
Uma semana depois do assassinato da atriz Cec�lia Bizzotto, durante um assalto � casa dela, no Bairro Santa L�cia, a Pol�cia Civil ainda n�o identificou nem prendeu os tr�s bandidos que participaram da a��o. A per�cia n�o conseguiu detectar impress�es digitais em superf�cies lisas da casa da fam�lia Bizzotto, como ma�anetas e espelhos, e c�meras de seguran�a de outras casas da rua n�o flagraram a movimenta��o dos suspeitos. Nos �ltimos 30 dias, a cidade foi alvo de pelo menos oito roubos a resid�ncias, seis deles s� este m�s, a maioria na Regi�o Sul de Belo Horizonte. A pol�cia diz que est� trabalhando, mas em apenas uma das ocorr�ncias um suspeito foi preso – em flagrante, pela Pol�cia Militar.
A lentid�o preocupa moradores. O presidente da Uni�o das Associa��es de Bairros da Zona Sul de BH, Marcelo Marinho, cobra mais efici�ncia da Pol�cia Civil e considera que a corpora��o est� mal equipada, com efetivo insuficiente para dar conta do trabalho. “A gente recebe as estat�sticas com indigna��o por causa da impunidade, que estimula o banditismo. N�o h� uma investiga��o r�pida nem pris�o, o que deixa os moradores descrentes e os bandidos � vontade”, avalia.
A pol�cia se justifica. O chefe do Departamento de Investiga��es da Pol�cia Civil em Minas Gerais, Wagner Pinto, diz que o latroc�nio (roubo seguido de morte) � um crime mais complexo. “� mais dif�cil de se investigar porque precisamos fazer uma s�rie de levantamentos e cruzar informa��es”. Respons�vel pelas investiga��es sobre a morte de Cec�lia, a delegada Elenice Batista, por sua vez, diz que, em um homic�dio comum, muitas vezes a motiva��o indica o suspeito, o que n�o ocorre nas situa��es seguidas do roubo. “Nesses casos, a motiva��o n�o est� ligada � morte e a gente precisa partir dos pr�prios suspeitos”, afirma.
Depoimentos Segundo Elenice Batista, os depoimentos do irm�o da v�tima e da namorada dele foram importantes para a pol�cia entender a mec�nica do crime e apresentar as caracter�sticas dos criminosos. Ambos conseguiram perceber semelhan�as com suspeitos do �lbum de investigados da delegacia. A pol�cia investiga se um carro deu cobertura � a��o dos marginais e recebeu informa��es sobre a arma que eles usaram: uma pistola calibre 380. A delegada afirma que ainda n�o � poss�vel relacionar o assalto � casa de Cec�lia com as demais invas�es que recentemente levaram p�nico a moradores da Zona Sul, mas admite que investigadores tentam identificar se s�o integrantes de uma mesma quadrilha.
O chefe do 1º Departamento de Pol�cia da Capital, Leonardo Vieira, respons�vel pela Zona Sul, afirma que as investiga��es est�o avan�adas. Ele conta que, em dois casos, j� se sabe que � a mesma quadrilha. Outro assalto, no Belvedere, passou a ser investigado pelo Departamento de Opera��es Especiais (Deoesp). “Os resultados, embora demorados, surgem. N�o s�o como a gente gostaria, mas estamos tendo cuidado na apura��o desses crimes e vamos refor�ar as investiga��es”, promete Vieira. “N�s temos percebido um aumento no n�mero de roubos a resid�ncias e, claro, isso causa um temor social muito grande. Quem comete crime vai tentar se valer do anonimato e, quando n�o h� preven��o, a investiga��o fica um pouco dificultada”, admite.

Homenagens � atriz
Saudade, indigna��o e dor em capela mi�da, a missa de s�timo dia em homenagem � atriz Cec�lia Bizzotto, a Ci�a, assassinada h� uma semana no Bairro Santa L�cia, movimentou o Condom�nio Retiro das Pedras, em Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Apenas familiares e amigos mais pr�ximos da artista tiveram autoriza��o para participar da cerim�nia religiosa. A fam�lia, em sil�ncio, busca for�as para seguir, depois do tr�gico fim da menina, filha e m�e, de 32 anos. Ci�a foi morta dentro de casa durante assalto no in�cio da madrugada do dia 7.
Na internet, em blogs e redes sociais, as manifesta��es de indigna��o pela morte da atriz se multiplicam em onda pela paz. Felipe Menhem, amigo de inf�ncia do irm�o de Ci�a, Marcelo Bizzotto, desabafou: “Com a Ci�a, vai um pouco da gente tamb�m. No momento de tristeza e revolta, o que nos resta � dar apoio para quem fica, pro nosso amigo e pra fam�lia. � o que vamos fazer agora. At� pra mantermos a f� na vida”. Marcelo e a namorada tamb�m foram feitos ref�ns pelos assassinos de Ci�a.
Encontro Sentimentos de tristeza e indigna��o, na ponta dos dedos, como os de Iannini se repetem no Facebook. Com 1.170 compartilhamentos, convite para ato p�blico pela vida mobiliza artistas e cidad�os para encontro amanh�, �s 19h, na Pra�a Floriano Peixoto, em Santa Efig�nia. “A gente precisa � de amor e de paz, pra poder continuar, acreditar que algo pode ser feito e transformar nossa perplexidade e indigna��o em grito de PAZ e esperan�a!”, convida a cantora Vanessa Ferreira, de Paris, sua rede de amigos.