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Estado de Minas

BH n�o tem pol�tica p�blica eficiente para 1,2 mil moradores de rua

Ato criminoso que quase matou por envenenamento oito mendigos na Regi�o da Pampulha exp�e problema que requer medidas eficientes


postado em 17/05/2011 06:00 / atualizado em 17/05/2011 07:00

A Praça Santo Antônio, no Bairro Jaraguá, está tomada por andarilhos(foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
A Pra�a Santo Ant�nio, no Bairro Jaragu�, est� tomada por andarilhos (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press)


A tentativa de assassinato de oito moradores de rua, que conseguiram sobreviver a veneno para rato misturado a cacha�a, na Pra�a Iron Marra, no Bairro Santa Am�lia, Regi�o da Pampulha, exp�e um problema social que se eterniza nas grandes cidades e desafia a Prefeitura de Belo Horizonte. Os mendigos vivem em uma linha t�nue entre o preconceito e os problemas causados por eles nas portas das casas, do com�rcio e nos espa�os p�blicos, que ocupam fazendo uso do direito constitucional de ir e vir. Sem uma pol�tica p�blica que se revele eficaz para enfrentar o desafio, mesmo com melhorias na economia, o n�mero de inquilinos das ruas sobe com os anos, segundo estimativas populacionais, e eles j� se espalham por todas regi�es da cidade.

Do mau cheiro e da falta de higiene a problemas de seguran�a e de consumo de drogas, os transtornos causados pela popula��o de rua, ou por parte dela, geram reclama��es de moradores. As queixas partem at� de quem se preocupa com a dignidade desses cidad�os. No Bairro Santa Am�lia, na Regi�o da Pampulha, essa quest�o chegou ao limite com a tentativa de homic�dio. O caso est� sob investiga��o da Pol�cia Civil, que instaurou inqu�rito e j� tem um suspeito.

Belo Horizonte tem hoje cerca de 1,2 mil moradores de rua, sendo que 150 t�m menos de 18 anos, de acordo com a Secretaria Municipal Adjunta de Assist�ncia Social (SMAAS). A prefeitura considera esse n�mero est�vel, alegando que em 2005, data do �ltimo censo feito pelo IBGE para essa parcela da popula��o, havia 1.164 pessoas vivendo nas ruas da capital. Eles ocupam espa�os movimentados da cidade, onde pedem esmolas ou doa��es e muitas vezes consomem �lcool e drogas. � em p�blico tamb�m que muitos promovem brigas, tomam banho ou satisfazem suas necessidades.

A Pra�a Carlos Chagas, em frente ao pr�dio da Assembleia Legislativa, foi um dos pontos escolhidos por eles. L�, mais de 20 mendigos se dividem entre os bancos e o coreto. Levando a tiracolo a parca bagagem, durante o dia vagam pelas portas de supermercados e restaurantes em busca de trocados para o caf� e o almo�o. � tarde, reocupam seus lugares, �s espera da hora de dormir. Antes, vasculham restos na porta de estabelecimentos em busca da �ltima refei��o do dia.

Alguns tomavam banho por l� mesmo, o que resultou no desligamento das fontes. Duas vezes por dia, o sistema era ligado e crian�as se divertiam na �gua, mas, segundo o respons�vel pela manuten��o da pra�a, Ernane Wandebildes, foi necess�rio tomar uma atitude extrema . “Os mendigos lavavam roupa e vasilhas e at� tomavam banho pelados”, diz. Ele sustenta que muitos t�m onde morar, mas preferem viver na pra�a.

Opini�o

A explica��o da prefeitura para o fato de o contingente dessa popula��o se manter � a obriga��o de respeitar a Constitui��o. "Em momento algum podemos tirar essas pessoas das ruas contra a vontade. Elas t�m o direito de ir e vir e respeitamos a dignidade do cidad�o", afirma a gerente de Promo��o e Prote��o Especial da Secretaria de Assist�ncia Social, Maria Bordin. O m�todo usado para lev�-los aos abrigos � o convencimento. As equipes de abordagem tentam mostrar as vantagens de um lugar onde possam tomar banho, se alimentar e dormir com seguran�a. "Se insistem em ficar nas ruas, nosso dever � continuar tentando. Cada regional tem uma equipe voltada para esse objetivo", completa.

Mas a falta de servidores especializados tamb�m dificulta o trabalho. As equipes de abordagem t�m em m�dia cinco pessoas por regional, 10 t�cnicos do programa Bolsa Moradia, al�m do pessoal que trabalha nas unidades que recebem a popula��o de rua e a encaminha aos abrigos. "� o pessoal que a prefeitura tem condi��es de manter”, afirma Maria Bordin.

Diante do desafio, os demais cidad�os tentam se resguardar como podem. No Bairro Santo Agostinho, na Regi�o Centro-Sul, a dois quarteir�es da Assembleia, os donos de uma livraria decidiram p�r grades em frente ao estabelecimento, para impedir que moradores de rua dormissem sob a marquise. Todas as noites, cinco ou seis pessoas ocupavam o espa�o. “Eles urinavam e deixavam restos de comida espalhados”, diz o gerente da livraria, Orlando Pereira. Quem teve problemas maiores foi o dono de um sal�o de beleza ao lado. “Eles brigavam direto. Um dia jogaram tinta na loja e fizeram muita sujeira”, reclama.

Na Pra�a da Esta��o, o n�mero de moradores � visivelmente maior. Eles se concentram, principalmente, nas cal�adas em frente � esta��o ferrovi�ria, onde mais de 50 pessoas passam a tarde deitadas. � pol�cia, resta fazer rondas para garantir a seguran�a e o patrim�nio p�blico. L�, por enquanto, os banhos nas fontes continua liberado.


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