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Estado de Minas

Franc�s que provocou acidente na Savassi se livra de acusa��es

Com a prescri��o do processo criminal contra o franc�s que provocou acidente na Savassi, jovens que se feriram se revoltam com impunidade e chegam a duvidar at� de indeniza��o


postado em 20/06/2012 06:00 / atualizado em 20/06/2012 06:53

Wenner, que dirigia o carro que foi destruído no desastre, e André, que também estava a bordo: recuperação dolorosa e descrença na Justiça(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Wenner, que dirigia o carro que foi destru�do no desastre, e Andr�, que tamb�m estava a bordo: recupera��o dolorosa e descren�a na Justi�a (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)


Marcas do acidente se conservam nos corpos de todos os cinco ocupantes do Mercedes Classe A atingido em cheio pelo Chevrolet Captiva dirigido pelo franc�s Olivier Rebellato naquela madrugada de abril de 2009. Nenhum deles, por�m, foi t�o machucado quanto a atriz Josiane Ilda Campos, que tinha 26 anos, perdeu massa encef�lica, entrou em estado vegetativo e n�o sai mais da cama. “H� tr�s anos ela n�o fala, nem anda. S� pisca os olhos”, descreve a irm�, Viviane Rosa Campos, outra v�tima, que dedica a maior parte do tempo a cuidar da jovem. “Isso que minha irm� tem � qualquer coisa, menos vida”, lamenta Viviane, hoje com 33 anos.

A promotora de eventos Viviane precisou vender duas casas e gastar as economias guardadas no banco para custear os R$ 8 mil mensais do tratamento da irm�, que hoje, aos 29 anos, recebe a aten��o de uma enfermeira e tem sess�es com fisioterapeuta, fonoaudi�loga e terapeuta ocupacional. “Tamb�m conto com a ajuda de amigos, poucos amigos”, ressente-se Viviane. O motorista do Chevrolet, Olivier Rebellato, foi condenado pela Justi�a, em car�ter liminar, a pagar uma pens�o mensal de 10 sal�rios m�nimos �s duas, que nunca receberam um centavo. “Josiane est� presa a uma cama, enquanto ele continua vivendo a vidinha dele como se nada tivesse acontecido”, revolta-se a irm�.

A perna esquerda d�i muito. Por isso, Wenner da Silva Gon�alves, de 28 anos, manca e s� consegue dormir sob efeito de sedativos. Era ele o motorista do Mercedes Classe A. N�o se lembra do momento do acidente. Quando despertou, no hospital, soube que havia ro�ado a morte. Teve traumatismo craniano, quebrou bacia e sete costelas, que perfuraram rins, intestino grosso e bexiga. Passou por quatro cirurgias, ficou oito meses acamado e outros quatro em cadeira de rodas. “Tenho saudades de quando jogava bola, conseguia andar e me levantar sem sentir dor”, diz o analista de marketing.

At� hoje Andr� Eduardo Magalh�es n�o consegue esticar totalmente o bra�o direito, que se quebrou em v�rios pontos. O rapaz de 29 anos, estudante de engenharia civil, tamb�m n�o se lembra do acidente, nem do carro de Wenner, em que havia andado v�rias vezes. “O m�dico me explicou que, com a pancada na cabe�a, eu esqueci muitas coisas que aconteceram nos seis meses anteriores ao acidente”, conta. A pancada causou um acidente vascular cerebral, que deixou Andr� em coma por cerca de 30 dias.

O jornalista L�zaro Sampaio Henrique tem uma cicatriz no joelho esquerdo, que foi destro�ado. O osso da patela precisou ser quase todo restaurado. Al�m disso, quebrou tr�s costelas e teve que reconstituir uma das p�lpebras, desfigurada. Ficou acamado por oito meses. L�zaro, de 32 anos, trabalhava como produtor de eventos e diz que precisou recome�ar do zero. “Quem fica fora da pra�a perde muitos contatos. Consegui voltar, mas n�o tive apoio nenhum do poder p�blico”, critica.

Segundo o inqu�rito policial, o motorista Rebellato n�o tinha habilita��o v�lida no Brasil, dirigia em alta velocidade, estava alcoolizado e desrespeitou o sinal vermelho. As v�timas se indignaram ao saber que o franc�s n�o poder� mais ser punido pelo crime, j� que a morosidade da Justi�a fez o processo prescrever. No entanto, a not�cia n�o surpreendeu tanto assim.

“Vou dizer a verdade: era esperado. No in�cio, a gente ainda tinha expectativa de a justi�a ser feita, mas com tantos acidentes parecidos que n�o d�o em nada a impunidade se torna comum, voc� fica desacreditado de tudo. Nenhuma provid�ncia � tomada, a gente continua na mesma”, critica Wenner. Resta a esperan�a de que o franc�s seja condenado no processo c�vel, que pede indeniza��es que totalizam cerca de R$ 2 milh�es. “Dificilmente essa grana vai sair. O cara est� l� na Fran�a, isso n�o vai dar em nada”, lamenta ele. “Al�m do mais, o dinheiro � o que menos importa. N�o vai trazer de volta o que n�s �ramos.”


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