"�, conseguem fazer isso?” Com o bon� posto de lado e uma cotoveleira preta, o instrutor Laio Bastos jogou as m�os para o alto, dobrou os joelhos, agachou-se at� tocar o ch�o com as pontas dos dedos e girou o corpo. “Vamos l�”, pediu. �s suas costas, um grupo de 10 crian�as tentou imitar os movimentos. Na manh� de ontem, a oficina de break dance abriu o Trote Solid�rio dos calouros de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As atividades foram realizadas na Escola Municipal Maria das Neves, no Bairro S�o Lucas, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte.
O trote contou com a presen�a de cerca de 50 alunos da escola, que oferece turmas da 4ª � 8ª s�rie do ensino fundamental. Depois da aula de dan�a, os meninos e meninas ajudaram a renovar a pintura do piso da quadra poliesportiva, coordenados pelos estudantes de medicina, e pintaram as paredes, sob a orienta��o de Ronald Nascimento, monitor da oficina de grafite da escola. Os pinc�is, latas de tinta e sprays usados foram comprados pelos universit�rios.
Em sua primeira edi��o, o Trote Solid�rio teve a participa��o de 60 alunos dos 1º e 2º per�odos de medicina. O evento substituiu o trote � moda antiga, em que veteranos recebem os novatos com brincadeiras frequentemente animadas com bebidas alco�licas.
“Nosso trote no ano passado teve uma repercuss�o negativa por causa do consumo de bebida. Resolvemos fazer algo diferente desta vez. A sociedade espera coisas boas de quem estuda para se tornar m�dico”, explicou um dos organizadores do trote, Tomaso Francia, de 20 anos, estudante do 2º per�odo. “Para n�s, que somos futuros profissionais de sa�de, tem tudo a ver fazer algo para ajudar as pessoas”, completou Jonathan Teixeira, calouro de 20 anos.
Na oficina de dan�a, um dos aprendizes mais empenhados era Robert Nascimento, de 12 anos, aluno da 7ª s�rie. “Gostei muito, deu para aprender v�rios movimentos”, disse. Ap�s a aula, outro aluno deu um abra�o de agradecimento no instrutor, Laio Bastos, estudante do 2º per�odo de medicina e integrante de dois grupos de break dance. “� muito bacana fazer da escola um lugar mais divertido para os pequenos. Eles s�o mais desinibidos que os adultos, arriscam mais, n�o t�m medo de errar”, constatou Laio.
Crian�as motivadas
“Essa iniciativa (o trote) foi uma das coisas mais importantes que vivenciei como educadora”, elogiou a diretora da escola, F�tima Cordeiro. Antes das atividades de ontem, os futuros doutores haviam visitado a institui��o para explicar o que seria o evento e ouvir os alunos sobre seus planos para o futuro. “A conversa passou confian�a para os meninos. Vi nos olhos deles a vontade de fazer faculdade”, revelou F�tima.
Os universit�rios tamb�m v�o doar ao col�gio cadernos, estojos e outros itens de uso escolar. Quem quiser ajudar nas doa��es deve levar o material para o Diret�rio Acad�mico da Faculdade de Medicina da UFMG, no c�mpus da avenida Professor Alfredo Balena, em Santa Efig�nia, na Regi�o Leste da capital. Os universit�rios tamb�m est�o recolhendo alimentos e roupas, a serem entregues a uma institui��o de caridade. “Queremos que o trote se transforme em um projeto de extens�o da UFMG”, revelou Tomaso Francia.