O p�blico vai ter que esperar. Uma semana, pelo menos. O port�o de ferro da Rua Pedro Jos� Pardo, que d� para o mirante mais famoso de Belo Horizonte, vai continuar fechado nos pr�ximos dias. No alto do Bairro das Mangabeiras, na Regi�o Centro-Sul, a expectativa � grande para a reabertura do ponto alto da cidade, revitalizado, previsto inicialmente para ser devolvido � popula��o amanh�, depois de seis meses de interdi��o. A nova previs�o � de que a abertura – sem inaugura��o – seja no dia 28. No local, cerca de 40 homens trabalham no acabamento da obra de R$ 800 mil, que pretende transformar a Pra�a do Mirante em ponto de encontro de turistas e fam�lias da cidade.
Junto da reconstru��o – com novos projetos de ilumina��o e paisagismo – um novo conjunto de normas para o acesso aos novos deques com vista privilegiada para a cidade. Antes, uma rua sem sa�da, frequentemente depredada, � disposi��o a qualquer hora do dia para a gente do bem e do mal; j� a partir da pr�xima semana, uma portaria vai controlar o hor�rio de funcionamento di�rio, das 10h �s 22h. Tr�s novas c�meras integram o sistema de vigil�ncia, com patrulhamento 24 horas da Guarda Municipal. N�o ser� mais permitida a presen�a de vendedores ambulantes na pra�a. Carros al�m da portaria apenas para idosos, pessoas com dificuldades de locomo��o ou portadores de necessidades especiais.
Seguran�a
Mudan�as aprovadas por Sebasti�o Rodrigues, de 56 anos. Para o mestre de obras, antes, o Mirante n�o era um lugar de turistas e, menos ainda, de fam�lias. “S� se fosse em hor�rio bem comercial. Era sujo, perigoso e muito mal frequentado. S� agora teria coragem de trazer a minha fam�lia aqui”, considera. Segundo o presidente da Funda��o de Parques Municipais, Homero Brasil Filho, a ideia � essa, fazer do lugar um ponto seguro, uma refer�ncia de lazer para a cidade. “� uma obra que contempla a acessibilidade. Portaria, banheiros, seguran�a, tudo pensado para que o Mirante seja um ponto de encontro da fam�lia”, ressalta. O adiamento em uma semana, segundo Homero, � para o refor�o do novo deque, na parte baixa. “Foi uma sugest�o do nosso projetista. Uma seguran�a a mais”, justifica.
Port�o de ferro adentro, Rua Pedro Jos� Pardo acima, o cen�rio ainda � de canteiro de obras, com materiais de constru��o e plantas pelo caminho. D� tempo de tudo ficar pronto at� a pr�xima semana, senhor? “D� demais. J� t� quase, quase no jeito”, responde o oper�rio, animado com a obra. Funcion�rios da Cemig finalizam a parte el�trica. Foram realizadas escava��es para novas tubula��es e agora os postes j� est�o prontos para dar uma nova ilumina��o ao complexo. No rumo do segundo deque – o da parte baixa –, os tijolinhos do cal�amento ainda aguardam o rejunte. O cercado verde de arame j� est� de p� para conter o p�blico mais abusado. Ao longe, a bela vista de uma BH resplandecente.
Sobrou para o pipoqueiro
� bem verdade que nos �ltimos anos o local se tornou um ponto de tumultos constantes, com gente bebendo al�m da conta, usando drogas, ouvindo m�sica a toda altura e perturbando a tranquilidade de quem mora na regi�o. Foi por esses motivos que o mirante foi fechado e agora ter� o acesso controlado.
Entretanto, fica no ar uma pergunta: o que o pobre do pipoqueiro tem a ver com a confus�o que funkeiros e baderneiros de toda esp�cie faziam no lugar? Nos anos 1980 e 1990, o pipoqueiro estava l� e era uma das atra��es do mirante. Tinha a fama de fazer a melhor pipoca da cidade, agradando casais de namorados e pais de fam�lia nos fins de semana.
O tempo passou, a viol�ncia na capital aumentou, o antigo e aconchegante local de namoro se transformou em �rea perigosa e medidas foram tomadas para resgatar o espa�o. Para revitalizar o lugar, tiraram o pipoqueiro de l�. Parece at� que era ele quem reunia a turma da baderna que fazia poucas e boas no mirante, e, com a sua retirada, todos os males estar�o banidos. O novo Mirante das Mangabeiras sem pipoqueiro, n�o ser� o mesmo. (�lvaro Fraga)