Casos contradit�rios de viol�ncia. Quem deveria proteger crian�as e adolescentes em Belo Horizonte � apontado pelas estat�sticas como principais autores das agress�es a esse segmento. Segundo dados da Associa��o Municipal de Assist�ncia Social (Amas), pelo menos 1.602 casos – 55% do total de 2.881 ocorr�ncias de abuso e explora��o sexual registradas nos quatro primeiros meses deste ano na capital – tiveram como respons�veis pessoas do n�cleo familiar das v�timas. Outros 980 foram de viola��o sexual extrafamiliar e 299 ocorr�ncias de explora��o sexual. Entre 2009 e 2010, os casos de viol�ncia sexual infantojuvenil tiveram aumento de 666%, passando de 1.147 para 8.792 registros. Todas essas formas de agress�o ser�o lembradas nesta quarta-feira durante lan�amento da campanha Fa�a bonito: proteja nossas crian�as e adolescentes, �s 10h, na Pra�a Sete, no Centro.

Para a assessora do Pair C�lia Nahas, o aumento de casos de viol�ncia contra pessoas nessa faixa et�ria est� relacionado � implementa��o de novas a��es e pol�ticas de prote��o que impulsionaram as den�ncias. “N�o acreditamos que a viol�ncia tenha crescido, mas sim que as pessoas passaram a denunciar mais. A partir de 2010, descentralizamos o atendimento que antes funcionava em sede �nica, na Amas. A partir da�, a rede de prote��o foi ampliada e passou a atender em cada um dos nove Centros de Refer�ncia Especializados de Assist�ncia Social (Creas), um por regional”, avaliou C�lia.
Al�m disso, a assessora afirma que desde 2006 os profissionais da rede protetora t�m sido formados e sensibilizados para melhorar a receptividade a esse tipo de ocorr�ncia. “� um trabalho cumulativo. A viol�ncia sexual � um tema muito velado por tratar de assuntos que envolvem sexualidade e valores familiares. S�o temas dif�ceis de serem mexidos e � natural que tenha morosidade para impulsionar as a��es. Mas, nos �ltimos anos, as den�ncias est�o mais recorrentes”, detalha.
Parceiros na abordagem da viol�ncia sexual infantojuvenil, os Centros de Refer�ncia de Assist�ncia Social (Cras) e as secretarias de Educa��o e Sa�de tamb�m atuam no recebimento e encaminhamento dos casos. “H� quatro anos n�o consegu�amos trabalhar esse tema na escola. Desde 2010, as unidades escolares t�m a ficha de notifica��o de casos de viol�ncia contra a crian�a e adolescente”, disse.
A import�ncia de denunciar ser� lembrada durante o ato desta quarta-feira. A popula��o ser� convidada a informar as ocorr�ncias �s autoridades diretamente nos pontos da rede de apoio ou pelo disque-den�ncia (0800 0311 119 ou Disque 100). Al�m do movimento na Pra�a Sete, uma s�rie de a��es est� programada durante todo o m�s. Est�o previstas palestras, oficinas, sess�o de filmes comentados, caminhada e semin�rios. A programa��o completa pode ser conferida no site www.amas.org.br.