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Estado de Minas

Cresce o n�mero de doadores de medula

Em Minas, neste ano, mais de 50 mil pessoas se inscreveram para doar


postado em 05/12/2011 06:20 / atualizado em 05/12/2011 07:06

Um entrou na fila com a esperan�a de mais sorrisos, alegrias, decep��es, e de continuar passando por todos os altos e baixos da vida. O momento � de uma necessidade fundamental: viver. O outro resolveu compartilhar sorrisos, alegrias e um peda�o de si para dar �quele algu�m a oportunidade de ser feliz, de sofrer, de gargalhar e de chorar. Afinal, a caminhada � cheia de contr�rios que formam um mundo inteiro de sentidos. Um e outro nunca se conhecer�o, por quest�es de sigilo, mas, um dia, seus destinos se cruzar�o. Essa � a realidade de um grande n�mero de brasileiros para quem a palavra doa��o ganhou um sentido especial.

De um lado est� o grupo � espera de um transplante de medula �ssea. Do outro, quem se cadastra para encontrar um receptor compat�vel. Nesse arranjo, a solidariedade d� o tom. Os n�meros n�o mentem. O Brasil ocupa o terceiro lugar entre os pa�ses com o maior banco de doadores volunt�rios de medula, com 2,5 milh�es de pessoas inscritas no Registro Nacional de Doadores de Medula �ssea (Redome), do Instituto Nacional do C�ncer (Inca), perdendo apenas para os Estados Unidos e a Alemanha. A consequ�ncia tamb�m se mede: o tempo m�dio na fila caiu de um ano para cinco meses. A chance de encontrar um doador subiu para 70% – em 2000, era de 10%, segundo os dados do Inca.

Minas Gerais acompanha a tend�ncia e tem o terceiro maior banco de doadores, atr�s apenas de S�o Paulo e do Paran�. Nesses estados, o cadastro � feito em hemocentros e hospitais. Por isso, quando se considera apenas o quesito institui��o, Minas fica em primeiro lugar, sendo o Hemominas o �nico respons�vel pelo cadastro de doadores. Em 2010, foram 41.228 inscritos para doa��o de medula, n�mero que subiu para 50.377 at� outubro.

Em se tratando de medula, as maiores chances de encontrar um doador compat�vel est�o em fam�lia, por isso os primeiros testes s�o feitos sempre com pais e irm�os. Em Minas, essa probabilidade atinge de 30% a 40%. Considerando que 60% dos pacientes n�o t�m algu�m compat�vel na fam�lia, a sa�da � tentar doadores n�o aparentados. Nesses casos, a oportunidade de achar um doador compat�vel � de uma para cada 100 mil pessoas. Por isso, � muito importante que tantas pessoas se disponham a ajudar. O sistema � ainda mais amplo, pois o Redome � ligado � rede mundial de doadores de medula �ssea, o BMDW (Bone Marrow Donors Worldwide, na sigla em ingl�s).

Foi pensando em ajudar que o lavrador Mardoqueu Pedro de Campos Neto, de 26 anos, resolveu se cadastrar para doar medula. Ele � considerado um caso raro na medicina: foi doador duas vezes. Morador do distrito de Ponte do Silva, a 10km de Manhua�u, na Zona da Mata, ele conta que j� era doador de sangue quando aderiu � outra campanha do Hemominas.

“Depois de algum tempo me chamaram, dizendo que havia algu�m que podia ser compat�vel comigo, e comecei a bateria de exames. Conversei com quem entende do assunto, esclareci as d�vidas e vi que era tranquilo”, conta. A satisfa��o de ajudar algu�m a viver foi maior ainda logo na sequ�ncia: “Trinta dias depois da doa��o, me ligaram de novo. A�, fiquei com medo, pois n�o sabia se podia doar assim t�o rapidamente. Disseram-me que a medula j� havia se reconstitu�do, aceitei novamente”.

FOR�A E CORAGEM

Atitudes como a de Mardoqueu d�o for�as ao casal Wellington Messias Pereira de Campos, de 27, e Renata Ferreira de Campos, de 28. A luta dos dois come�ou em junho, quando apareceram no jovem os primeiros sintomas da aplasia. As causas da doen�a s�o desconhecidas. Trata-se de uma forma grave de fal�ncia da medula �ssea, que n�o produz c�lulas sangu�neas, deixando o paciente com risco de infec��es e sangramentos. Ele passou mal, fez exame, mas nada foi constatado. Alguns dias depois, quando viu hematomas vermelhos no bra�o, uma veia estourada no olho e sentindo um estranho cansa�o, procurou a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Oeste, em Belo Horizonte. O resultado do hemograma assustou os m�dicos: o n�vel de plaquetas, que normalmente deve estar acima de 150 mil, estava a 2 mil.

Wellington ficou 22 dias internado na Santa Casa de BH e nada foi diagnosticado. A transfer�ncia para o Hospital das Cl�nicas (HC) foi dif�cil. Entre altas e interna��es, ele espera os resultados da quimioterapia feita em agosto. Uma nova sess�o est� programada para fevereiro. Se n�o der certo, a sa�da ser� o transplante. O jovem j� est� inscrito no cadastro nacional e aguarda um doador compat�vel.

CADASTRO
A gerente de coletas externas da Funda��o Hemominas, D�borah Carvalho, diz que n�o h� campanhas constantes para o cadastro de medula, mas que os interessados mant�m um fluxo constante, normalmente motivados por algum problema familiar. “A pessoa precisa de transplante para viver, e isso sensibiliza todo mundo. O povo mineiro, de forma geral, � muito solid�rio”, diz. O hor�rio de funcionamento das unidades deve ser checado no telefene do Ligue Minas (155) ou no site da funda��o: (www.hemominas.mg.gov.br).


Passo a passo para se tornar um doador


Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa sa�de.
A medula � retirada do interior de ossos da bacia, por meio de pun��es, e se recomp�e em apenas 15 dias.
Os doadores preenchem um formul�rio com dados pessoais e � coletada uma amostra de sangue com 5ml para testes. Eles determinam as caracter�sticas gen�ticas que s�o necess�rias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.
Os dados pessoais e os resultados dos testes s�o armazenados em um sistema informatizado que faz o cruzamento com dados dos pacientes que est�o precisando de um transplante.
Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador � ent�o chamado para exames complementares e para fazer a doa��o. O processo dura, em m�dia, quatro meses.


Tire suas d�vidas sobre medula �ssea
O que � medula �ssea?

� um tecido l�quido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos. � conhecida popularmente por "tutano". Na medula �ssea s�o produzidos os componentes do sangue: as hem�cias (gl�bulos vermelhos), os leuc�citos (gl�bulos brancos) e as plaquetas. As hem�cias transportam o oxig�nio dos pulm�es para as c�lulas de todo o nosso organismo e o g�s carb�nico das c�lulas para os pulm�es, a fim de ser expirado. Os leuc�citos s�o os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo e nos defendem das infec��es. As plaquetas comp�em o sistema de coagula��o do sangue.

Qual a diferen�a entre medula �ssea e medula espinhal?

A medula �ssea � um tecido l�quido que ocupa a cavidade dos ossos. J� a medula espinhal � formada de tecido nervoso que ocupa o espa�o dentro da coluna vertebral e tem como fun��o transmitir os impulsos nervosos, a partir do c�rebro, para todo o corpo.

O que � transplante de medula �ssea?

� um tipo de tratamento proposto para algumas doen�as que afetam as c�lulas do sangue, como leucemia e linfoma. Consiste na substitui��o de uma medula �ssea doente, ou deficit�ria, por c�lulas normais de medula �ssea, com o objetivo de reconstitui��o de uma medula saud�vel.
O transplante pode ser autog�nico, quando a medula vem do pr�prio paciente. No transplante alog�nico a medula vem de um doador. O transplante tamb�m pode ser feito a partir de c�lulas precursoras de medula �ssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cord�o umbilical.

Quando � necess�rio o transplante?

Em doen�as do sangue como a anemia apl�stica grave, aplasia, mielodisplasias e em alguns tipos de leucemias, como a leucemia miel�ide aguda, leucemia miel�ide cr�nica, leucemia linf�ide aguda. no mieloma m�ltiplo e linfomas, o transplante tamb�m pode ser indicado.


>> Quais os riscos para o paciente?

A boa evolu��o durante o transplante depende de v�rios fatores: o est�gio da doen�a, o estado geral do paciente, boas condi��es nutricionais e cl�nicas, al�m do doador ideal. Os principais riscos se relacionam �s infec��es e �s drogas quimioter�picas usadas durante o tratamento. Com a recupera��o da medula, as novas c�lulas crescem com uma nova "mem�ria" e, por serem c�lulas da defesa do organismo, podem reconhecer alguns �rg�os do indiv�duo como estranhos. Essa complica��o, chamada de doen�a enxerto contra hospedeiro, � relativamente comum, de intensidade vari�vel e pode ser controlada com medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejei��o � rara.

>> Quais os riscos para o doador?

Os riscos s�o poucos e relacionados a um procedimento que precisa de anestesia, sendo retirada do doador a quantidade de medula �ssea necess�ria (menos de 15%). Uma avalia��o pr�-operat�ria detalhada verifica as condi��es cl�nicas e cardiovasculares do doador.


>> O que � compatibilidade?

Para que se fa�a um transplante de medula � necess�rio que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contr�rio, a medula ser� rejeitada. Essa compatibilidade � determinada por um conjunto de genes localizados no cromossoma 6, que devem ser iguais no doador e receptor. A an�lise de compatibilidade � feita por meio de testes laboratoriais espec�ficos, a partir de amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de histocompatibilidade. Com base nas leis de gen�tica, as chances de um indiv�duo encontrar um doador ideal entre irm�os (mesmo pai e mesma m�e) � de 25%.

>> O que fazer quando n�o h� um doador compat�vel?

A solu��o � fazer uma busca nos registros de doadores volunt�rios, tanto no Redome (Registro Nacional de Doadores Volunt�rios de Medula �ssea) quanto no exterior. No Brasil, a mistura de ra�as dificulta a localiza��o de doadores compat�veis.


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