Acusados de matar o repositor de supermercado Ot�vio Fernandes, de 19 anos, cruzeirense, a golpes de cavaletes em plena Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro S�o Pedro, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, seis integrantes da torcida organizada Galoucura se sentam hoje no banco dos r�us do 2º Tribunal do J�ri da capital. O julgamento, com previs�o de dura��o de quatro dias, come�a com a preocupa��o das autoridades de conter a viol�ncia no entorno do Est�dio Independ�ncia, na Regi�o Leste, diante do medo imposto aos moradores dos bairros Sagrada Fam�lia e Horto pelas torcidas com brigas, quebradeiras e algazarras, o que leva a pol�cia a reavaliar a estrat�gia de seguran�a.
Outros seis envolvidos no assassinado do torcedor ser�o julgados posteriormente. E para evitar mais tumultos, n�o ser� permitida a entrada na sess�o do j�ri de pessoas vestidas com uniformes ou qualquer objeto que represente times ou torcidas, bem como qualquer manifesta��o no plen�rio.
Tr�s r�us, Cl�udio Henrique Sousa Ara�jo, o Macal�, Jo�o Paulo Celestino Souza e Marcos Vin�cius Oliveira de Melo est�o presos e ser�o julgados por homic�dio qualificado, tentativa de homic�dio e forma��o de quadrilha. Eduardo Douglas Ribeiro de Jesus, Josimar J�nior de Sousa Barros e Windsor Luciano Duarte Serafim foram impronunciados na acusa��o de homic�dio e tentativa. Eles respondem ao processo em liberdade e v�o ser mandados ao banco dos r�us por forma��o de quadrilha.
O assistente de acusa��o Marco Ant�nio Siqueira adiantou que vai pedir a condena��o de todos. “Eles cometeram homic�dio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e a surpresa que impossibilitou a defesa da v�tima. A pena por esse crime � de 12 a 30 anos de pris�o”, disse.
O advogado de defesa dos seis acusados, Dino Mir�glia, afirmou que vai pedir a absolvi��o dos clientes. “Eles n�o s�o as pessoas identificadas no v�deo que mostra as agress�es. Na realidade, foram identificadas quatro pessoas, das quais dois s�o menores e que j� est�o cumprindo medidas s�cioeducativas. Outros dois s�o r�us confessos, sendo que um deles ser� julgado agora, o Jo�o Paulo Celestino, mas ele deu apenas um chute na costela da v�tima. A morte se deu por traumatismo cranioencef�lico e n�o tem nenhuma rela��o com o chute na costela. Desde o in�cio, meu cliente confessou ter dado o chute. O quarto identificado n�o � meu cliente”, disse Mir�glia.
Sofrimento
A m�e da v�tima, a auxiliar de produ��o M�nica de C�ssia Fernandes, de 41 anos, disse ontem que ainda n�o se recuperou da morte do filho, mas acredita que a condena��o dos acusados pode aliviar a sua dor. Ela conta que foi para ao enterro de Ot�vio em Montes Claros, no Norte de Minas, e que n�o teve mais coragem de retornar � capital. “Estou traumatizada. N�o consigo colocar mais os p�s em BH. N�o vou ao julgamento, pois ainda estou muito abalada. N�o consigo nem visitar o t�mulo do meu filho. Nunca vou esquecer a crueldade que fizeram com ele”, lamentou a m�e.
O julgamento come�a �s 8h30 e ser� presidida pelo juiz presidente do 2º Tribunal do J�ri do F�rum Lafayette, Glauco Eduardo Soares Fernandes. O promotor Francisco de Assis Santiago representar� o Minist�rio P�blico. A expectativa � de que os trabalhos durem quatro dias, pois foram arroladas 28 testemunhas, sendo 15 pela acusa��o e 13 pela defesa. A defesa tamb�m vai ouvir como testemunhas as pessoas arroladas pelo Minist�rio P�blico. As tr�s v�timas de tentativa de homic�dio, Everaldo Marques Wallysson, Rodrigo Marques de Oliveira e Leandro Zanandres Freitas, tamb�m devem ser ouvidas.
NO TRIBUNAL
SER�O JULGADOS HOJE
» Cl�udio Henrique Sousa Ara�jo, O Macal�
» Jo�o Paulo Celestino Souza, o Grilo
» Marcos Vin�cius Oliveira de Melo, o Vinicim
» Eduardo Douglas Ribeiro de Jesus
» Josimar J�nior de Sousa Barros
» Windsor Luciano Duarte Serafim, o Rato
SER�O JULGADOS DEPOIS
» Willian Thomaz Palumbo, o Ferrugem
» Carlos Eduardo Vieira dos Santos, o Saf
» Diego Alves Ribeiro, o Fiuri
» Roberto Augusto Pereira, o Boc�o
» Welerson Tadeu Gomes, o Lel�
» Mateus Felipe Magalh�es, o Tildan