A Pol�cia Civil concluiu o inqu�rito e indiciou por latroc�nio e roubo qualificado os acusados do assalto e assassinato da atriz Cec�lia Bizzoto, em 7 de outubro, no Bairro Santa L�cia, Regi�o Centro-Sul da Capital. As mais de 600 p�ginas produzidas durante a investiga��o foram entregues ontem � Justi�a. Os tr�s j� est�o presos: s�o Gleisson Martins Hor�cio, de 28 anos, o Tiquin; Luiz Henrique da Silva Paulino, de 20, o Lulu; e Cleber Eduardo da Silva, de 22, apresentado ontem. Uma prova material importante no inqu�rito � a confirma��o de que amostra de DNA de Gleisson foi encontrada na casa da atriz.
Segundo a pol�cia, os suspeitos t�m participa��o confirmada em pelo menos outros dois crimes semelhantes, um no Bairro Cidade Jardim (Centro-Sul) e outro no Bairro Nova Granada (Oeste), alguns dias depois do assalto � casa da atriz.
A delegada Elenice Cristine Batista Ferreira, da Homic�dios Sul, detalhou a a��o dos acusados, que aproveitaram a oportunidade para agir. “Eles estavam em carro roubado e encontraram um carro entrando na garagem na Rua Saturno. Cleber permaneceu no Gol roubado fazendo algumas manobras, enquanto Gleisson e Luiz Henrique renderam as v�timas”, diz a delegada.
Logo depois, Cleber tamb�m entrou na resid�ncia e ajudou a dupla a revirar o im�vel em busca de objetos de valor. Ainda segundo a policial, a a��o do grupo consistia em sempre roubar os carros de casas invadidas. “Se eles entrassem e tivesse algum carro, o ve�culo deles era abandonado e o novo era roubado”, explica a delegada. Esse foi o planejamento na noite de 7 de outubro. O carro de Cec�lia Bizzotto chegou a ser carregado com equipamentos eletr�nicos e v�rios objetos da casa, mas depois do tiro que matou a atriz o bando fugiu apenas com dois celulares e dinheiro.
ROUBOS EM S�RIE
O �ltimo envolvido a ser preso foi Cleber Eduardo da Silva, encontrado no Morro das Pedras, na Regi�o Oeste. Ele j� tinha passagens na pol�cia por tr�fico de drogas e, segundo a delegada, tinha um pedido de pris�o pendente de an�lise na Justi�a desde agosto por duplo homic�dio. A assessoria de imprensa do F�rum Lafayette n�o localizou nenhum pedido de pris�o pendente e informou que h� um processo tramitando no 1º Tribunal do J�ri de BH contra Cleber e mais tr�s r�us por um duplo homic�dio em 7 de setembro de 2009.
Cleber foi preso na segunda-feira e chorou ontem ao ser apresentado � imprensa. Assim como os c�mplices, ele confessou participa��o no assalto e disse estar na vida de crime para melhorar as condi��es financeiras. “Cheguei a trabalhar honestamente com carros, mas n�o deu certo porque n�o fazia o servi�o direito. Quando ouvi o tiro perguntei porque o Tiquin tinha feito aquilo”, afirma Cleber.
Segundo a delegada Carolina Bechelany, da 1ª Delegacia Sul, que investiga uma s�rie de roubos na Zona Sul da capital, Cleber foi identificado em um inqu�rito que apurava o roubo em uma casa de idosos no Bairro Cidade Jardim, Centro-Sul, em 14 de outubro, uma semana ap�s a morte de Cec�lia. “Chamei as v�timas desse crime e ele foi identificado. Dessa forma, passei as informa��es para a delegada do caso Cec�lia Bizzotto e ela conseguiu confirmar a participa��o do Cleber no caso do Santa L�cia”, afirma Bechelany.
A outra participa��o confirmada do bando foi em roubo de uma resid�ncia no Bairro Nova Granada, em 19 de outubro. Ainda segundo Bechelany, outras quatro pessoas j� est�o presas por outros dois assaltos, um no Belvedere e outro no S�o Bento. “S�o tr�s homens e uma mulher, mas eles n�o t�m liga��o com os presos pela morte de Cec�lia Bizzotto”, acrescenta a delegada.
Uma prova incontest�vel
Uma prova material importante que ajudou a pol�cia a confirmar a participa��o de Gleisson Martins Hor�cio no crime foi o confronto do material gen�tico do bandido com amostra de DNA coletada na casa da atriz. Ele � um dos dois presos inicialmente pelos investigadores e apontado como o mais violento do grupo respons�vel pela morte de Cec�lia Bizzotto. Segundo a delegada Elenice Cristine Batista Ferreira, da Homic�dios Sul, o material encontrado para o exame estava em uma garrafa de cerveja recolhida pela per�cia, o que demonstra que o bandido bebeu na casa.
“As v�timas chegaram com algumas garrafas de cerveja long neck e ele acabou bebendo. Os peritos recolheram o objeto e conseguiram coletar o material que estava na garrafa. Ao compararmos aquele material com o DNA dos acusados descobrimos que era do Gleisson”, afirma a delegada. Ela informa que o trabalho resultou em uma prova important�ssima para atestar que o acusado esteve na casa no dia do crime.
Ainda segundo a delegada, Gleisson era o mais violento do grupo. Armado com uma pistola calibre 380, ele manteve a arma em punho durante uma hora e meia na resid�ncia. “Ele amea�ava as v�timas. Chegou a dar coronhadas em Cec�lia e tamb�m jogou �lcool em seu corpo, amea�ando que atearia fogo na v�tima”, acrescenta. Foi dessa arma que partiram os dois tiros, um na janela e outro no peito da atriz, disparados em um quarto anexo � casa. A pol�cia n�o localizou a pistola.