
Na tarde dessa segunda-feira, mais de 400 pessoas participaram da missa celebrada pelo padre Domingos S�vio, seguida de novena, que ocorre h� tr�s d�cadas, sempre �s segundas-feiras, �s 14h. Desde 30 de janeiro, a cerim�nia, que era feita no Cemit�rio do Bonfim, diante do t�mulo da religiosa, � realizada na Igreja de Nossa Senhora da Concei��o, no Bairro Lagoinha, na Regi�o Noroeste da capital. Segundo a presidente da Associa��o dos Amigos de Irm� Benigna (Amaiben), Maria do Carmo de Souza Figueiredo Mariano, as novenas v�o continuar no templo da Lagoinha, j� que a capela do noviciado � muito pequena e n�o comporta tantos fi�is. Os ossos exumados no Bonfim est�o em poder da congrega��o das Irm�s Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, � qual Irm� Benigna pertencia, e o t�mulo ser� mantido, pois outras religiosas est�o sepultadas l�.
Maria do Carmo, de 78 anos, vi�va e m�e de cinco filhos, moradora de Sete Lagoas, na Regi�o Central, conheceu Irm� Benigna quando o filho ca�ula tinha tr�s anos. “Ela veio � minha casa, em Belo Horizonte, e por meio das sua ora��es consegui criar o meu filho, nascido com paralisia cerebral. Hoje, ele tem 50 anos, � um homem inteligente, embora com limita��es. Tenho muita f� nessa mulher maravilhosa, que j� � uma santa.” Ao lado do marido, Cust�dio Tom�s, de 60, auxiliar operacional Maria Dion�sia da Cruz Tom�s, de Ribeir�o das Neves, na Grande BH, conta que alcan�ou muitas gra�as por intercess�o da candidata a beata. “Rezei e o meu marido parou de beber e fumar”, disse. “Melhorei 1.000%”, revelou Cust�dio.
A santa da boa hora e da fartura
Irm� Benigna, que integrou a Congrega��o das Irm�s Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, fundada em Caet�, na Grande BH, � mais uma pessoa de vida religiosa, com atua��o em Minas, na lista dos candidatos a beatos e, na sequ�ncia, � canoniza��o, o que significa se tornar santo. Segundo os organizadores da celebra��o de quinta-feira, o traslado, em carro do Corpo de Bombeiros e com autoriza��o da BHTrans, ser� in�dito para os cat�licos, j� que o Beato Padre Eust�quio (1890-1943), enterrado no Bonfim, teve os restos mortais levado para a Matriz dos Sagrados Cora��es, conhecida como Igreja Padre Eust�quio, em 1949, numa cerim�nia restrita a integrantes da Arquidiocese de BH.
Com retrato da freira em camiseta, a professora aposentada S�nia Costa, do Bairro Santo Agostinho, na Regi�o Centro-Sul, lembrou que “o poder � de Deus, mas a intercess�o de Irm� Benigna � fort�ssima, pois vivia para os pobres e doentes. Todos a amavam. Ficou conhecida como ‘santa da hora, da fartura e da salve-rainha’”. Na sede do noviciado, que tem como madre-geral a freira Neuza Cota da Silva, trabalhadores d�o os retoques no t�mulo de granito. H� tr�s dias no local, a irm� Gracie Aparecida de Souza Pena, lembra que conheceu Benigna, em Lavras, no Sul de Minas, e se diz feliz por t�-la perto. Mais satisfeito est� Milton Lopes da Silva, de 54, que trabalha para as irm�s h� 40 anos. “Conheci Irm� Benigna no Col�gio Nossa Senhora da Piedade, no Prado. Era uma pessoa muito especial”, afirmou.

SAIBA MAIS: TRABALHO PELOS DOENTES
Maria da Concei��o Santos, Irm� Benigna, nasceu em 16 de agosto de1907, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e morreu em 16 de outubro de 1981, em Belo Horizonte. A abertura do processo de beatifica��o ocorreu na v�spera da passagem dos 30 anos de sua morte. De fam�lia simples, desde menina revelava dons divinos e voca��o para a vida religiosa, sendo devotada de Nossa Senhora de Lourdes. Em 1935, ingressou na Congrega��o das Irm�s Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade e iniciou seu apostolado com servi�os religiosos. O primeiro local onde trabalhou foi a Casa de Caridade Manoel Gon�alves de Souza Moreira, em Ita�na, no Centro-Oeste, onde fez os votos perp�tuos e se diplomou em enfermagem. Contam que Irm� Benigna sofreu cal�nias, tais como rumores de uma poss�vel gravidez e acusa��o de ser uma freira comunista, sendo transferida em 1948 em uma viatura policial para o Asilo S�o Luiz, na Serra da Piedade, em Caet�. Ali teria sido posta em um chiqueiro, adquirindo v�rias doen�as. Em 1950, foi designada para servi�os em asilo-hospital, em Lambari, no Sul de Minas, e trabalhou como parteira e enfermeira. Morreu em BH com problemas card�acos.