
Os dois acusados, Gleisson Martins Hor�cio, de 28 anos, e Luis Henrique da Silva Paulino, de 20, foram apresentados ontem no Departamento de Homic�dios e Prote��o � Pessoa, na Lagoinha, Noroeste de BH. Eles confessaram o crime e, ao fim das investiga��es, ser�o indiciados por latroc�nio (roubo seguido de morte). Eles permanecem detidos enquanto a pol�cia busca o terceiro suspeito.
A prova que contradiz o atirador consta do inqu�rito policial. “Foi um disparo a curta dist�ncia, efetuado de cima para baixo e que atravessou o peito. Tudo indica ter sido uma execu��o”, explica a chefe da Delegacia de Homic�dios Sul, delegada Elenice Cristine Ferreira, que afirma n�o ter d�vidas sobre a autoria do crime. Segundo ela, os disparos partiram de uma pistola calibre 380. “Foram dois tiros. O primeiro atingiu a janela. Em seguida houve um grito por parte da v�tima e um segundo, que foi o disparo fatal”, afirma. A suspeita � de que a atriz tenha sido morta porque estava tentando ligar para a pol�cia. A delegada confirma que houve liga��es para o 190 da resid�ncia, mas n�o especifica se foram feitas por Cec�lia.
O tiro foi disparado em um c�modo anexo � casa, onde ficavam o quarto e o escrit�rio da atriz. Ela teria sido levada para l� por Gleisson, que procurava por pertences de valor, enquanto Luis Henrique mantinha ref�ns e sob a mira da arma o irm�o de Cec�lia, Marcelo Bizzotto, e a namorada dele, Alexandra Montes. Os tr�s foram rendidos quando chegavam na casa da Rua Saturno, 167, no Bairro Santa L�cia, Centro-Sul da capital.
Era pouco mais da 0h do dia 6 quando os criminosos aproveitaram a abertura do port�o da garagem por onde Cec�lia, o irm�o e a cunhada haviam entrado de carro. “J� com arma em punho, obrigaram as v�timas a descer do carro e come�aram a vasculhar a casa”, relatou a delegada, lembrando que tudo foi feito sob amea�a. O terceiro assaltante aguardou do lado de fora, dando cobertura. Os pais de Cec�lia estavam na Fran�a, visitando o neto, filho da atriz. A mo�a teria pedido ao irm�o para dormir na casa naquela noite, pois estava com medo de ficar sozinha.
Ficha policial
Gleisson, tamb�m conhecido como “Tiquim”, passou a maior parte do tempo em sil�ncio ontem, durante a apresenta��o, e s� se manifestou para dizer que Cec�lia reagiu. Em sua ficha policial constam passagens por furtos, porte ilegal de armas, uso de drogas, al�m de outros crimes contra o patrim�nio. Pelos delitos, ficou preso durante dois anos e oito meses, at� ter recebido liberdade condicional h� cerca de dois anos, em agosto de 2011.
O comparsa Luis Henrique, que tem em seu prontu�rio passagem policial por uso de drogas, alegou ter participado do assalto por “necessidade financeira”, j� que estaria desempregado e teria uma filha para criar. Os dois est�o sendo investigados ainda por outros crimes na Regi�o Centro-Sul. “S�o assaltos a resid�ncias e tamb�m na rua”, adiantou a delegada, sem dar detalhes sobre quais seriam as ocorr�ncias.
Em contraste com as poucas palavras da dupla durante a apresenta��o de ontem, no dia do assassinato os criminosos agiram com extrema agressividade e viol�ncia, conforme conta a cunhada de Cec�lia Bizzotto. “Eles nos amea�aram de morte o tempo todo. Diziam que o prazer deles era matar. O que atirou foi bastante violento. Chegaram a jogar �lcool na Cec�lia e amea�aram colocar fogo. Tamb�m deram uma coronhada nela”, lembra.
Alexandra afirma que o atirador deve ter pego a atriz ligando para a pol�cia. “Foi nesse momento que ouvimos o primeiro tiro. A� escutamos um grito de terror e o segundo tiro. Foi um grito que nunca mais vai sair da minha cabe�a”, contou a professora.
A pol�cia acredita estar diante de um crime de oportunidade. “A mec�nica que temos do crime denota que estavam � procura de v�timas, de alvos dispon�veis”, disse a delegada Elenice Ferreira. Segundo ela, os acusados disseram que se desfizeram das armas usadas no crime ap�s a divulga��o do assalto. Policiais cumpriram mandados de busca e apreens�o na causa dos suspeitos, mas n�o as encontraram.