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Estado de Minas

Apenas 27% dos elevadores instalados em BH foram vistoriados em 2011

Equipamento que deveria ser um dos mais seguros meios de locomo��o transforma-se em amea�a diante de fiscaliza��o falha, economia em manuten��o e at� fraudes em consertos


postado em 11/04/2012 06:00 / atualizado em 11/04/2012 06:45

Técnico Adalberto Gomes de Castro diz que, com cuidados adequados, mesmo equipamentos antigos podem oferecer total segurança a usuários(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
T�cnico Adalberto Gomes de Castro diz que, com cuidados adequados, mesmo equipamentos antigos podem oferecer total seguran�a a usu�rios (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Ele � um dos meios de transporte mais banais e, aparentemente, mais seguros. Mas quem entra em alguns elevadores mal sabe que pode estar prestes a se aventurar por uma esp�cie de caixa-preta, sujeita a uma s�rie de falhas. Muitas decorrem da prec�ria fiscaliza��o do poder p�blico, outras da neglig�ncia de condom�nios mais interessados em economizar do que em investir na seguran�a e algumas at� mesmo de golpes de empresas contratadas para dar manuten��o e evitar acidentes. Apesar de todos os riscos, dados da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) mostram que, ano passado, apenas 27% dos equipamentos instalados na capital foram vistoriados.

O resultado pode se traduzir em acidentes, como o registrado no �ltimo s�bado, quando um elevador do Instituto de Previd�ncia dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), na Alameda Ezequiel Dias, Regi�o Hospitalar, desceu bruscamente e assustou funcion�rios e pacientes. O equipamento parou entre o segundo e terceiro andares do pr�dio e as pessoas precisaram ser retiradas pelo Corpo de Bombeiros. At� o fechamento desta edi��o, a empresa Otis, fabricante do elevador, n�o tinha informado quais foram as causas do problema.

Mas um t�cnico de uma empresa renomada, que prefere n�o ser identificado, relata os principais absurdos que encontra escondidos em fossos e casas de m�quinas. "Muito condom�nio n�o quer gastar na troca de pe�as e prefere deixar funcionando enquanto d�. Por outro lado, h� no mercado muita empresa que vende pe�as velhas como se fossem novas e engana mesmo o cliente, pondo v�rias pessoas em risco", conta.

Um dos casos mais recentes foi verificado em um pr�dio no Bairro Funcion�rios, na Regi�o Centro-Sul de BH. "Fui chamado para um servi�o em elevadores que estavam com pe�as trocadas havia um m�s e meio. Quando vi a situa��o, logo avisei o s�ndico para procurar quem havia feito a manuten��o, pois usaram s� pe�as velhas", relatou. "Infelizmente, isso est� se tornando comum. Tem muita gente saindo de firma grande e abrindo uma empresa. Trabalham de forma negligente, sem pensar nas consequ�ncias", disse o t�cnico, na �rea h� 34 anos.

O Sindicato das Empresas de Elevadores de Minas Gerais (Sesciemg) confirma a pr�tica. "O problema � s�rio. H� empresas pequenas negligentes, aventureiras e que n�o t�m capacidade de executar o trabalho", afirma o presidente da entidade, Geraldo Perp�tuo Moreira. Segundo ele, tr�s fabricantes e cerca de 50 empresas est�o habilitadas em BH a dar manuten��o nos equipamentos. Apenas a capital tem aproximadamente 11 mil aparelhos, n�mero que cresceu 30% nos �ltimos cinco anos. "O setor da constru��o civil est� aquecido e, com a mudan�a na legisla��o, a prefeitura est� exigindo elevadores para deficientes. Os fabricantes n�o est�o dando conta da demanda", diz.

Geraldo Moreira cobra fiscaliza��o: "Os �rg�os respons�veis pela vistoria olham s� a documenta��o e n�o prestam aten��o � quest�o t�cnica. � uma parte cr�tica que precisar� ser resolvida com urg�ncia, pois o n�mero de acidentes est� aumentando". Dados do sindicato mostram que BH registra, em m�dia, cinco acidentes por ano. Alguns s�o fatais, como ocorreu no ano passado, quando um t�cnico morreu enquanto dava manuten��o em um pr�dio no Bairro Sion, tamb�m na Regi�o Centro-Sul. Em 2009, um gar�om ficou ferido e outro perdeu a vida depois de cair no fosso do equipamento de servi�o do Hotel Othon Palace, no Centro de BH.

De acordo com a legislação, inspeções devem ocorrer pelo menos uma vez por ano(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
De acordo com a legisla��o, inspe��es devem ocorrer pelo menos uma vez por ano (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Fiscaliza��o

A Secretaria Municipal de Servi�os Urbanos informa que ano passado foram feitas 2.968 vistorias em elevadores de Belo Horizonte, mas n�o revela quantas multas foram aplicadas. A fiscaliza��o � feita regularmente de forma planejada ou atendendo a pedidos. Mas, se a fiscaliza��o n�o � t�o eficaz, n�o faltam leis municipais para tratar da instala��o e manuten��o de elevadores: s�o tr�s, mais o C�digo de Posturas.

De acordo a legisla��o, todo dono de elevador � obrigado a contratar empresa devidamente habilitada para conserva��o e manuten��o, com registro no Crea e licenciada pela PBH. No local da instala��o, al�m dos contratos, � preciso deixar o livro de ocorr�ncias, onde fica registrado tudo o que se passa com o equipamento. Tamb�m � exigida a inspe��o, no m�nimo anual, dos aparelhos.

Conserva��o

Elevador antigo n�o � sin�nimo de equipamento ruim. De acordo com o t�cnico em manuten��o Adalberto Gomes de Castro, respons�vel por 60 equipamentos de 18 pr�dios em BH, tudo depende da conserva��o. "A vida �til de um cabo, por exemplo, � de no m�nimo 10 anos, mas isso depende da espessura dele, do lugar em que o elevador est� instalado e at� do movimento do edif�cio. Conhe�o pr�dios que n�o trocam h� 30 anos, mas n�o h� qualquer risco, porque n�o h� movimento. Mas num local como o Edif�cio Dant�s (na Avenida Amazonas), onde os elevadores fazem cerca de 200 viagens por dia, isso n�o � poss�vel", afirma.


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