Conselho vence disputa judicial e consegue tombar o Bar do Bol�o

A hist�ria venceu uma queda de bra�o em torno do im�vel ocupado pelo Bar Bol�o, tradicional estabelecimento na Pra�a Duque de Caixas, no Bairro Santa Tereza, na Regi�o Leste de Belo Horizonte. O Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural de Belo Horizonte derrubou nessa quarta-feira recurso que se opunha ao tombamento do conjunto de tr�s casas constru�das entre 1927 e 1943. A decis�o torna as casas protegidas e assegura que o atual reduto da cerveja e do macarr�o fique imune a transforma��es. Contr�rios ao posicionamento dos conselheiros, os propriet�rios do im�vel prometem recorrer novamente, sob o argumento de que o valor cultural do bem est� diretamente ligado � sua ocupa��o pelo bar, e n�o pelos atributos arquitet�nicos.

Com o tombamento, os propriet�rios, interessados em vender o bem, temem perder quase R$ 2 milh�es com a desvaloriza��o do im�vel, avaliado em R$ 3,5 milh�es. “Vamos recorrer e temos precedentes na Justi�a que nos favorecem”, afirma o advogado da fam�lia Viana, propriet�ria das casas, Vin�cius Marins. “Vamos lutar pelo nosso patrim�nio, n�o somos n�s que vamos pagar por isso”, afirma um dos herdeiros, Ari de Pinho Tavares. A diretora de Patrim�nio da Funda��o Municipal de Cultura, Michele Arroyo, contesta a opini�o dos propriet�rios da casa e afirma ser o im�vel ocupado pelo Bol�o um importante exemplar da arquitetura erguida na nova capital de Minas.

Michele afirma que o im�vel da d�cada de 1920 � de estilo ecl�tico, t�pico das casas constru�das por Aar�o Reis para abrigar a comiss�o construtora de BH. “O interessante � que ela est� fora do Bairro Funcion�rios. Ou seja, provavelmente � uma das primeiras constru��es do Santa Tereza”, afirma. J� a casa da d�cada de 1940 tem estilo art d�co e segue o tipo de arquitetura de outras constru��es em torno da pra�a. “� bom lembrar que todos os im�veis da pra�a t�m indica��o de tombamento. Se se alteram esses im�veis, a pr�pria igreja perde sua dimens�o simb�lica”, afirma Michele, reiterando que o im�vel do Bol�o foi posto em pauta diante da amea�a de demoli��o.

Esperan�as

H� cerca de quatro meses, os propriet�rios puseram o conjunto � venda, por R$ 3,5 milh�es. Inquilinos do im�vel h� 42 anos, os donos do Bol�o, a fam�lia Rocha, consideraram o pre�o invi�vel para o caixa do restaurante e, para se resguardarem do despejo, compraram outro im�vel, tamb�m na Pra�a Duque de Caxias. A not�cia do tombamento reacendeu as esperan�as de os donos do Bol�o arrematarem o ponto. “Temos total interesse em compr�-lo”, afirma S�lvio Eust�quio da Rocha. Enquanto isso, a turma trabalha com o plano B. At� dia 10, o Bol�o vai reabrir im�vel na Rua M�rmore, a um quarteir�o da pra�a, e come�a a reforma da outra casa na Duque de Caxias. “Vamos esperar para ver o que d�.”