
Um exame de DNA levou a Pol�cia Civil de Bom Sucesso, na Regi�o Centro-Oeste de Minas, a esclarecer um dos mais b�rbaros crimes registrados este ano no estado: a morte de Kamyla Grazzyele Santos Vitoriano, de 5 anos, assassinada depois de ser v�tima de abuso sexual, em 15 de outubro, a poucos metros de sua casa. Com o material gen�tico encontrado no corpo da garota e o sangue coletado na casa do assassino, a pol�cia concluiu que um adolescente de 17 anos, vizinho de Kamyla, tirou a vida da menina com requintes de crueldade. Foi uma reviravolta nas investiga��es, que j� tinham levado � pris�o de um homem de 40 anos e de uma mulher de 25. Ele foi apreendido na quinta-feira, e sem demonstrar sinais de arrependimento, confessou o crime e participou de uma reconstitui��o, mostrando aos investigadores com detalhes tudo o que aconteceu com a crian�a.
Segundo o delegado titular de Bom Sucesso, Em�lio de Oliveira e Silva, as investiga��es procuraram tra�ar um perfil do assassino a partir das pistas que foram levantadas, como o local onde o corpo foi encontrado e les�es observadas na crian�a. “O trabalho nos levou a duas pessoas com carater�sticas de psicopatia. Na casa de ambas encontramos sangue, mas os exames mostraram que na moradia de um deles o sangue era do pr�prio morador. J� na outra, o sangue era da crian�a e o material gen�tico do suspeito bateu com o DNA presente no s�men encontrado no corpo de Kamyla”, diz o delegado.
O jovem relatou que a crian�a foi at� sua casa atr�s de um colega da mesma idade, sobrinho do agressor. O adolescente aproveitou para atrair Kamyla para dentro de casa e tentou estupr�-la. Ela reagiu e, segundo a investiga��o, n�o houve penetra��o, mas o criminoso ficou com medo de ser denunciado e resolveu mat�-la. “Ele deu uma paulada na menina e com ela j� desacordada desferiu 12 facadas distribu�das no tronco, cabe�a e pesco�o”, contou o policial. Depois disso o rapaz disse ter embalado o corpo usando tr�s sacos pl�sticos e levado para um pasto, a 800 metros do local do crime. O que mais chamou a aten��o do delegado foi a frieza com que o assassino confesso agiu. “Eu fiquei estarrecido: ele lavou a casa, descaracterizando o local do crime, levou o corpo, tomou um banho e foi namorar”, acrescenta Silva.
O pintor Wander Ferreira Vitoriano, de 36 anos, pai de Kamyla, parecia n�o acreditar ao descobrir que um vizinho foi o respons�vel por tamanha crueldade. “Ele almo�ava na minha casa e mata minha filha desse jeito?”, questionar o pintor, tentando conter o choro. Durante a reconstitui��o, a pol�cia precisou isolar a regi�o onde fazia os trabalhos, para evitar que a popula��o, revoltada, tentasse linchar o adolescente.
A pol�cia informou que a busca pelo assassino sofreu um atraso devido a uma mudan�a no rumo das investiga��es. “Nossa tese inicial era de sequestro, at� porque muitas pessoas disseram ter visto Kamyla em outra cidade. Por isso perdemos um certo tempo, at� come�ar a procurar o respons�vel pela morte”, afirma o delegado. Em�lio de Oliveira descarta a possibilidade de o menor de idade ter assumido tudo para livrar outras pessoas que possam ter envolvimento. “O DNA nos deu certeza de que n�o houve mais ningu�m na cena do crime”, completa o policial pelas investiga��es.
O adolescente foi apreendido dentro de casa, onde levava uma vida normal, frequentando a escola e fazendo outras atividades, como ir � academia. Segundo o delegado, ele ser� indiciado por ato an�logo ao estupro de vulner�vel e homic�dio. Ele se encontra � disposi��o da Justi�a, depois de expedida medida cautelar da Vara da Inf�ncia e Juventude, que dura 45 dias. � o prazo para que ele receba uma puni��o, por medida socioeducativa.