
Os danos causados � Pra�a da Liberdade durante o show pr�-carnavalesco da banda carioca Monobloco, que reuniu 10 mil pessoas em 12 de fevereiro, j� foram corrigidos, mas a discuss�o sobre a promo��o de grandes eventos nas pra�as, ruas e avenidas de Belo Horizonte vai continuar por um longo tempo. Preocupados com a a��o dos foli�es que destru�ram os jardins, o sistema de irriga��o, as correntes de prote��o e postes de ilumina��o da pra�a, moradores de outras regi�es da capital querem uma regulamenta��o mais r�gida para esse tipo de promo��o, justamente para impedir mais atos de vandalismo.
A primeira preocupa��o vem dos comerciantes da Savassi, que ficaram assustados com o que houve na Pra�a da Liberdade e temem que efeitos negativos de grandes eventos recaiam sobre a �rea, na Regi�o Centro-Sul. A Associa��o dos Lojistas da Savassi (Alsa) cobra defini��o de regras para a realiza��o de eventos na Pra�a Diogo Vasconcelos, em obras desde mar�o do ano passado. A previs�o � de que a nova Pra�a da Savassi seja inaugurada em abril e, antes disso, a ideia � j� ter estabelecido o perfil de evento que pode ocorrer no eixo cortado pelas avenidas Crist�v�o Colombo e Get�lio Vargas.
“Ficamos muito assustados e acreditamos que n�o adianta tamb�m fazer uma obra bonita e, depois de sofrermos um ano com as obras, destru�rem tudo em um evento. O mais importante � a preserva��o do patrim�nio e, por isso, o tipo de evento tem que ser estudado”, afirma a presidente da Alsa, Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, que pretende apresentar a proposta para o estudo na pr�xima reuni�o da comiss�o de obras da Savassi. “O perfil daqui est� ligado a pequenos eventos, como noites de jazz, exposi��o de quadros”, diz. Or�ada em R$ 10,4 milh�es, a revitaliza��o da Pra�a da Savassi incluiu, entre outros pontos, o fechamento de quatro quarteir�es nas ruas Ant�nio de Albuquerque e Para�ba.
A ideia dos lojistas da Savassi � participar das discuss�es sobre novas regras para licenciamento de shows e eventos de maior porte na Pra�a da Liberdade, na Pra�a do Papa e no Belvedere. A Regional Centro-Sul enviou correspond�ncia ao Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG) informando que as regras para eventos nesses locais ser�o modificadas e os comerciantes da Savassi querem que o local tamb�m seja beneficiado pela restri��o de shows, festas e outras promo��es.
Na Pampulha
Os moradores da Pampulha querem maior rigor na autoriza��o de eventos na regi�o. “Recebemos a not�cia de evento evang�lico, cujo encerramento contar� com shows das bandas Blessed e Ao Cubo e dos m�sicos Edu Porto e Jana�na Brand�o, na pra�a em frente ao s�mbolo de Belo Horizonte: a linda igreja de S�o Francisco de Assis”, diz a presidente da Associa��o Pro-Civitas dos bairros S�o Lu�s e S�o Jos�, Juliana Renault. Segundo ela, o evento marcado para domingo vai de encontro � promessa da prefeitura, da qual os moradores participariam da aprova��o, com anteced�ncia, do calend�rio de eventos na regi�o.
“Esta � uma preocupa��o n�o s� pontual, das associa��es da Regi�o da Pampulha. O Movimento das Associa��es de Moradores de Belo Horizonte � solid�rio a essa preocupa��o, tendo em vista outros licenciamentos concedidos na capital e o recente acontecimento na Pra�a da Liberdade, onde foi colocado em risco o patrim�nio p�blico e hist�rico da cidade”, afirma Renault. O movimento reivindica que a prefeitura estabele�a crit�rios adequados para os eventos, preocupando-se, tamb�m, com o fato de que, tanto a popula��o local quanto os visitantes n�o se sejam prejudicadas. “Local adequado para eventos � uma boa solu��o”, destaca.
O presidente da Associa��o de Bairros de Belo Horizonte, Fernando Santana, concorda. “BH tem popula��o densa e os espa�os p�blicos n�o comportam volumes grandes de participantes. A prefeitura deveria planejar lugares espec�ficos para n�o causar preju�zos ao patrim�nio e n�o comprometer a mobilidade da popula��o”, diz.
De acordo com a PBH, de janeiro de 2010 a dezembro de 2011 foram licenciados 248 eventos para a Pra�a da Liberdade e nenhum deles resultou em danos ao patrim�nio. Neste ano j� foram realizados 15 eventos no local e, lamentavelmente, diz a PBH, somente um ocasionou dano � pra�a. “Trata-se, portanto, de um caso isolado, mas que merece toda a aten��o da administra��o p�blica e sociedade, uma vez que o interesse maior � conciliar a realiza��o de eventos com a preserva��o dos espa�os p�blicos”, informou a prefeitura, por meio de nota.