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Estado de Minas

Veja os estragos deixados por tremores em Montes Claros

Tr�s tremores na madrugada causam susto e preju�zos na cidade, mas n�o deixam feridos. Estimativa � de que tenham sido de 3 graus na escala Richter


postado em 03/04/2012 07:08 / atualizado em 03/04/2012 07:24

(foto: Dione Afonso/Esp.EM)
(foto: Dione Afonso/Esp.EM)

“Foi um pavor, pensei que o mundo estava acabando e n�o consegui dormir mais”, contou Maria de F�tima Pinheiro, de 52 anos, moradora de Montes Claros, no Norte Minas, ao descrever os momentos de tens�o que viveu na madrugada de ontem, quando ocorreram tr�s tremores de terra na cidade. No segundo abalo, o telhado da varanda da casa dela, na Vila Atl�ntida, caiu. Mas n�o foi s� Maria de F�tima que pensou que “o mundo iria acabar”. Os abalos ocorridos � 1h47, �s 2h20 e �s 4h20 foram sentidos em toda a cidade, provocando muito susto nos moradores, que fizeram cerca de 300 chamadas ao Corpo de Bombeiros.

A causa dos tremores ainda � desconhecida. A mais prov�vel seria a presen�a de uma falha geol�gica na cidade. No entanto, os estudos podem ser prejudicados pelo desconhecimento da intensidade exata de cada tremor. O Observat�rio Sismol�gico (Obsis), da Universidade de Bras�lia (UnB), informou que n�o recebeu os dados da esta��o respons�vel por detectar abalos s�smicos, situada em Itacarambi, tamb�m no Norte de Minas. Por isso, fez estimativa de 3 graus na escala Richter, baseando-se na magnitude dos tremores registrados na regi�o nos �ltimos anos e em dados da esta��o sismogr�fica em Bras�lia.

De acordo com o diretor do Observat�rio Sismol�gico da UnB, Lucas Vieira Barros, teria ocorrido um atraso no pagamento, por isso a empresa Web Rural, contratada para prestar os servi�os, cortou o envio dos dados coletados pela esta��o de Itacarambi. Mas a reitoria da UnB, por meio da assessoria de imprensa, informou que o pagamento foi feito em 5 de mar�o. O diretor da empresa (cujo escrit�rio comercial fica no Rio de janeiro), Francisco Igreja, disse que ainda precisava averiguar a quest�o. “Temos de verificar se o ponto (de internet) na esta��o est� em funcionamento ou parou de funcionar por algum defeito ou outro motivo”, declarou.

A esta��o foi instalada em Itacarambi depois que, em 9 de dezembro de 2007, uma menina de 5 anos morreu em Cara�bas, na zona rural do munic�pio, devido a um terremoto de 4,9 graus. O tremor foi o primeiro a causar morte no Brasil. Desde agosto de 2009, foram registrados nove em Montes Claros. Na noite de 5 de mar�o do ano passado, a popula��o tamb�m ficou assustada com um abalo de 3,2. Antes dos registros de ontem, o �ltimo ocorreu em 10 de de outubro de 2011 (de 2,6 graus).

(foto: Luiz Ribeiro/EM DA Press)
(foto: Luiz Ribeiro/EM DA Press)

“Sabemos que os sismos resultam de rupturas na parte superior da terra, causadas por for�as tect�nicas. Neste caso espec�fico, a ruptura pode estar sendo originada de uma falha geol�gica ativa em Montes Claros. Mas somente com a instala��o de uma esta��o sismol�gica no munic�pio poderemos confirmar se essa falha existe mesmo, saber sua dimens�o e verificar quais a magnitude dos abalos que ela pode provocar”, explicou o diretor Lucas Vieiras Barros. Ele informou que foi firmado acordo entre a UnB, o governo de Minas e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) para instala��o do equipamento, mas a unidade ainda n�o saiu do papel.

Ele lembrou que os tremores ocorridos em Montes Claros s�o de baixa magnitude e provocam danos significativos, sendo que o de maior intensidade, de 3,7 graus, foi registrado em 1995. “Mas n�o podemos descartar a possibilidade de ocorrer sismos de maior intensidade”, disse. Segundo ele, a institui��o registrou o primeiro tremor em Montes Claros em 1978.

Caf� feito no meio da rua

Os tr�s abalos de ontem foram percebidos em praticamente todo o munic�pio, de 362 mil habitantes. A regi�o onde os moradores mais sentiram a intensidade dos abalos foi a Vila Atl�ntida, onde estaria o epicentro e tamb�m seria o local mais pr�ximo da falha geol�gica. Maria de F�tima Pinheiro informou que o telhado da varanda da casa dela despencou no segundo tremor. “Foi uma coisa de assombrar mesmo”, disse. O marido dela, o chapa de caminh�o Carlos Moreira de Souza de 50, tamb�m ficou com muito medo. “Acordei com o barulho do primeiro abalo e fiquei acordado no segundo, quando escutei o telhado cair. Depois disso, todo mundo aqui de casa saiu para rua. Os vizinhos fizeram a mesma coisa”, afirmou. “Depois dos tremores, ningu�m mais do bairro conseguiu dormir. Teve gente que fez caf� na rua mesmo”, disse Maria de F�tima. Na manh� de ontem, a fam�lia recebeu a visita de um funcion�rio da Defesa Civil municipal, que fez o levantamento dos danos.

Maria Rita Ferreira de Souza, de 67, moradora da Vila Atl�ntida, tamb�m se assustou. Na madrugada de ontem, ela n�o estava em casa, pois cuidava de um neto em outro bairro, mas tamb�m sentiu o tremor. Quando voltou para casa, encontrou uma fenda em uma das paredes do quarto. “Estou com medo de acontecer de novo e minha casa cair. O jeito � entregar tudo nas m�os de Deus”, disse.

Ainda no mesmo bairro, a dom�stica Adelene disse que, na noite de domingo, teve discuss�o com o marido, que acabou indo dormir no ch�o da sala. “Mas, na hora do tremor, ele ficou t�o assustado que correu de volta para a cama no quarto e me abra�ou”, contou. Na hora do “aperto”, n�o teve como rejeitar o abra�o do marido. “Passamos muito susto, achei que o ch�o estava afundando”, disse a mulher.

O abalo foi sentido por moradores de outras regi�es da cidade tamb�m. � o caso do aposentado Jo�o de Souza Avelar, de 68, do Bairro Santa Rita. “Eu estava em casa dormindo quando a terra tremeu. Acordei assustado sentindo uma sensa��o muito ruim. A �nica coisa que veio � minha cabe�a foi que algu�m tivesse jogado uma bomba em minha casa. Mas percebi que estava tudo tremendo” , afirmou o aposentado.

“Eu estava acordado. Vi a terra tremer mesmo. Assustei muito, pois minha casa tem cobertura de telhado. As telhas fizeram um barulho muito forte. Depois n�o consegui mais dormir. Fiquei com medo de acontecer novamente”, disse o vendedor de carros Jo�o Maur�cio Silva, de 38, do Bairro Edgar Pereira, perto da �rea central da cidade.

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)


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