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Estado de Minas

Chacina em pagode no Bairro S�o Geraldo tem origem em onda de assassinatos de 2009

Epis�dio � mais um cap�tulo da disputa por pontos de drogas na Regi�o Leste da capital


postado em 28/08/2012 07:44

Disputa por pontos de droga � a causa mais prov�vel para a chacina ocorrida no fim da noite de domingo em uma casa de pagode no Bairro S�o Geraldo, na Regi�o Leste de Belo Horizonte, que resultou em quatro mortes e ferimentos em quatro pessoas, em mais um cap�tulo da guerra de quadrilhas na regi�o que j� dura quatro anos. Por pouco o tiroteio n�o se transformou numa trag�dia, pois na hora do crime cerca de 120 frequentadores estavam no local.

De acordo com o relato das testemunhas, pouco depois das 23h dois homens armados chegaram ao Restaurante Viola Encantada, na Avenida Itait�, 117, e se identificaram como policiais. O primeiro a entrar, armado com uma pistola, se dirigiu � mesa onde estava V�tor Leonardo dos Santos Souza, de 28 anos, e atirou v�rias vezes contra ele, que morreu na hora. A v�tima tinha v�rias passagens pela pol�cia e entre seus crimes est� um homic�dio.

Em seguida, o segundo atirador apontou uma submetralhadora 9mm, de fabrica��o espanhola, e disparou v�rias rajadas contra as pessoas que estavam na casa noturna, matando Mara L�cia da Silva, de 28, e Cezar Augusto dos Santos Brito, de 28. Em meio ao p�nico, os assassinos sa�ram correndo e tentaram fugir em uma motocicleta. Na sa�da, a dupla foi surpreendida por duas guarni��es do Grupo de A��es T�ticas Especiais (Gate) que faziam a ronda na regi�o. Houve troca de tiros com os policiais e um dos assassinos, Rodrigo Luiz Marques Cerqueira, de 22, que estava na garupa da moto, foi morto pelos militares. O outro conseguiu fugir. Um terceiro homem, que dava prote��o � dupla, tamb�m escapou.
O homem morto pelos militares j� havia sido condenado por roubo de ve�culo e era foragido da Penitenci�ria Ant�nio Dutra Ladeira, em Ribeir�o das Neves, na Grande BH, de onde saiu em 26 de agosto do ano passado beneficiado pelo regime semiaberto. Quanto aos dois c�mplices que conseguiram fugir da PM, eles foram identificados como Peter e Luizinho e teriam envolvimento na briga de traficantes da regi�o.

O tenente-coronel Marcelo Vladimir, comandante do Gate, informou que os militares que atiraram contra Rodrigo Luiz foram detidos e est�o � disposi��o da Justi�a Militar. “Eu fui ao local onde ocorreu a troca de tiros para entender a din�mica dos fatos e tudo indica que eles agiram para se defender. Vamos reunir todo o levantamento e encaminhar � Justi�a Militar. Por enquanto eles ficam no Gate, aguardando os depoimentos”, diz o comandante.

Momomentos de terror

O tenente reformado PM Eduardo Peixoto, dono do restaurante onde tudo ocorreu, estava no local na hora da confus�o e disse que o desespero tomou conta dos fregueses e funcion�rios da casa. “Os dois afirmaram que eram policiais e mandaram os porteiros sa�rem da frente. Inicialmente ouvi o barulho e imaginei que algu�m poderia ter soltado uma bomba, por causa do jogo entre Atl�tico e Cruzeiro. Mas logo depois vi um homem atirando em outro com uma pistola”, contou a testemunha.

Ele acrescentou que o segundo homem, que carregava a metralhadora, tamb�m atirou contra a v�tima, j� ca�da, e em seguida girou a arma e disparou contra as pessoas. "Foi um verdadeiro terror. Pedi para que todos se abaixassem, para evitar o pior. Mesmo escondido, pude ouvir mais tiros. Depois, vi as pessoas feridas". Desanimado, o militar reformado afirmou que nunca teve um problema no restaurante, inaugurado h� quase dois anos, e n�o sabe se manter� o neg�cio.

Entre os feridos no tiroteio, Elo� Alves de Oliveira, de 22, est� em estado muito grave no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII e respira com a ajuda de aparelhos. Carlos Martins Dias, de 29, recebeu alta. No Hospital Odilon Behrens est�o Ot�vio Henrique Caldas, 29, ferida no t�rax, e Kelly Pipper de Souza, 25, baleada na coxa esquerda. A Pol�cia Civil est� investigando se as v�timas foram atingidas acidentalmente ou tinham alguma rela��o com o alvo inicial dos atiradores.

Viol�ncia aumenta a cada dia

Os assassinatos nos bairros S�o Geraldo e Boa Vista come�aram h� quatro anos, numa disputa que envolve quadrilhas de traficantes da Vila Mariano de Abreu, conhecida como Rock in Rio, e grupos das ruas Lassances e Cop�ia. A viol�ncia se acirrou desde o assassinato de duas garotas, de 18 e 17 anos, em fevereiro de 2009, na Rua Itait�, a mesma onde ocorreu a chacina de domingo � noite. O suspeito do crime foi apedrejado por parentes e amigos das jovens e por pouco n�o morreu. Na ocasi�o, a comunidade se calou, temendo retalia��o. Policiais militares chegaram a ocupar a �rea por alguns meses, mas depois que sa�ram os homic�dios se tornaram mais constantes.

Em junho de 2010, dois homens invadiram uma casa na Rua Deolinda C�ndida, no Boa Vista, para executar um rival, que conseguiu escapar. Em agosto do ano passado, o motoboy Leonardo Ferreira Santos, de 25 anos, foi morto a tiros quando cortava cabelo em um sal�o na Rua Aper�, no S�o Geraldo. Leandro Gualberto Inoc�ncio Silva, de 23, escapou com ferimentos graves. Em maio, dois jovens de 20 e 21 anos foram mortos dentro de casa, no Boa Vista, depois que cerca de 10 homens invadiram o im�vel. Outros homic�dios na regi�o foram registrados, mas a pol�cia n�o confirma se h� liga��es entre os crimes.

(Landercy Hemerson)


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