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Estado de Minas

Estudante redescobre as alegrias da vida um ano depois do transplante de medula


postado em 05/12/2011 06:27 / atualizado em 05/12/2011 07:03

Thales passou no vestibular, retomou os estudos e está prestes a suspender os medicamentos(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Thales passou no vestibular, retomou os estudos e est� prestes a suspender os medicamentos (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Valorizar os m�nimos detalhes � caracter�stica de quem viu a vida por um fio. Assim, estudar, ler, tocar viol�o, perder horas no computador e at� tirar a carteira de habilita��o ganham sentidos muito mais especiais. Que o diga o universit�rio Thales Leonardo de Carvalho, de 19 anos. Para ele, agosto deste ano foi o m�s do recome�o. Dia 1º, ele come�ou as aulas no curso de rela��es internacionais, seu grande sonho. Dia 3, completou um ano do transplante de medula, data em que deu adeus � leucemia. De volta � vida normal, ele quer agora aproveitar os momentos t�picos da idade, mas sem exageros.

A doen�a foi descoberta em julho de 2006 e o primeiro tratamento durou tr�s meses. Em 2009, tamb�m em julho, a leucemia voltou. Dessa vez, a quimioterapia foi bem agressiva, com duas interna��es, uma de 25 e outra de 50 dias. O transplante foi a solu��o. O teste com parentes n�o deu resultado e ele precisou ir para a fila em fevereiro de 2010. Dois meses depois, teve a not�cia de um poss�vel doador. A bateria de exames acabou em julho. Durante o transplante feito no Hospital das Cl�nicas, em Belo Horizonte, tudo correu bem.

As complica��es apareceram depois do 13º dia, com feridas no tubo digestivo causadas pela baixa imunidade. “Chegou a um ponto em que n�o conseguia respirar. Os m�dicos acharam que eu n�o chegaria vivo ao elevador do CTI. Fiquei em coma induzido por quatro dias e o que me salvou foi a traqueostomia. Com menos de um m�s de alta do CTI, pude sair do hospital. Durante todo o tempo me propus desafios e me superei”, relata orgulhoso.

At� mesmo o vestibular foi uma supera��o. Ele j� havia sido aprovado numa faculdade, mas precisou trancar a matr�cula duas vezes. No ano passado, uma semana antes do encerramento das inscri��es da PUC Minas, ele resolveu tentar novamente. Teve tr�s semanas para estudar, mas n�o contava que voltaria a se internar dois dias antes da prova. Os m�dicos o liberaram por horas, apenas para fazer a avalia��o. Passou em terceiro lugar. “Em agosto come�ou uma nova p�gina da minha vida. Estou quase cortando os rem�dios, pois n�o tenho mais sinal de rejei��o. Depois de um ano, voltei a viver como pessoas normais, que n�o t�m nada.”

ROTINA PESADA
Se o momento para Thales � de redescobrir a vida depois do transplante, para Wellington Messias a hora � de supera��o. Tr�s vezes por semana, ele se consulta no HC e, semanalmente, a mulher, a administradora Renata, dispara e-mails pedindo doadores de sangue. Ele precisa de sangue pelo menos a cada 15 dias. “Vimos pessoas morrerem na nossa frente porque n�o havia sangue no Hemominas. Ele mesmo, que � O+, j� chegou l� em crise e precisou voltar para casa porque o banco estava vazio. Nessas horas, ligamos para algu�m doar especificamente para ele, mas o processo demora alguns dias. � desesperador, pois a doen�a abaixa as plaquetas, o corpo n�o produz defesas, d� hemorragia e ele pode morrer. Meu marido entrou v�rias vezes para o bloco cir�rgico e nem mesmo os m�dicos sabiam se ele voltaria”, afirma Renata.

Por dia, s�o 27 comprimidos. E se h� complica��es no pulm�o, o jeito � internar, pois a Justi�a negou duas vezes o pedido da fam�lia para que o sistema p�blico de sa�de ofere�a o medicamento que combate um fungo. A caixa com 14 comprimidos custa R$ 4,7 mil. Para o casal, as li��es v�m junto com a dor. “Aprendemos que o dinheiro n�o compra medula, n�o compra nada. Vamos vencer essa batalha di�ria e, quando sairmos dessa, olharemos para tr�s e teremos outros valores”, diz Renata.

Welington tem na ponta da l�ngua o que far� quando estiver curado: “Primeiro, agradecer a Deus. Depois, vamos nos casar no religioso, pois s� assinamos os pap�is no civil. Vou comer sem precisar de tantas preocupa��es, pular na piscina do clube, ir para a praia, andar de moto e, o principal, jogar bola”.

FUTURO
O coordenador de transplantes do Hospital das Cl�nicas, Gustavo Machado Teixeira, diz que a tend�ncia � de que haja, futuramente, um doador para cada paciente, usando as pessoas cadastradas no banco de volunt�rios, o cord�o umbilical, o pai ou a m�e para o transplante haploid�ntico, que consiste na manipula��o de c�lulas parcialmente compat�veis. O m�dico explica que h� duas formas de doa��o volunt�ria.

Uma � pela coleta de medula �ssea. A outra � o recolhimento de c�lula-tronco perif�rica. “A quantidade no sangue � pouca. Por isso, � necess�rio medicamento para liberar as c�lulas-tronco da medula para o sangue e, ent�o, fazer a coleta no sangue, em procedimento semelhante � coleta de plaqueta”, diz. Este ano, o HC fez cinco transplantes n�o aparentados. Desde 2006, quando esse procedimento foi implantado, foram 30, dos quais oito provenientes de cord�o umbilical de bancos p�blicos nacionais.

Fila de transplante em MInas*

Rim 2.179
C�rnea 593
Medula �ssea 42
Cora��o 18
F�gado 32
Rim/ p�ncreas 24
P�ncreas 1
Pulm�o 11
Total: 2.900

Fonte: MG Transplantes
* Dados at� 31/10/11


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