
A 20 meses da Copa de 2014, 727 im�veis que ainda precisam ser desapropriados est�o no caminho de quatro grandes obras que garantir�o o transporte de passageiros em BH. O fim da duplica��o da Avenida Dom Pedro I, na Pampulha; a constru��o da rodovi�ria no Bairro S�o Gabriel; da Via 710, liga��o entre as regi�es Leste e Nordeste; e da Via 210, entre o Barreiro e a Regi�o Oeste, esbarram em a��es judiciais.
No primeiro caso, o prazo para o t�rmino das desocupa��es e derrubada das 99 casas e lojas restantes no trecho era junho e agora a prefeitura n�o tem mais previs�o. No terreno da nova rodovi�ria, das 287 fam�lias previstas para deixar a �rea, 187 permanecem. Muitas est�o com documenta��o pendente ou entraram na Justi�a pedindo reajuste do valor oferecido pelo poder p�blico.
J� a Via 710, que tem previs�o de conclus�o para daqui a pouco mais de um ano, est� com as obras paradas. Um levantamento inicial indica que 342 im�veis ser�o desocupados no trecho. A 210 deveria ficar pronta ainda neste ano. Precisam ser removidos 99 dos 155 im�veis do trecho.
Entre os im�veis que continuam como pedras no caminho das m�quinas est� um drive in no n�mero 1.345 da avenida que mant�m atividades normais. A desapropria��o est� na Justi�a pelo valor pago pela prefeitura, mas o imbr�glio tem ainda quest�es ambientais como agravantes. “N�o concordei com a oferta, que era baixa, e entrei com um processo judicial. Por outro lado, foi preciso fazer uma an�lise ambiental, j� que o terreno tem uma mina d’�gua”, afirmou o propriet�rio do estabelecimento, Eust�quio Silveira Neves, de 44 anos. Ele reclama que, desde o in�cio do ano, quando a negocia��o come�ou, o movimento caiu bastante. “O lugar virou um deserto. Estou praticamente pagando para manter a empresa aberta”, afirmou.
Mais adiante, em dire��o a Venda Nova, moradores e comerciantes aguardam o resultado da briga judicial sobre as indeniza��es. As desapropria��es s�o necess�rias para que a Pedro I seja toda duplicada. As obras, de R$ 154,4 milh�es, come�aram em mar�o de 2011 com previs�o de conclus�o para dois anos, mas s� acabar�o em outubro de 2013, depois da Copa das Confedera��es. Ap�s o alargamento, a avenida receber� pistas exclusivas de concreto para o BRT.
Impasse crescente
Do port�o de casa, a professora V., de 58 anos, olha para a Avenida Dom Pedro I, onde mora h� 48 anos, e lamenta a forma como est� tendo que abandonar o im�vel de n�mero 2.176. Segundo ela, mesmo tendo participado de todas as reuni�es, n�o foi chamada pela prefeitura para negociar o valor da indeniza��o.
O caso foi parar na Justi�a. A professora e a fam�lia foram obrigados a aguardar o desenrolar do processo por n�o concordarem com os R$ 469 mil pagos pela casa. “N�o somos contra o projeto, mas de acordo com a avalia��o imobili�ria contratada por n�s, o im�vel vale R$ 1,45 milh�o e eles est�o querendo pagar um ter�o do valor de mercado”, alegou. Na Justi�a, foi determinado R$ 1,1 milh�o, que j� foi depositado em ju�zo pela prefeitura, mas ainda n�o h� previs�o para que ela e a fam�lia saiam do im�vel.
Sem prazo tamb�m para baixar as portas definitivamente do seu com�rcio e se mudar da Pedro I est� o comerciante Gilmar Alves dos Santos, de 48, que recusou o valor oferecido pela prefeitura pelo im�vel de 486 metros quadrados. “Como recusei, a pr�pria prefeitura entrou na Justi�a e o juiz determinou o valor a ser pago. Mas a falta de di�logo � tamanha que at� hoje n�o sei quanto foi depositado em ju�zo pelo munic�pio”, afirmou.
A obra da Pedro I est� dividida em tr�s partes. A primeira prev� a implanta��o do BRT no trecho desde a Ant�nio Carlos, a segunda a duplica��o da via tamb�m para passagem do novo ve�culo de transporte de massa e, por fim, mudan�as na interse��o com a Avenida Vilarinho.