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Estado de Minas

Lixo jogado nas ruas de BH ou em bota-foras reaparece depois das primeiras chuvas

Dobra sujeira que precisa ser retirada da Lagoa da Pampulha


postado em 27/09/2012 06:00 / atualizado em 27/09/2012 06:37

Lixo jogado nas ruas de BH ou em bota-foras reaparece depois das primeiras chuvas nos cursos d'água da capital e entorno(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Lixo jogado nas ruas de BH ou em bota-foras reaparece depois das primeiras chuvas nos cursos d'�gua da capital e entorno (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

A mesma chuva que trouxe al�vio a quem sofria com o clima quente e seco abriu a temporada da sujeira em Belo Horizonte. A chegada do per�odo chuvoso deixa evidente em v�rios pontos da cidade o resultado do mau h�bito na hora de descartar o lixo dom�stico, res�duos da constru��o civil e todo tipo de entulho. O resultado aparece em locais como a Lagoa da Pampulha. O cart�o-postal, que deveria ser um reservat�rio de �gua, torna-se nesta �poca um dep�sito de sujeira que chega de toda a cidade, levada pela enxurrada. No espelho d’�gua onde des�guam sete c�rregos s�o retiradas diariamente 10 toneladas de res�duos. A previs�o � de que essa quantidade dobre nos pr�ximos dias, batendo em 20 toneladas/dia. Como se n�o bastasse, dos 14 cursos d’�gua e seis nascentes que cortam a regi�o, o servi�o de limpeza urbana retirou 130 toneladas de detritos at� agosto. Em outro extremo da cidade, a Regional Leste, onde o Ribeir�o Arrudas tamb�m � deposit�rio de toda sorte de rejeito, somente entre janeiro e setembro deste ano j� foi recolhido quase o equivalente a todo o lixo retirado dos c�rregos no ano passado. Nos nove primeiros meses de 2012 foram 115 toneladas, enquanto em 2011 todo o montante somou 118 toneladas.

O resultado � um risco enorme para a cidade, como explica o professor do Departamento de Engenharia Hidr�ulica e Recursos H�dricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Nilo de Oliveira. “Quando jogados nos cursos d’�gua, os rejeitos s�o carregados at� as galerias pluviais, comprometem o sistema de drenagem e aumentam o risco de inunda��es”, ressalta. O especialista explica que o transbordamento ocorre porque as galerias do sistema de saneamento por onde a �gua passa ficam com a capacidade reduzida. “Esses canais foram dimensionados para um certo volume de �gua, mas com tanto lixo passando por ali, essa capacidade diminui e aumenta o risco de alagamentos pela cidade.”

Na Regi�o da Pampulha, pelo menos seis pontos s�o considerados cr�ticos para a ocorr�ncia de inunda��es, metade deles �s margens de c�rregos que cortam a regional. Est�o concentrados em ruas do Bairro Santa Terezinha, no leito do C�rrego Sarandi; nas vias do entorno do C�rrego Ressaca, no Bairro Paquet�; e no encontro do bairros Dona Clara, Suzana e Universit�rio. Nesse �ltimo caso, sofrem com os alagamentos principalmente as avenidas Sebasti�o de Brito e Cristiano Machado e a Rua L�cio Bittencourt, onde uma grande inunda��o foi registrada no ano passado.

E a lista da sujeira que favorece os alagamentos � extensa. Segundo o gerente de Limpeza Urbana da Regional Pampulha, Osvaldo do Carmo Machado, as garrafas PET ocupam o primeiro lugar, mas v�m acompanhadas de pneus, embalagens em geral, pe�as de ve�culos e muitos utens�lios dom�sticos. “Os sof�s s�o os campe�es de descarte nos c�rregos. Mas tamb�m � poss�vel encontrar outros m�veis velhos, tanquinhos de lavar roupa, fog�es e outros objetos que simplesmente s�o jogados nos leitos”, ressalta Osvaldo, dizendo ainda que os cursos d’�gua viram tamb�m dep�sito de res�duos da constru��o civil. “O construtor que n�o prev� nos custos o gasto para descarte dos restos da obra acaba jogando-os em qualquer lugar”, afirma.

Somente na Pampulha s�o cerca de 100 bota-foras clandestinos, 12 deles de grande porte. “Temos flagrantes de deposi��o irregular todo dia, especialmente nas margens dos c�rregos Ressaca e Sarandi”, afirma. Prova da falta de consci�ncia ambiental de parte da popula��o, segundo o gerente, � o desprezo �s unidades de recebimento de pequenos volumes (URPVs), criadas na capital para receber gratuitamente res�duos da constru��o civil. S�o 30 na cidade, seis delas s� na Pampulha. “� uma quest�o cultural. J� fizemos diversas a��es de conscientiza��o, mas h� pessoas que n�o mudam o h�bito de jogar lixo na rua”, afirma Osvaldo, ressaltando que a deposi��o clandestina tem aumentado ano a ano. No espelho d’�gua da lagoa, o servi�o de limpeza � feito diariamente com dois barcos e uma balsa, envolvendo cerca de 30 servidores. O canal do c�rregos Ressaca e Sarandi � limpo anualmente, para evitar que sedimentos sejam carregados para a represa.

Arrudas

Em nota, a Regional Leste informou que fez, entre os dias 27 de agosto e 22 de setembro, a limpeza do Ribeir�o Arrudas. O trabalho teve objetivo de controlar roedores e combater a dengue, al�m de evitar enchentes e alagamentos. Na a��o, foram recolhidas cerca de 17 toneladas de res�duos, entre eles galhos de �rvores, roupas, garrafas pl�sticas, peda�os de m�veis e carca�as de eletrodom�sticos. Mas os detritos que n�o s�o recolhidos a tempo acabam indo poluir o Rio das Velhas, carregados pelo volume extra de �gua durante as chuvas.

Garrafas e embalagens entulham também margens do Ribeirão Arrudas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Garrafas e embalagens entulham tamb�m margens do Ribeir�o Arrudas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Segundo o chefe do Departamento de Limpeza da SLU, Wiliam Costa Pereira, no processo conclu�do h� cinco dias foi feita a limpeza dos 11 quil�metros do Arrudas que cortam a Regi�o Leste. “Com a chegada do per�odo chuvoso fica arriscado fazer novas interven��es. Uma pancada de chuva isolada na cabeceira eleva rapidamente o n�vel de �gua e n�o podemos colocar os garis em perigo. Em uma situa��o espec�fica, na qual o res�duo esteja prejudicando a vaz�o, � realizada uma a��o monitorada por militares do Corpo de Bombeiros”, explica ele, encorajando os cidad�os a denunciar quem fa�a descarte irregular de lixo pelo telefone 156, da Prefeitura de Belo Horizonte. Al�m do Arrudas, 13 c�rregos cortam a Regional Leste e s�o limpos tr�s vezes por ano, desde o m�s de maio � primeira quinzena de outubro. (Colaborou Landercy Hemerson)

MEM�RIA: A origem do problema
Parte da sujeira que chegou ao leito do Ribeir�o Arrudas e ao espelho d’�gua da Lagoa da Pampulha estava, at� a semana passada, espalhada pelas ruas de Belo Horizonte. Como mostrou o Estado de Minas em reportagem publicada em sua edi��o de sexta-feira, folhas e restos de vegeta��o, assim como lixo jogado fora do lugar, se acumulam, especialmente nesta �poca do ano, e trazem amea�a de inunda��o, devido ao entupimento de bueiros e galerias. Somente em 2012 foram retiradas de bocas de lobo de BH mais de 1,8 mil toneladas de lixo carregadas pela for�a da natureza e pela falta de educa��o, um quarto do total somente na Regional Centro-Sul, onde o problema � mais grave. As 40 mil limpezas di�rias em pontos de capta��o de �gua em toda a cidade est�o longe de representar solu��o para o problema, exposto mais uma vez com a �ltima chuva.

SEM SUJEIRA
Para evitar inunda��es e contamina��o em cursos d’�gua
* N�o jogue lixo ou entulho em vias p�blicas, c�rregos, lotes vagos ou encostas. O lixo carregado pela �gua entope bocas de lobo e pode provocar enchentes. Al�m de poluir a cidade, acaba fatalmente nos cursos d’�gua
* Para evitar transtornos causados por inunda��es, respeite os dias e hor�rios da coleta; evite deixar o lixo na rua por mais tempo que o necess�rio
* Embale corretamente os detritos, em sacos resistentes, bem fechados e de tamanho adequado, para evitar que se abram e espalhem os res�duos
* D� a cada tipo de rejeito o destino adequado: restos de poda e entulho n�o devem ser misturado ao lixo dom�stico. Eles podem ser entregues a unidades de recebimento de pequenos volumes da prefeitura (at� 2 metros c�bicos ou at� 20 sacos de 100 litros). Confira a mais pr�xima de voc� pelo telefone 156
 


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