JJ, cachorros da garota, foram sacrificados por estarem infectados pelo parasita. “Eu at� chorei. Tiveram que passar um rem�dio na minha casa. Mas, s�bado, ganhei outro cachorrinho, a Otis. Desta vez, vou cuidar direitinho e ela n�o vai morrer. Ela vai receber tr�s vacinas”, afirma Alice, atenta ao teatro. J� o estudante da Escola Municipal Levindo Coelho Igor Henrique Cerqueira, de 14, conhecia pouco da doen�a e p�de se informar sobre o assunto. “Sabia de cachorros, mas n�o de homens com a leishmaniose”, surpreendeu-se.

Em nota, a Secretaria Municipal de Sa�de informou que faz cerca de 18 mil exames em c�es por m�s. O �rg�o ainda afirma que o tratamento em humanos ter� nova ferramenta: as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) passar�o a contar com o exame ultrarr�pido para leishmaniose, que mostra o resultado imediatamente.


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