A princ�pio, quando um paciente procura um hospital ou posto de sa�de em decorr�ncia de uma gripe, n�o � poss�vel saber o tipo do v�rus, at� pelo fato de os quadros serem muito parecidos, sendo uma gripe comum, H1N1 ou outras. Mas h� sim um aumento de pacientes nesta �poca do ano.No Hospital Infantil Jo�o Paulo II, a diretora e pediatra Helena Maciel conta que agora � o momento de sair da fase do v�rus sincicial, um v�rus respirat�rio contagioso. “Ele prevalece entre as crian�as na �poca do ano que vai de mar�o � junho”, diz Helena.
Outra infec��o que ataca as crian�as no inverno, de acordo com a m�dica, � a bronqueolite. Uma inflama��o nos br�nquios com sintomas semelhantes � bronquite: falta de ar, tosses e chiados. “Parece uma bronquite, mas � uma evolu��o do quadro do pr�prio v�rus da gripe”, explica a pediatra. Para os pequenos, h� indica��es espec�ficas para evitar e tratar a gripe. “Quando o quadro � mais leve, e geralmente �, pois s�o poucos os casos mais graves, a orienta��o � hidratar bem, porque a gente n�o tem medica��o para crian�as pequenas”, diz Helena. Para os beb�s, o ideal � amamenta��o no seio para proteger contra infec��es. Crian�as fora da amamenta��o devem consumir prote�nas como carne, leite e ovo, frutas e comidas cruas para conseguir mais vitaminas.
AMBIENTES FECHADOS
Nos postos de sa�de de BH, de acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de, a incid�ncia de doen�as respirat�rias geralmente aumenta no inverno devido � maior perman�ncia das pessoas em ambientes fechados, o que facilita a propaga��o dos v�rus. Foi observado um aumento de 30% na procura das unidades de pronto atendimento (UPAs) por motivo de doen�as respirat�rias t�picas de inverno. Esse aumento � observado todos os anos neste per�odo. Em janeiro de 2012, o n�mero de atendimentos de pessoas com s�ndrome gripal, na Aten��o Prim�ria do SUS/BH, foi de 13.504. Em maio, 21.976, e, em junho, 19.313.
Dicas contra resfriados
Umidificar e deixar o ambiente sempre arejado e ventilado;
Evitar contato direto com animais dom�sticos;
Evitar fumar ou manter contato com a fuma�a do cigarro;
Manter cortinas, tapetes e bichos de pel�cia sempre limpos;
Evitar perfumes, produtos de limpeza ou materiais com odores muito fortes;
Hidratar a pele;
Limpar ch�o e m�veis com pano �mido;
Evitar varrer a casa, pois a poeira acumulada no ch�o � pulverizada no ambiente;
Manter uma alimenta��o saud�vel;
Ingerir bastante l�quido;
Hidratar a mucosa respirat�ria evita o ac�mulo de secre��o;
Toalete respirat�ria: usar len�o ou papel e sempre lavar as m�os ap�s espirrar.
(Fonte: Secretaria Municipal de Sa�de)
Acesso ao Tamioflu vira 'lei'
Tamiflu � m�o em todas as cidades mineiras. A partir de agora, os munic�pios ser�o obrigados a oferecer o rem�dio em todas as unidades de pronto-atendimento, 24 horas por dia. Onde n�o houver rede com funcionamento em tempo integral, uma refer�ncia t�cnica, como o m�dico, o enfermeiro ou o secret�rio de sa�de, ser� o respons�vel por disponibilizar o medicamento imediatamente quando for constatada qualquer suspeita da gripe H1N1. As medidas servem para evitar o tratamento tardio – em caso de suspeita, o ideal � tomar a medica��o nas primeiras 48 horas – e fazem parte das novas recomenda��es adotadas pela Secretaria de Estado da Sa�de para o combate � doen�a. O pacto com os munic�pios foi firmado ontem, em Belo Horizonte.
As medidas tomadas pela SES antecipam uma tend�ncia nacional. Secretarias de todo o pa�s se re�nem hoje no Minist�rio da Sa�de, em Bras�lia, para discutir os novos procedimentos que dever�o ser adotados no enfrentamento � H1N1. Ser� decidido ainda se haver� orienta��o especial para os grupos de risco que ficaram abaixo da meta da cobertura vacinal, de 80%. Neste ano, em Minas Gerais, 88,5% do p�blico alvo da campanha de imuniza��o que protege contra a gripe sazonal e a influenza A – idosos, crian�as com at� 2 anos, gestantes e profissionais da sa�de – foram vacinados. As gr�vidas formam o �nico grupo que ficou abaixo do �ndice esperado (79,06%).
Em todo o estado, 41 pessoas foram infectadas pelo v�rus H1N1 e 15 morreram desde o come�o do ano. Outros 46 casos e um �bito est�o sendo investigados. O infectologista da SES Frederico Figueiredo Am�ncio garante que n�o haver� uma nova campanha para vacina��o em massa. “N�o h� pandemia, ao contr�rio de 2009, quando n�o havia medicamento dispon�vel e tivemos de elencar grupos priorit�rios. Agora, o Tamiflu estar� dispon�vel em todas as unidades de sa�de, gratuitamente, e tamb�m nas farm�cias”, garante.
A Superintendente de Assist�ncia Farmac�utica da secretaria, Renata Macedo, acrescenta que a mudan�a na prescri��o do Tamiflu tamb�m facilitou o acesso ao rem�dio. “O tratamento era mais restrito e precis�vamos de uma s�rie de documentos para indic�-lo. Neste ano, a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) mudou as regras e, hoje, basta a prescri��o do m�dico”, afirma.
O vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling, diz que o novo protocolo � importante para que os pr�prios profissionais saibam onde o medicamento est� dispon�vel. “As infec��es por vias a�reas sempre ocorrem nesta �poca do ano. Mas, vivemos, neste momento, uma situa��o bem mais favor�vel que em 2009. Tivemos uma cobertura vacinal que torna mais dif�cil a circula��o do v�rus e h� possibilidade de tratar mais cedo, por causa da disponibilidade na rede p�blica e nas farm�cias”, relata. Ele chama aten��o ainda para os efeitos da vacina: “O indiv�duo pode ter influenza, s�ndrome respirat�ria ou outro problema nas vias a�reas. Ent�o, n�o � porque se vacinou contra a gripe que a pessoa n�o est� sujeita a outra doen�a dessa natureza”.
CUIDADOS B�SICOS
Starling acrescenta que o v�rus se modifica, mas n�o h� qualquer estudo apontando que ele se torna mais agressivo. Em caso de quadro gripal, as recomenda��es continuam sendo as de cuidados b�sicos, como evitar frequentar ambientes com aglomera��o de pessoas, lavar as m�os, separar os objetos em casa, cobrir o rosto quando tossir ou espirrar. “Em caso de febre, mal-estar ou dificuldade respirat�ria, procurar imediatamente a assist�ncia m�dica”, ressalta o infectologista.