A assist�ncia m�dica especializada e a boa infraestrutura hospitalar recebidas pela pequena Carolina, que nasceu prematura em um hospital de Nova Lima, na Grande BH, foram fundamentais para que ontem ela pudesse ir para casa. Mas a realidade vivida pela beb� n�o � a mesma em todo o estado. Com 499 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) credenciados pelo Minist�rio da Sa�de, Minas chega a ter um super�vit de 120 vagas. No entanto, convive com situa��es d�spares que podem prejudicar o atendimento a crian�as que nascem com menos de 36 semanas. Enquanto em algumas regi�es sobram leitos, em outras, como o Vale do Jequitinhonha, eles sequer existem.
A m� distribui��o dos leitos, de acordo com o presidente da Sociedade Mineira de Pediatria, Paulo Poggiali, pode reduzir as chances de sobreviv�ncia. “Belo Horizonte e cidades polo t�m condi��es de fazer o atendimento a prematuros. Infelizmente, os munic�pios precisam transferir pacientes, j� que n�o h� distribui��o adequada das vagas. Muitos beb�s morrem porque s�o absolutamente fr�geis”, garante Poggiali.
Segundo Poggiali, a pequena Carolina teve boa evolu��o porque foi bem assistida. “Uma crian�a com esse peso e idade gestacional s� resiste se estiver em uma unidade hospitalar com estrutura f�sica adequada e profissionais especializados, como m�dicos intensivistas e enfermagem bem treinada”. Sem fazer distin��o entre as redes particular e privada, o m�dico afirma que a falta de leitos em todas as regi�es de Minas � resultado de falhas nas pol�ticas trabalhistas.
“Os governos devem investir na fixa��o de m�dicos obstetras e pediatras”, afirma. Segundo ele, � necess�rio otimizar o atendimento pr�-natal . “S� assim o obstetra tem condi��o de definir se a gravidez est� evoluindo para a prematuridade e encaminhar a paciente para uma unidade especializada”, disse. De acordo com a SES, o governo estadual ir� melhorar a distribui��o dos leitos de neonatal por meio de cons�rcios entre munic�pios. No Vale do Jequitinhonha oito leitos de UTI ser�o criados por meio de parceria com a rede Cegonha, do governo federal.