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Estado de Minas

Casa do Baile, exemplar da arquitetura Niemeyer na Pampulha, completa 70 anos em 2012


31/12/2011 07:16 - atualizado 31/12/2011 07:20

Combinação das linhas sinuosas do traço de Niemeyer com a exuberância dos jardins criados por Burle Marx na Casa do Baile
Combina��o das linhas sinuosas do tra�o de Niemeyer com a exuber�ncia dos jardins criados por Burle Marx na Casa do Baile (foto: Beto Magalh�es/EM/DA Press)
Uma senhora elegante e de curvas sinuosas vai completar 70 anos de hist�ria no ano que vai nascer. A Casa do Baile, primeiro projeto de Oscar Niemeyer para o Conjunto Arquitet�nico da Pampulha a ganhar vida, tinha o objetivo de ser uma v�lvula de escape para a popula��o, na �poca, angustiada com os efeitos da Segunda Guerra Mundial. Nos planos do arquiteto Oscar Niemeyer, o espa�o seria um night club para a classe m�dia e m�dia alta, diferentemente do cassino, voltado para a elite belo-horizontina. Segundo os frequentadores da �poca, os m�sicos apresentavam-se no cassino e depois atravessavam a lagoa, de barco, para dan�ar o restante da noite na Casa do Baile.

A Casa do Baile, ou apenas o “Baile”, como ficou conhecida, foi inaugurada oficialmente em 1943 na presen�a do prefeito Juscelino Kubitschek, que j� tinha fama de “p� de valsa”, e do presidente Get�lio Vargas, recebendo grandes artistas nacionais da �poca, como Orlando Silva, Linda Batista, Grande Otelo e Francisco Alves. S� no ano seguinte � inaugura��o do Baile, surgiriam o cassino – hoje Museu de Arte da Pampulha (MAP) – e o sal�o social do Iate T�nis Clube, voltado para a pr�tica de esportes n�uticos. Naquele mesmo ano, 1943, tamb�m seria conclu�da a obra de um clube de golfe, que n�o chegou a funcionar com esta finalidade e atualmente abriga a sede da Funda��o Zoobot�nica, nas imedia��es do zoo. Um ano depois, em 1944, seria erguida a Igreja S�o Francisco de Assis, que, no entanto, s� seria consagrada pela Igreja Cat�lica em 1959.

A arquitetura do Baile favorecia o arrasta-p�, o encontro de pessoas e, claro, o flerte. Constru�da sobre uma ilhota artificial, tamb�m projetada por Niemeyer, a Casa do Baile � um grande c�rculo de 300 metros quadrados com todas as paredes de vidro e com vista para o espelho d’�gua da lagoa. “O sal�o de baile n�o tem arestas, cantos, nem quinas. � um grande c�rculo que favorece a dan�a e o flerte, onde se consegue ver e ser visto”, diz �lvaro Sales, gestor da Casa do Baile, que em 2012 comemora tamb�m 10 anos em sua nova fun��o, como Centro de Refer�ncia de Arquitetura, Urbanismo e Design, ligado � Funda��o Municipal de Cultura.

O sal�o principal era ligado ao palco, tamb�m redondo, por uma marquise em curva, que provoca sensa��o desde a �poca. Com a palavra, o autor: “Eu fiz a marquise da Casa do Baile em curva, que �s vezes explicava, dizendo para melhor me fazer entender, que elas seguiam as curvas da ilha, mas, na verdade, era o elemento pl�stico da curva que me interessava”. Segundo Sales, h� registros de projetos que concorreram para instalar no local modelos como casar�es. “O pr�dio da Casa do Baile, com suas vidra�as e sua forma sinuosa, d� uma permeabilidade com as curvas das margens externas da represa”, defende.

Com a inaugura��o do Grande Hotel de Arax�, em meados de 1944, o p�blico do cassino e da Casa do Baile partiu em debandada para a nova coqueluche do momento. Em 1946, a proibi��o do jogo no Brasil, ato do presidente Eurico Caspar Dutra, tornou a situa��o mais dif�cil. A Casa do Baile ainda resistiu at� 1948 com jantares dan�antes e apresenta��o de shows esparsos.

Depois disso, o espa�o foi reaberto e reformado para atender �s mais diversas destina��es, de restaurante dan�ante a bar de fim de tarde, at� deixar de dar bailes, mas a Regi�o da Pampulha havia passado por transforma��es e as iniciativas n�o deram bons frutos. Em 2002, a casa foi incorporada pela Funda��o Municipal de Cultura, permanecendo aberta at� hoje com exposi��es e mostras culturais como a �ltima “Fot�grafo lambe-lambe: retratos do of�cio em BH”.

 

1942
Projeto da Casa do Baile � o primeiro entregue por Oscar Niemeyer, seguido pelo do Museu de Arte, que v�o integrar o conjunto arquitet�nico da Pampulha

 

1943
Inaugura��o da Casa do Baile e entrega do projeto do sal�o social do Iate Clube, espa�o para pr�tica de esportes n�uticos e lazer. No ano seguinte, o arquiteto projeta a Igreja S�o Francisco de Assis

 

1946
Proibi��o do jogo no Brasil pelo presidente Eurico Gaspar Dutra leva ao fechamento da Casa do Baile em 1948

 

1971
Casa do Baile � arrendada empresa Mangueiras Divers�es Ltda., que instala no local um restaurante dan�ante

 

1976
Fim do contrato de arrendamento com a empresa Mangueiras e posterior abandono da casa, ocupada por moradores de rua 

 

1986
Casa do Baile � reaberta, passando a funcionar como anexo do Museu de Arte da Pampulha ap�s a conclus�o das obras de recupera��o iniciadas em 1985, fruto do tombamento pelo Iepha/MG em 1984

 

1990
� tombada pelo Iepha nacional, junto ao complexo da Pampulha. O Iepha/MG aprova projeto para a readapta��o do local pelo Restaurante Alpino, com contrato at� 1995

 

1998
Reforma de recupera��o do desenho interno original da Casa do Baile, acompanhada por Niemeyer

 

2002
� reaberta como Centro de Refer�ncia em Urbanismo, Arquitetura e Design, vinculado � Funda��o Municipal de Cultura

 


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