
Estudos que apontem a incid�ncia de c�ncer entre moradores e a poss�vel contamina��o das �guas de Caldas, no Sul de Minas, est�o entre as medidas anunciadas nessa ter�a-feira, depois da promo��o de audi�ncia p�blica na C�mara de Vereadores do munic�pio. Uma unidade das Ind�strias Nucleares do Brasil (INB), antiga Nuclebr�s, est� instalada na cidade, onde o armazenamento de produtos com material radioativo � problema antigo enfrentado pela popula��o. Mesmo com os incont�veis pedidos de socorro, durante anos pouco foi feito para avaliar os riscos da comunidade. Mas, desta vez, reportagens publicadas pelo Estado de Minas impulsionaram o poder p�blico a se manifestar e a tomar provid�ncias emergenciais.
Os requerimentos ser�o ainda votados pelos deputados “Queremos que Minas se posicione firmemente diante das a��es da Uni�o”, afirma o promotor Jos� Eduardo de Souza Lima, autor de a��o civil p�blica contra as condi��es de armazenamento do lixo radioativo. Ele alega que a Comiss�o Nacional de Energia Nuclear j� questionou a INB sobre o descumprimento das diretrizes operacionais estabelecidas, mas, mesmo assim, as irregularidades persistiram.
Em resposta, representantes da INB prometem apresentar estudo da situa��o do armazenamento do material em Caldas e dizem ter contratado uma empresa de consultoria internacional para avaliar a situa��o. A previs�o era que o documento fosse apresentado em setembro, mas o pedido � que seja antecipado. “Queremos agilidade na solu��o do caso”, afirma o deputado estadual Dalmo Ribeiro (PSDB), autor do requerimento para audi�ncia p�blica, exaltando a colabora��o do EM na divulga��o do problema.
A Nuclebr�s se instalou no munic�pio de 13,6 mil habitantes em 1970, para trabalhos de extra��o e concentra��o de ur�nio. As atividades foram desativadas em 1995. Por decis�o judicial, a empresa ter� que tratar todo o passivo ambiental da �rea, de 1,4 mil hectares. A aten��o especial recai sobre a antiga cava da mina, transformada em lago de �guas �cidas, e os galp�es onde ficam cerca de 40 mil bombonas, tambores e outros recipientes com material radioativo – s�o aproximadamente 11 mil toneladas de Torta II ou fostato de terras raras com t�rio e ur�nio, provenientes, na d�cada 1980, da Usina de Santo Amaro (Usam), em S�o Paulo. Um dos temores � o da contamina��o de len��is fre�ticos e das nascentes c�rregos e ribeir�es que atravessam o terreno.