De acordo com as ocorr�ncias do 51º Batalh�o da Pol�cia Militar de Jana�ba, dos 18 homic�dios nos primeiros sete meses de 2012, 12 est�o relacionados com o tr�fico de drogas, sendo as v�timas adolescentes. Em todo o ano passado, a PM registrou 20 assassinatos. A maioria das mortes tem como v�timas adolescentes envolvidos com o tr�fico de drogas e o consumo do crack.
Paulo Henrique, de 16, entrou nas estat�sticas. Ele foi assassinado a tiros em 4 de julho e a principal suspeita � que a morte tenha sido motivada pelo tr�fico. A m�e dele, que pede para n�o ser identificada, cansou de chorar e nem mais lamenta a perda do filho. “Ele escolheu o caminho errado”, diz. A mulher, de apenas 32 anos, contou que nem sequer procurou a delegacia para pedir justi�a e n�o quer saber quem tirou a vida do seu filho. A agricultora Almerita Oliveira de Jesus passou pela mesma tristeza. O filho foi morto aos 26 anos com 13 tiros em 27 de dezembro do ano passado. “Meu filho era um menino bom, que trabalhava e estudava. Mas come�ou a matar aula e ir para a rua com m�s companhias”, lamenta.
A adolescente I. P.G., de 17 anos, tenta se livrar do v�cio para n�o ser mais uma v�tima. Ela tem ajuda da Rede de Apoio Familiar Humanizado (Refah) para largar a coca�na e aguarda uma vaga no centro de interna��o de Montes Claros para se tratar. A garota conta que se tornou viciada por causa da influ�ncia de um ex-namorado, que mora em Montes Claros. “Comecei usar por curiosidade, mas com a for�a de Jesus vou deixar esse mundo porque a droga s� destr�i a vida da gente”, diz a adolescente, que, devido ao v�cio, parou de estudar no sexto ano do ensino fundamental.
A entidade ajuda jovens da cidade a largar �lcool e drogas e os encaminha para centros de tratamento em outras cidades. O presidente, pastor Francisco Veloso, acredita que o consumo do crack e outras drogas aumentou por causa da falta de oportunidades para os jovens. “Eles n�o t�m incentivo para a pr�tica de esportes e projetos culturais”, afirma. A Refah j� encaminhou 120 adolescentes de Jana�ba para centros de apoio em outros munic�pios.