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Estado de Minas

Mulher nega que tenha xingado aluna de "preta horrorosa" dentro de escola

A suspeita prestou depoimento em Contagem, na Grande BH, por cerca de uma hora


postado em 23/07/2012 17:29 / atualizado em 23/07/2012 19:01

Durante o depopimento a suspeita se referiu a garoto como
Durante o depopimento a suspeita se referiu a garoto como "moreninha" (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
 

A mulher suspeita de xingar de “negra, preta horrorosa e feia” uma menina de 4 anos dentro de uma escola de Contagem, na Grande BH, negou que tenha ofendido a garota. Maria Pereira Campos da Silva foi ouvida pelo delegado respons�vel pelo caso, Juarez Gomes, da 4ª Delegacia de Contagem , por cerca de uma hora. Durante o depoimento, segundo o delegado, a suspeita chegou a se referir a crian�a xingada como moreninha. “Ela negou os fatos. Foi um depoimento normal de pessoas que cometem o ato e n�o assumem. O primeiro passo � negar”, informou Juarez Gomes.

A mulher chegou � delegacia sozinha por volta das 16h. Muito agressiva, ela negou que seria a respons�vel pelas agress�es verbais contra a garota. Por volta das 17h, ela deixou o local e foi embora a p�. Durante a semana o delegado deve ouvir uma outra professora da escola e tamb�m vai pedir a ajuda do Conselho Tutelar e �rg�os protetivos para colher o depoimento da crian�a. 

A diretora da escola, Joana Reis Belvino, tamb�m foi ouvida pelo delegado na tarde desta segunda-feira. A mulher afirmou que desconhecia a raz�o da demiss�o da professora que flagrou a cena. Para ela, o motivo do desligamento da educadora da institui��o de ensino teria sido por causa de uma discuss�o com a av�. Joana falou que ficou sabendo do caso depois de ter sido procurada pela imprensa.

Na manh� desta segunda-feira, a professora Denise Cristina Pereira Arag�o, de 34 anos, que presenciou o xingamento, e a m�e da crian�a, F�tima Viana Souza prestaram depoimento. O delegado Juarez Gomes informou que deve autuar a suspeita por inj�ria qualificada. Para ele, n�o ficou configurado o racismo. Juarez entende que houve uma ofensa em raz�o da cor de pela da crian�a, mas o racismo seria confirmado caso a aluna fosse impedida de dan�ar na festa ou se matricular na escola. Portanto, Gomes pode autuar Maria Pereira por inj�ria qualificada, de acordo com o par�grafo 3 do artigo 140 do C�digo Penal.

O caso come�ou em 7 de julho. A menina dan�ou quadrilha com o neto de Maria Pereira da Silva, no Centro de Educa��o Infantil Em�lia, em Contagem. Conforme consta no boletim de ocorr�ncia, no dia 10, a av� invadiu a escola aos gritos querendo saber porque o neto havia dan�ado com uma negra.  A professora Denise presenciou tudo e relatou � diretoria. Indignada com a atitude da dona e da diretora da escola, que n�o tomou provid�ncias para defender a aluna e tentou abafar o caso, Denise pediu demiss�o. Ela contou o fato para a fam�lia, que registrou boletim de ocorr�ncia.

Pais da garota compareceram à delegacia(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Pais da garota compareceram � delegacia (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
O advogado que defende a fam�lia da menina concorda com a atitude do delegado, mas diz que novas testemunhas podem mudar o rumo das investiga��es. “Conversei com o delegado e, com os ind�cios que ele tem em m�os, realmente tem que qualificar como inj�ria. Testemunhas ser�o ouvidas durante a semana. Elas afirmam que a av� do garoto tentou acabar com a festa junina. E isso caracteriza racismo”, diz o defensor Amadeus Carlos de Miranda Pimenta.

Testemunhas procuraram a organiza��o n�o governamental SOS Racismo, onde o advogado trabalha, para relatar que no dia da festa, a mulher ficou revoltada ao ver o neto dan�ando com uma negra. Maria Pereira chamou a diretora da escola para tentar acabar com a festa, mas depois desistiu. “Segundo essas pessoas que nos procuraram, a mulher desistiu e falou que s� n�o fez nada em respeito � diretora”, explica Amadeus Pimenta. Para ele, o fato de a mulher voltar na escola para fazer as ofensas foi todo planejado. “Isso mostra que foi um ato criminoso, mostra que ela planejou ir ao col�gio apenas para fazer os xingamentos”, indagou.

A fam�lia da garota verbalmente agredida pretende pedir indeniza��o na Justi�a. “Vamos abrir um processo na esfera criminal e na c�vel contra a av� do garoto. Vamos pleitear uma indeniza��o reparadora por danos psicol�gicos, materiais e educacionais da crian�a”, explica o advogado. Um outro processo ser� aberto contra a diretora e contra a escola. “Queremos que o registro da escola seja reavaliado, pois pelo modo que est� funcionando est� em desacordo com a lei”.


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