Beb� que recebeu leite na veia � terceiro caso de erro em pouco mais de um m�s

O erro atribu�do a uma enfermeira quase matou um beb� de quatro meses internado no Hospital da Baleia, na Regi�o Leste de Belo Horizonte. A m�e da crian�a, a manicure Mariana Cristina Vieira de Souza, de 21 anos, denunciou que a enfermeira injetou leite materno na veia da crian�a em vez de soro, o que levou o beb� a ter duas bradicardias (diminui��o na frequ�ncia card�aca). Ainda segundo a m�e, a profissional percebeu o erro e tentou resolver o problema sozinha, sem a ajuda do m�dico de plant�o. A crian�a s� foi salva porque, 40 minutos depois da falha e da recusa da enfermeira em procurar ajuda especializada, Mariana resolveu pedir socorro e o m�dico foi chamado.

A crian�a, Davi Emanuel de Souza Lopes, estava internada h� uma semana com bronquiolite (princ�pio de pneumonia) e era alimentada por sonda inserida na boca e recebia soro em um dos p�s, quando a enfermeira, que n�o teve o nome divulgado, fez a troca dos l�quidos. O hospital disse que houve um problema com a crian�a, n�o confirmou a falha da enfermeira e informou que o caso ser� investigado. O gerente de Rela��es Institucionais do Hospital da Baleia, Paulo Carvalho, comunicou que o beb� est� na unidade de tratamento intensivo (UTI) e n�o corre risco de morrer.

Esse foi o terceiro caso de erro em hospital envolvendo crian�as em pouco mais de 30 dias na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. No dia 8, o menino Alan Bruno Castro, de 2, ingeriu �cido usado para queimar verrugas em vez de sedativo, no Hospital S�o Camilo, na Regi�o Leste da capital. A falha, reconhecida pelo hospital, foi de uma t�cnica de enfermagem. Alan est� internado na UTI do Hospital Fel�cio Rocho e se recupera bem, devendo receber alta em 10 dias.

Em 2 de mar�o, Artur Felipe Alves de Oliveira, de um m�s de vida, morreu depois que recebeu leite na veia em vez de soro. O alimento foi aplicado por uma t�cnica de enfermagem do Hospital Municipal de Contagem. A crian�a tinha um quadro grave de insufici�ncia card�aca. Os pais denunciaram falha no atendimento e a unidade resolveu afastar a t�cnica de enfermagem. A Secretaria de Sa�de abriu sindic�ncia para apurar o caso.

SEGUNDA VEZ

O pintor Israel Abra�o Amaral Lopes, de 21, pai de Davi, contou que essa foi a segunda interna��o do filho no Hospital da Baleia. “Meu filho ficou seis dias internado na primeira vez e foi liberado com diarr�ia. Minha mulher viu que ele n�o estava bem, mas mesmo assim o mandaram para casa, em 3 de mar�o. Ele ficou dois dias em casa, passando mal, com diarreia, vomitando muito e com febre”, conta o pai.

Davi ainda passou tr�s dias no pronto-atendimento do Bairro Caieiras, em Vespasiano, na Grande BH, onde mora com os pais, e no dia 8 voltou ao Hospital da Baleia. O beb� melhorou e havia previs�o de alta para amanh�, segundo o pai, caso n�o houvesse o erro da enfermeria. Israel disse que, por volta de 1h30, recebeu um telefonema da mulher. “Ela estava desesperada, dizendo que a enfermeira havia injetado soro na boca do filho e leite na veia do p�. A enfermeira n�o queria chamar o m�dico e preferiu tomar a frente de tudo, querendo resolver o problema sozinha. Meu filho teria morrido se a minha mulher n�o tivesse pedido socorro. � o nosso �nico filho e o quero vivo nos meus bra�os. Tamb�m quero justi�a para que isso n�o ocorra de novo”, acrescentou o pai, lembrando que a crian�a tem s�ndrome de Down.