
A fiscaliza��o de taxistas para inibir o consumo de �lcool durante o trabalho e da circula��o de motoristas n�o autorizados a prestar o servi�o � incapaz de conter os abusos no servi�o de transporte por concess�o. A constata��o � da diretora de Atendimento e Informa��o da BHTrans, Jussara Bellavinha, que descreveu a a��o dos fiscais e dos policiais como “pequena diante do desafio”. De acordo com ela, a situa��o mostrada pelo EM, que flagrou pelo menos uma d�zia de taxistas consumindo �lcool e depois pegando passageiros, � inaceit�vel e a empresa que gerencia o servi�o pretende procurar os respons�veis. “Vamos abrir processo administrativo para apurar essa situa��o e cassar a licen�a dos respons�veis. Como o caso ocorreu � noite, provavelmente eram auxiliares e n�o permission�rios”, avalia.
O comandante do Batalh�o de Pol�cia de Tr�nsito (BPTran), tenente-coronel Roberto Lemos, diz n�o se recordar de nenhum registro de taxista flagrado nas blitzes da Lei Seca. “A orienta��o aos batalh�es � para parar todos os ve�culos, inclusive t�xis. Se o condutor aparentar estar embriagado, pedimos o teste de baf�metro”, garante. As pol�cias Militar e Civil informaram n�o dispor de estat�sticas que separem os t�xis de outros carros quanto a infra��es e acidentes.
Um taxista de 52 anos, sendo 22 deles na pra�a, confirma os h�bitos dos colegas de beberem enquanto trabalham, mas diz que muitos pararam por causa das blitzes. “Hoje muita gente n�o se arrisca, porque se o guarda cismar e pedir o baf�metro, a pena � pesada, perde at� a permiss�o”, conta. Contudo, ele confirma que a pr�tica ainda ocorre nas ruas. “Tem muita gente que � louca e faz isso. Eu, por exemplo, quando termino minhas corridas, entrego o carro para o patr�o e vou no banco do carona bebendo”, conta.
O psiquiatra Valdir Ribeiro Campos, da Comiss�o de Controle ao Tabagismo, �lcool e Outras Drogas da Associa��o M�dica de Minas Gerais, afirma que o estresse na profiss�o de motorista � muito grande e que pode levar pessoas com predisposi��o a se tornarem alco�latras. “O taxista fica muito exposto aos engarrafamentos, problemas de tr�nsito, dos passageiros, autoridades, precisam cumprir uma jornada m�nima para sobreviver. Toda essa carga e as companhias, a oferta farta de bares, se n�o bem manejadas, podem desencadear no alcoolismo”, afirma. O Sindicato dos Taxistas (Sincavir) informou apenas ser contra esse tipo de conduta e que vai “apoiar todas as campanhas que v�o contra a bebida e o tr�nsito, como a da Lei Seca”.