A Pol�cia Federal (PF) abriu inqu�rito para investigar uma quadrilha de tr�fico internacional de drogas que usa o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, como rota para importar drogas sint�ticas da Europa. � beira da esteira do equipamento de raio x, mais um jovem universit�rio de Florian�polis (SC) foi preso com 20 mil comprimidos de ecstasy – o segundo do estado do Sul do pa�s em cinco dias – quando passava pelo controle aduaneiro da Receita Federal. Como o Estado de Minas mostrou na edi��o desta segunda-feira, o perfil tra�ado pela PF, com base em 13 pris�es de jovens de classe m�dia nos �ltimos seis meses, ajudou os agentes da Receita a identificar 14 º o suspeito e apreender a droga.
raio x e confirmou-se a suspeita.
“Temos acesso �s informa��es das companhias a�reas, por causa de um conv�nio. Observamos as passagens compradas em dinheiro, a poucos dias do embarque, por jovens que ficam pouco tempo no destino. Tamb�m � poss�vel checar por quais aeroportos essas pessoas saem do pa�s e por onde voltam. Tivemos uma tarde inteira de cursos com agentes da PF para descobrir os suspeitos, que t�m praticamente o mesmo perfil”, explicou o inspetor-chefe da Receita Federal no aeroporto, Bernardo Costa Prates Santos.
Os presos de Florian�polis vieram de Bruxelas, na B�lgica, refor�ando dados de investiga��es de que aquele pa�s, ao lado da Holanda, � um dos grandes produtores de drogas sint�ticas. Segundo o delegado Bruno Zampier, da Delegacia de Repress�o a Entorpecentes da PF, os dois s�o estudantes de classe m�dia e poder�o ser chamados para outro depoimento. A ideia � tentar chegar aos distribuidores dos comprimidos no Sul do pa�s. “Queremos levantar mais elementos porque h� grande chance de ser a mesma quadrilha, que est� usando Belo Horizonte como rota. Este � um problema de todos os aeroportos com voos internacionais, mas aqui vamos fechar a porteira”, afirmou o delegado.
PARA CONFUNDIR Assim como o primeiro jovem, de 20 anos, o que foi detido no domingo tamb�m saiu e entrou no Brasil por aeroportos diferentes. Para o delegado, essa seria uma maneira de tentar confundir os investigadores. Em depoimento, o rapaz disse que foi convidado a participar do esquema numa rave, em Florian�polis. J� em Bruxelas, ele recebeu a mala de outro brasileiro. O pagamento para trazer a droga seria de R$ 22 mil. Os policiais federais tamb�m v�o levantar o hist�rico de viagens dos acusados, porque, segundo Zampier, os jovens com esse perfil costumam fazer do transporte de entorpecentes uma profiss�o. Segundo as investiga��es, como publicou o EM, o lucro f�cil e o que recebem em droga atraem os “mulas”, que fazem contato de compra e venda pelas redes sociais e sites de relacionamento.
A equipe da Receita Federal que identificou o suspeito foi a mesma que percebeu o nervosismo do outro jovem catarinense, na semana passada. Entre as agentes, duas estavam entre as mais interessadas nas palestras dos policiais civis sobre o perfil de risco para o tr�fico internacional de drogas. De acordo com o inspetor chefe da Receita, os passageiros ter�o que ter paci�ncia porque o trabalho de fiscaliza��o ser� cada vez mais minucioso. “H� cinco anos este era considerado um aeroporto calmo. Com o aumento dos voos internacionais, sabemos que os traficantes est�o testando a rota. E isso significa que precisamos de um trabalho efetivo nas vistorias de bagagem”, afirmou.
C�es farejadores
Para aumentar a repress�o e evitar a entrada de drogas sint�ticas oriundas da Europa, a Receita Federal deve montar um canil no aeroporto de Confins at� junho. Atualmente, dois c�es da PF s�o requisitados eventualmente para farejar cargas. O projeto, j� aprovado, foi feito pela Divis�o de Repress�o a Contrabando e Descaminho.
A ideia � que os cachorros treinados para identificar drogas possam ajudar no trabalho dos agentes durante o desembarque de passageiros. As unidades da Receita em S�o Paulo, Rio de Janeiro e Vit�ria j� t�m canil. “Us�vamos os c�es treinados para verificar cargas, mas, diante dessa nova demanda, ser� importante contar com farejadores para localizar entorpecentes nas bagagens”, contou o inspetor-chefe adjunto da Receita, Jo�o Roberto de Lima.
Portaria publicada em janeiro de 2010 determina a cria��o de um Centro Nacional de C�es de Faro da Receita para suporte �s opera��es de repress�o em todos os aeroportos.