Chegada do v�rus tipo 4 da dengue exige novas a��es de combate

A dengue perde for�a em Minas Gerais, mas a chegada do v�rus tipo 4 da doen�a mant�m o estado em alerta, sob risco de nova epidemia no ano que vem. Dados divulgados ontem pelo Minist�rio da Sa�de mostram que o n�mero de casos graves caiu 67% este ano, em rela��o a 2011, passando de 207 para 69 registros. As mortes no estado tamb�m diminu�ram de 18 para 10, uma queda de 44%. As baixas seguem uma tend�ncia nacional de enfraquecimento da epidemia. No mesmo per�odo, o n�mero de casos graves no Brasil foi 64% menor – de 10.507 para 3.774. J� as mortes ca�ram 49%, de 481 para 247.

O governo federal atribui a queda � organiza��o da rede p�blica no combate � doen�a e � ado��o pela popula��o de h�bitos que evitam a prolifera��o do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doen�a. Apesar disso, o v�rus continua se disseminando e representa risco em 77 munic�pios brasileiros, segundo o Levantamento de �ndice R�pido de Infesta��o por Aedes aegypti (LIRAa). Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, � a �nica cidade mineira nessa lista.

O levantamento indicou que 4,8% dos im�veis pesquisados em Valadares tinham focos do mosquito transmissor. �ndices superiores a 3,9% s�o considerados risco de surto. Reconhecida pelo clima quente, condi��o favor�vel � dissemina��o da dengue, Valadares j� � velha conhecida na lista do LIRAa e, no ano passado, havia alcan�ado LIRAa de 6%. O munic�pio � um dos 10 no pa�s que se manteve na situa��o de risco. Somente este ano, 2.410 pessoas tiveram a doen�a na cidade, de acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de. A prefeitura n�o informou quais a��es t�m adotado para combater a dengue.

O LIRAa indicou ainda que 23 munic�pios mineiros est�o em estado de alerta, com infesta��o entre 1% e 3,9%. Os �ndices mais altos foram constatados em Tim�teo, no Vale do A�o, que apresentou 3,6% dos im�veis com focos da dengue, e Paracatu, no Noroeste de Minas, com LIRAa de 2,1%. Em situa��o considerada satisfat�ria em 2011, os munic�pios de Al�m Para�ba e Ponte Nova, na Zona da Mata, al�m de Formiga e Campo Belo, no Centro-Oeste do estado, passaram a estar sob estado de alerta.

ALERTA

O infectologista Una� Tupinamb�s, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, afirma que o padr�o de epidemia registrado no pa�s beirava o “insuport�vel”. “Nenhum pa�s suporta esses �ndices, que foram reduzidos gra�as a uma a��o eficaz e cont�nua do poder p�blico”, diz. Mesmo com a redu��o dos casos graves e mortes, o especialista lembra que n�o se pode baixar a guarda. O principal alerta � em rela��o ao novo v�rus que chegou ao Brasil este ano.

“Constatamos v�rios casos do tipo 4 no pa�s e, se n�o forem mantidas a��es de combate � doen�a, pode haver nova epidemia em 2013”, alerta Tupinamb�s. O especialista explica que n�o h� diferen�a cl�nica do tipo 4 em rela��o ao demais (1, 2 e 3), mas, como se trata de um novo v�rus, mais pessoas est�o suscept�veis a contra�-lo. Os sintomas mais evidentes s�o febre alta, dor de cabe�a, cansa�o, dor muscular e nas articula��es, al�m de manchas vermelhas pelo corpo.

LIRAA

O LIRAa � um mapeamento que identifica onde est�o concentrados os focos do mosquito. A investiga��o � feita nos im�veis. Munic�pios s�o considerados de risco quando h� larvas em mais de 3,9% dos im�veis. O estado de alerta ocorre quando a infesta��o do Aedes aegypti atinge de 1% a 3,9% dos locais pesquisados. Abaixo de 1%, a situa��o � classificada como satisfat�ria.