
Depois dos supermercados, farm�cias e drogarias de Minas Gerais est�o desistindo de manter caixas eletr�nicos em suas lojas. O presidente da associa��o que re�ne representantes do setor, a Asfa, Sebasti�o Eust�quio Alves, informou ontem que, das 50 redes associadas, oito j� decidiram retirar as m�quinas de banco, o que representa 16% do total. A justificativa s�o os constantes ataques de ladr�es, com arrombamentos e explos�es que p�e em risco trabalhadores e fregueses e causam estragos nas lojas. “Al�m do preju�zo financeiro, com destrui��o de teto, porta, mercadorias e medicamentos, os funcion�rios e clientes correm s�rio risco de perder a vida. Tivemos casos de explos�es durante hor�rio de funcionamento das lojas”, disse.
Sebasti�o Alves informou que a entidade participou de v�rias reuni�es com a Pol�cia Militar para discutir assaltos �s drogarias e farm�cias em Minas, ficando acertada a intensifica��o do patrulhamento em frente aos estabelecimentos. Para garantir a seguran�a, a associa��o sugeriu a instala��o de c�meras de seguran�a nas lojas e a contrata��o de vigilantes. Mas, segundo o presidente da Asfa, essas medidas n�o afastam os bandidos, que est�o cada vez mais ousados.
Por dois dias seguidos ladr�es usaram a mesma t�tica para atacar drogarias em Contagem, na Grande BH, e arrombar caixas eletr�nicos. Apesar da aud�cia – arrebentaram as portas dos dois estabelecimentos jogando um carro contra a entrada das lojas – e da destrui��o, os bandidos n�o tiveram sucesso nas investidas e fugiram sem levar nada. Na madrugada de ontem, o alvo foi a Drogaria Nova Alian�a, no Bairro Jardim Alvorada.
Depois de jogar o carro de r� duas vezes contra a porta de a�o e danific�-la, dois dos bandidos desembarcaram. Carregando mochilas e uma alavanca, a dupla entrou na loja. Enquanto um deles come�ou a arrombar a m�quina da rede de bancos 24 horas, o outro apontou uma lanterna para uma das c�meras, na tentativa de impedir a grava��o. Em determinado momento, o homem com a lanterna retirou uma banana de explosivo da bolsa. Do lado de fora, os outros dois bandidos renderam um motociclista que passou em frente � drogaria instantes antes do arrombamento.
O rapaz voltava da casa da namorada e os suspeitos tomaram a chave da moto dele e o mandaram ficar quieto. A dupla de criminosos tamb�m impediu um motorista de �nibus de passar pela via e o obrigou a mudar o itiner�rio da linha. De acordo com o cabo Gledson Pedro da Silva Melo, da 39ª Companhia do 18º Batalh�o da Pol�cia Militar, o bando permaneceu no local por cerca de 10 minutos e s� fugiu depois que o alarme da drogaria disparou. Os assaltantes tentaram fugir no carro, mas uma das rodas traseira do Vectra se soltou e eles tiveram que deixar o bairro a p�, em dire��o ao Bairro Xangril�.
Pol�cia suspeita do mesmo bando
As viaturas da PM chegaram � drogaria atacada no Bairro Jardim Alvorada poucos minutos depois de o alarme disparar. “Fizemos buscas no bairro, mas n�o encontramos nenhum dos bandidos. Acreditamos ser a mesma quadrilha que agiu nas duas tentativas de roubo contra os caixas eletr�nicos das drogarias”, afirmou o cabo Gledson Melo.
A PM informou que o Vectra usado pelos bandidos, que foi abandonado na entrada da farm�cia, tinha registro de roubo. O carro foi tomado de assalto no dia 10, em uma rua do Bairro Santa In�s, na Regi�o Leste de Belo Horizonte. Dentro do ve�culo foi encontrada a alavanca usada para retirar a tampa da m�quina.
A propriet�ria da Drogaria Nova Alian�a disse que ontem mesmo ligou para o banco e solicitou a retirada do caixa eletr�nico do estabelecimento, que funciona no bairro h� 10 anos. A empres�ria j� vinha pensando em tomar a medida, justamente pelo medo da onda de arrombamentos e explos�es. “Todos os dias a gente acorda com a not�cia de mais um ataque a caixa eletr�nico. Vivemos com uma sensa��o de medo e de impunidade. Infelizmente, vou interromper um servi�o que s� favorece a popula��o.”
Conforme a empres�ria, em um ano � a segunda vez que a drogaria � alvo de bandidos. Na primeira, ladr�es arrombaram as portas dos fundos para roubar mercadoria, mas n�o levaram muita coisa. J� o preju�zo com o arrombamento de ontem foi estimado em cerca de R$ 8 mil. O Estado de Minas tentou entrevistar o comandante do policiamento em Contagem, cidade que foi alvo de v�rios ataques a caixas eletr�nicos nos �ltimos meses, tr�s somente nesta semana, mas at� o fechamento desta edi��o ele n�o foi localizado.