
O solo de alguns dos pontos mais movimentados de Belo Horizonte vem sendo sondado desde setembro. Para descobrir por onde podem passar as duas novas linhas do metr� da capital, cujas obras devem come�ar em 2014, oper�rios usam grandes m�quinas para perfurar a terra para saber a estrutura do subsolo. Essas sondagens iniciam o longo caminho a ser percorrido at� que os novos trilhos passem a funcionar. As perfura��es podem ser mecanizadas ou manuais. Os furos s�o pequenos, t�m aproximadamente 10 cent�metros de di�metro, mas a profundidade varia de 30m a 50m, dependendo do t�nel a ser escavado. O objetivo do trabalho � obter amostras do solos, rochas e outras informa��es geof�sicas, como a presen�a de �gua e a resist�ncia das camadas do terreno. � poss�vel observar se h� obst�culos � passagem do metr�.
No Barreiro, as sondagens est�o sendo realizadas em dois pontos: nas avenidas Olinto Meireles, pr�ximo � Avenida Tereza Cristina, e Afonso Vaz de Melo, perto do Shopping Barreiro. Essas sondagens integram o projeto de instala��o da linha 2, que ser� totalmente subterr�nea. Ela prev� a cria��o de sete esta��es e, ao longo de 10,5 quil�metros, ligar� o Barreiro ao Bairro Nova Su��a, na Regi�o Oeste da capital. O trabalho � desenvolvido na Regi�o Centro-Sul, onde a Linha 3 ter� 4,5 quil�metros, se estendendo por cinco esta��es e ligando a Savassi ao Complexo Vi�rio da Lagoinha. H� sondagens sendo feitas na Rua Pernambuco – nas esquinas com a Rua Bernardo Guimar�es e as avenidas Brasil e Crist�v�o Colombo – e na regi�o da rodovi�ria – pr�ximo � Avenida Ant�nio Carlos e �s ruas Al�m Para�ba e Itapecerica. Entre os locais onde j� foram realizadas sondagens est�o o p�tio inferior da rodovi�ria e a Pra�a Sete, no Centro. A linha 1, que conta com 18 esta��es, ser� ampliada em 1,7 quil�metro e ganhar� outra esta��o, a de Novo Eldorado, em Contagem, regi�o metropolitana da capital. Por�m, as sondagens para essa linha ainda n�o come�aram.
As perfura��es foram iniciaradas em 3 de setembro, ap�s negocia��es com concession�ria de energia, �gua e telecomunica��es, fosse aberto o ch�o em locais indevidos. As investiga��es do subsolo devem ser conclu�das em mar�o de 2013, de acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop). No total, as perfura��es v�o custar R$ 6,4 milh�es e buscam dar subs�dios ao projeto de engenharia, que vai desenhar o trajeto exato dos novos trilhos do metr�.
O processo de licita��o para contrata��o da empresa respons�vel pelo projeto foi aberto em 31 de outubro. A empresa vencedora ser� anunciada ainda neste m�s, segundo a Setop, e ter� 12 meses para terminar o projeto. Em seguida, abre-se nova licita��o, dessa vez para contratar a construtora respons�vel para executar as obras, que, na melhor das hip�teses, s� come�am em 2014. “O in�cio das obras depende da libera��o de recursos do governo federal”, informa nota oficial da secretaria, que evita fixar datas para as novas esta��es entrarem em atividade.
CR�TICAS
Em audi�ncia p�blica realizada na C�mara Municipal em julho, os itiner�rios das novas linhas apresentados pela Trem Metropolitano S.A. (Metrominas), sobretudo o da Linha 2, foram criticados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e pelo Sindicato dos Metrovi�rios (Sindimetro). O representante da operadora federal dos trens da capital, Ad�o Guimar�es Silva, afirma que os passageiros do Barreiro, embora tenha o Centro como principal destino, ter�o que descer na esta��o Nova Su�ca e ingressar nos j� abarrotados vag�es da Linha 1 (Eldorado/Vilarinho). “O estudo da CBTU concluiu que o melhor itiner�rio seria Barreiro–Santa Tereza (na Regi�o Leste, perto da �rea hospitalar, passando pela Pra�a Sete)”, diz. O Sindimetro concorda: “O certo � ir direto do Barreiro � Pra�a Sete e Santa Tereza. Nem que seja preciso deixar a Linha 3 (Savassi–Lagoinha) para depois”, disse o vice-presidente do sindicato, Romeu Jos� Machado Neto.
O coordenador do projeto do metr� pela Prefeitura de Belo Horizonte, M�rcio Duarte, admitiu que o planta, como est�, cria um gargalo na Esta��o Calafate. “Ser� uma quest�o operacional. Estamos fazendo estudos e simula��es, em busca de solu��es. Uma das respostas pode ser o trem da Linha 2 ingressar nos trilhos da Linha 1 e cumprir o restante de seu itiner�rio at� o Centro”, afirma. Especialista em transportes e tr�nsito, Frederico Rodrigues concorda que “o ideal seria a linha 2 sair do Barreiro direto para o Centro”. Se isso n�o for feito e o usu�rio dessa linha tiver que tomar outro trem na Linha 1, “ser� preciso ampliar a capacidade de funcionamento” da linha 2, constata Rodrigues, doutor em engenharia de transportes. Mas ele considera que o projeto atual “j� representa um ganho significativo” e elogia o tra�ado da Linha 3 (Savassi/Lagoinha). “Atualmente, o trem metropolitano n�o passa exatamente nos centros de demanda, os locais mais movimentados da cidade, como Pra�a Sete e Savassi. A Linha 3 corrige esse problema”, analisa. De acordo com a Setop, a capacidade do metr� ser� ampliada de 200 mil passageiros por dia para 980 mil, ap�s a abertura das novas esta��es, enquanto o n�mero de vag�es aumentar� de 100 para 240.