Como temiam especialistas e autoridades, o v�rus tipo 4 da dengue, que desde o ano passado ressurgiu nas regi�es Norte e Nordeste do pa�s, depois de 20 anos sem aparecer no Brasil, aterrissou na Regi�o Sudeste. Duas irm�s, de 21 e 22 anos, moradoras de Niter�i, no Rio de Janeiro, foram contaminadas pelo novo sorotipo, conforme reconheceu ontem o Minist�rio da Sa�de. O diagn�stico � considerado por infectologistas um marco preocupante no avan�o das varia��es da doen�a, pois a chegada ao Sudeste � um sinal de que o v�rus est� viajando. A pr�xima parada, mais cedo ou mais tarde, segundo alertam t�cnicos, pode ser em Minas Gerais. Na tentativa de amenizar as sequelas que o v�rus pode trazer aos mineiros, o estado e a capital articulam novas estrat�gias de defesa.
Belo Horizonte prepara-se para se defender contra o novo sorotipo da doen�a, desta vez com uma arma mais poderosa. Na pr�xima semana, uma nova tecnologia ser� usada em nove unidades de pronto atendimento (UPAs) da capital. Para dar mais agilidade aos exames que detectam o v�rus da dengue, a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) vai implantar a t�cnica NS1, que permite saber em apenas uma hora se um paciente com febre alta foi infectado por dengue. “Com a metodologia Mac Elisa, usada atualmente, o sangue de paciente com suspeita da doen�a pode ser recolhido somente cinco dias depois dos primeiros sintomas. E o resultado sai em 48 horas. Agora, com o NS1, a coleta deve ser feita nos cinco primeiros dias dos sintomas e o resultado � revelado em uma hora”, ressalta o secret�rio-adjunto municipal de Sa�de, Fabiano Pimenta.
Segundo ele, ser� mais f�cil para a equipe m�dica descartar a doen�a de um paciente. “Como vamos recolher o sangue no auge dos sintomas, faremos o isolamento viral e a detec��o do sorotipo de forma mais r�pida. Identificando um novo tipo com agilidade, mais r�pidas ser�o as medidas de controle”, afirma. Belo Horizonte, segundo dados da secretaria, j� tem 271 casos confirmados da enfermidade este ano.
Vigil�ncia
Com 18 mil notifica��es j� registradas em 2011 de dengue do tipo 1, 2 e 3 e duas mortes, Minas Gerais, segundo explica o superintendente estadual de Vigil�ncia Epidemiol�gica, Francisco Lemos, j� vem se preparando para a batalha desde o ano passado, quando foram notificados os primeiros casos do tipo 4, em Roraima. “A entrada desse novo sorotipo j� era prevista. Em Minas, ela vai ocorrer, mas vamos intensificar o processo de isolamento viral nas cidades, para saber por onde ele vai chegar.
A probabilidade de chegar primeiro � capital � maior, mas a cidade tem uma unidade de sentinela para os tipos de v�rus. Vamos intensificar o trabalho, principalmente em Juiz de Fora, na Zona da Mata. A inten��o � estimular as unidades a mandar um n�mero maior de coleta de isolamento viral, para podermos identificar as portas de entrada do tipo 4”, revela Francisco.
Para o vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Ant�nio Teodoro, a chegada do viajante indesej�vel ao territ�rio mineiro � quest�o de tempo. “Mais cedo ou mais tarde, ele vir�. Pode ser que, como as temperaturas est�o caindo, ele n�o chegue este ano e venha com mais for�a em 2012. � hora de intensificar as estrat�gias de combate.” Ele alerta que o novo sorotipo n�o � mais forte nem mais perigoso. “Como h� 20 anos n�o aparece por aqui, ele tem uma popula��o suscet�vel e, como muitos j� foram contaminados pelos outros tipos, uma segunda infec��o por dengue � potencialmente mais grave.”