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Estado de Minas

Zona Sul dorme com medo das chuvas

Moradores de pelo menos 10 �reas de risco de bairros nobres da capital, monitoradas pela Defesa Civil, temem desmoronamentos de encostas e pedem obras para reduzir as amea�as


postado em 01/12/2012 00:12 / atualizado em 01/12/2012 07:37

"O gabi�o da Rua Patag�nia n�o foi suficiente para conter os deslizamentos de terra", Ed�zio Teixeira, consultor em geologia urbana (foto: Maria Tereza/EM)
A possibilidade de desastres provocados pela chuva amedronta n�o s� quem vive �s margens de c�rregos e em morros de vilas e favelas em Belo Horizonte. Moradores da Zona Sul tamb�m dormem com medo de se tornarem v�timas de deslizamentos de encostas em regi�es consideradas de risco pela pr�pria prefeitura. Atualmente, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) monitora pelo menos 10 �reas em bairros nobres da regi�o com o metro quadrado mais caro da cidade. A vigil�ncia � necess�ria porque na �ltima temporada de chuvas esses locais apresentaram movimenta��o do solo, com risco de soterramento ou desabamento de im�veis. Entretanto, hoje a situa��o � a mesma em lotes privados e terrenos p�blicos. E, para colocar o caixa em dia, a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), por meio de sua assessoria de imprensa, j� anunciou: “Assinatura de contratos para novas obras somente no ano que vem”.


Na lista de locais que deixam a popula��o em estado de alerta est� a Rua Patag�nia, que corta a Serra do Curral, entre os bairros Sion e Belvedere. Pr�ximo � Pra�a Alasca, altura do n�mero 200, foi constru�do um gabi�o de 82 metros de comprimento para conter a terra, que se desprendeu de uma encosta. A interven��o, no entanto, n�o foi suficiente. O muro de pedras presas por uma rede de arame que segura a eros�o se movimentou em dire��o � rua e est� visivelmente inclinado, amea�ando despencar sobre a via, que tem tr�fego intenso e � acesso de v�rios bairros da Regi�o Sul para a BR-356 e Nova Lima.

Moradora do Condom�nio Residencial Avant Garden, na Rua Patag�nia, a artista pl�stica Virg�nia de Paula diz ter se arrependido da compra de um apartamento no local h� dois anos. “Quando vim conhecer o im�vel, achei o lugar superpr�tico e com boa localiza��o. Mas, depois de enfrentar dias constantes de chuva aqui e ver parte do barranco desabar, tenho medo de que essa terra venha toda abaixo. Minha vontade agora � de mudar”, diz. Virg�nia conta que, como ela, quem vive em frente ao barranco est� assustado e � espera de uma atitude da prefeitura capaz de sanar o problema.

A situa��o desagrada at� mesmo quem mora em outros bairros, mas depende da via para deslocamentos di�rios, como o engenheiro Marcelo Veneroso, de 52, que mora no Bairro Belvedere. “Passo por ali diariamente e vejo uma trag�dia anunciada no local. O passeio j� estourou e quando come�ar a chuva constante n�o tenho d�vida de que toda a terra descer� e atingir� carros que passam na rua. J� conversei com diversos engenheiros, que disseram a mesma coisa”, afirma. Veneroso, inclusive, j� recomendou � fam�lia que n�o passe de carro pela Rua Patag�nia, em caso de chuva.

O alerta partiu tamb�m do especialista e consultor em geologia urbana Ed�zio Teixeira, que afirma haver no local um erro de projeto ou de execu��o de obra. “� normal que a popula��o esteja assustada porque o gabi�o da Rua Patag�nia, da forma como foi constru�do, n�o foi suficiente para conter os deslizamentos de terra. Prova disso � que ele se movimentou e arrastou parte do passeio. A obra precisa ser refeita”, explica. Para o ge�logo, a prefeitura deve � popula��o uma explica��o t�cnica sobre as condi��es do local, al�m de informa��es sobre o prazo para refazer o muro de conten��o.

Sinal vermelho no Mangabeiras

O sinal vermelho do medo tamb�m est� aceso no Bairro Mangabeiras, onde o m�dico Arnaldo Muzzi, de 43, teme que o barranco que sustenta os fundos de uma casa volte a ceder como na �ltima temporada de chuva e des�a at� a rua onde ele mora. O im�vel que amea�a a tranquilidade do m�dico est� localizado na Rua Engenheiro Badi Salum, ao lado do Pal�cio das Mangabeiras, resid�ncia oficial do governador. A parte de tr�s da casa, um barranco de mais de 50 metros, est� na Rua Jo�o Camilo de Oliveira Torres.

No in�cio deste ano, parte do muro de arrimo cedeu, o barranco desceu e a rua ficou interditada. Com recursos da prefeitura, um muro mais resistente que o anterior foi constru�do e parte da terra foi retirada do local, formando um plat� na encosta. Agora, uma obra para dar fluidez � �gua da chuva est� sendo feita pelo dono da casa, mas Arnaldo Muzzi teme as consequ�ncias. “Estamos sem saber se esta interven��o est� sendo feita com anu�ncia da prefeitura e se h� projeto para a obra. Meu medo � de que todo o transtorno do ano passado venha a se repetir ou que seja ainda pior, caso toda essa terra venha abaixo”, diz.

As duas ruas – Patag�nia e Jo�o Camilo de Oliveira Torres – est�o na mesma faixa geol�gica e, conforme o especialista Ed�zio Teixeira, t�m solo � base de filito e quartzitos ferruginosos. “S�o terrenos que, depois de passarem por um fen�meno de ruptura da rocha, como um corte para abertura de uma rua ou constru��o de im�veis, podem come�ar a se deslocar continuamente, a depender do comportamento do solo”, afirma.

Na mesma regi�o geol�gica est�o ainda ruas que constam na lista de monitoramento da Defesa Civil municipal, como a Chicago, no Sion; ruas Tobias Moscoso, Planetoides, Saturno e Eclipse, no Santa L�cia; Flavita Bretas, no Luxemburgo; Veraldo Lambertucci e Maria Carmem Valadares, no Novo S�o Lucas; e Avenida Jos� do Patroc�nio Pontes, no Mangabeiras.


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